Informações Complementares sobre Produtos Químicos
Nas estações de tratamento de esgoto são utilizados e/ou gerados alguns
produtos químicos que merecem menção pelo riscos que representam.
Ácido clorídrico (HCl) (ácido muriático, ácido hidroclórico)
É um líquido incolor ou levemente amarelado e forma vapores com odor
forte irritante, sufocante, pungente, característico. Usado na produção de
substâncias químicas cloradas, dentre elas o óxido de sódio (reação de ácido
clorídrico com clorito de sódio), utilizado no tratamento de água residual de
estações de tratamento de esgoto, antes de seu escoamento em mananciais. Usado
também na produção de tinturas, fertilizantes, indústria fotográfica, indústria
da borracha, produção do petróleo, análises de laboratório, indústria do sabão,
indústria têxtil, etc. De acordo com a NR 15, apresenta valor teto, e o grau de
insalubridade é máximo. Seus limites de tolerância são:
LT-MP ou TLV-TWA (ACGIH/95-96) = 5 ppm, 7,5 mg/m3
IDLH = 100 ppm
MAC (Rússia) = 5 mg/m3
LT-NR 15 (Brasil) = 4 ppm, 5,5 mg/m3
Toxicocinética e Toxicodinâmica
Na exposição aguda os vapores do ácido clorídrico são irritantes para as
membranas das vias respiratórias e provocam rinite, laringite, bronquite, edema
de glote, espasmo da laringe, edema pulmonar e morte, em altas concentrações.
Distúrbios metabólicos graves podem ser desencadeados por exposição a
elevadas concentrações. Na via digestiva surgem ulcerações na boca e gastrite.
Nos olhos os vapores do ácido provocam irritação. No contato com a pele e os
olhos, o ácido clorídrico é altamente corrosivo e causa queimaduras e úlceras.
Na exposição crônica, a concentrações acima dos limites de tolerância,
pode levar à irritação crônica das vias respiratórias, surgindo faringite e
bronquite crônica.
Nos olhos provoca conjuntivite.
Para o controle da exposição e prevenção da intoxicação recomenda-se o
uso de equipamentos de proteção, tais como luvas de borracha, aventais
protetores, proteção facial, óculos ampla visão e botas. Dotar os locais de
chuveiros e lava olhos.
Gás sulfídrico (H²S) (Sinônimos: Sulfeto de hidrogênio, hidrogênio
sulfurado, ácido hidrossulfúrico, sulfeto de diidrogênio).
É um gás incolor, mais pesado do que o ar com odor desagradável de ovos podres.
Seu estado físico pode ser líquido sob pressão. Pode surgir como resultado da decomposição
de matéria orgânica como a que ocorre nas plantas de tratamento de esgoto. Seus
principais usos industriais são na produção de sulfeto inorgânicos, ácido sulfúrico,
compostos orgânicos sulfurosos, desinfetante em agricultura, etc. De acordo com
a NR 15 o grau de insalubridade é máximo. O grau de risco à saúde (API) é elevado
à exposição aguda. Carcinogenicidade ocupacional (ACGIH / 95-96) não estabelecida.
Os limites de tolerância são:
LT-MP ou TLV-TWA (ACGIH / 95-96) = 10 ppm, 14 mg/m3
LT-ECD ou TLV-STEL (ACGIH /
95-96) = 15 ppm, 21 mg/m3
IDLH = 300 ppm
MAC (Rússia) = 10 mg/m3
LT-NR 15 (Brasil) = 8 ppm, 12 mg/m3
Toxicocinética e toxicodinâmica
O gás sulfídrico é um gás altamente tóxico e irritante, que atua sobre o
sistema nervoso, os olhos e as vias respiratórias. A intoxicação pela
substância pode ser aguda, subaguda e crônica, dependendo da concentração do
gás no ar, da duração, da freqüência da exposição e da suscetibilidade
individual. O H2S inibe enzimas que contêm metais essenciais como ferro (Fe) e
cobre (Cu). Destaca-se a inibição da citocromoxidase, levando a bloqueio da
respiração celular no interior das células. O H2S forma sulfetos metálicos
(citocromoxidase-sulfeto), pela reação com o ferro trivalente (Fe3+) desta
enzima. Em conseqüência, há um bloqueio na troca de elétrons na cadeia
respiratória, o oxigênio não é consumido e não há produção de energia. O H2S
interage com a metemoglobina, formando o complexo sulfometemoglobina.
Combina-se também em pequena proporção com a hemoglobina, formando sulfemoglobina.
Na exposição aguda o H2S, cuja principal via de penetração é a
respiratória, atinge os alvéolos pulmonares, onde solubiliza-se no líquido
surfactante que cobre a superfície das células, causando alterações na função
respiratória. A forma ionizada (H+) tem caráter ácido, enquanto que a forma
molecular (H2S) é lipossolúvel e atravessa facilmente a membrana alveolocapilar,
que tem uma composição lipídica. A partir desse ponto, o H2S atinge a corrente
sangüínea, distribuindo-se para todo o organismo, produzindo efeitos
sistêmicos. No sistema nervoso central causa excitação seguida de depressão,
particularmente no centro respiratório, fraqueza, dor de cabeça, náusea,
vômito, hiperexcitabilidade, alucinações, amnésia, irritabilidade, delírio, sonolência,
fraqueza, convulsões e morte. No sistema respiratório provoca tosse, às vezes
expectoração sanguinolenta, polipnéia (respiração rápida), espasmo brônquico,
às vezes edema agudo de pulmão, traqueobronquite, broncopneumonia
tardia, rinite com anosmia (perda do olfato). No aparelho cardiovascular
ocasiona hipotensão arterial, arritmias cardíacas (taquicardia, bradicardia,
fibrilação atrial).
A perda do olfato resulta da interação do H2S com o zinco (Zn), que é
importante nas reações de percepção do olfato. A fadiga olfatória ocorre em 2 a
15 minutos, em concentrações acima de 100 ppm. Desta forma, o odor do H2S não é
parâmetro seguro para se avaliarem concentrações perigosas.
A ação irritante do H2S sobre a pele e a mucosa gastrointestinal decorre
da formação de sulfeto de sódio, surgindo prurido (coceira), queimação e
hiperemia (vermelhidão).
Nos olhos surgem conjuntivite, fotofobia, lacrimejamento e opacificação
da córnea.
No aparelho digestivo, o H2S irrita a mucosa gastrointestinal (a ação
irritante decorre da formação de sulfeto de sódio) e produz náusea e vômito.
A biotransformação do H2S ocorre muito rapidamente e envolve em parte reações
de oxidação pela hemoglobina oxigenada e por enzimas hepáticas, formando sulfatos
e tiossulfatos que são eliminados pela urina e pelas fezes.
Quando este mecanismo de desintoxicação é insuficiente, como ocorre em
exposição a concentrações muito elevadas, acima de 700 ppm, o H2S é eliminado
inalterado no ar expirado.
Alguns estudos mostraram uma maior incidência de conjuntivite e
ceratoconjuntivites na exposição noturna. Isto poderia ser explicado
pelos seguintes mecanismos: a) a biotransformação do H2S em sulfatos depende da
glutationa, cuja concentração não é constante durante as 24 horas do dia; b)
pelas variações de concentração urinária de metais, havendo evidência de uma
menor concentração de cobre e zinco à noite; pela menor renovação celular do
tecido epitelial da mucosa ocular e córnea, à noite. (ver efeitos em quadro
abaixo).
Quadro de efeitos do gás sulfídrico de acordo com a concentração e tempo
de Exposição
Concentração
do H2S (ppm)
|
Tempo
de exposição
|
Efeitos
|
0,0005 - 0,13
|
1 minuto
|
percepção do odor
|
10-21
|
7 horas
|
irritação ocular
|
50 – 100
|
4 horas
|
perda do olfato
|
200 – 300
|
20 minutos vias
superiores
|
lnconsciência, hipotensão,
edema pulmonar, convulsão,
tontura e desorientação
|
900
|
1 minuto
|
inconsciência e morte
|
1.800 - 3.700
|
Instantes
|
Morte
|
Quanto à exposição crônica não existe concordância na
literatura quanto a efeitos na exposição crônica ao H2S, e o tema é discutível,
devido à sua rápida biotransformação.
Contudo, estudos mostram a possível ocorrência de efeitos
sistêmicos a exemplo de alterações neurológicas, distúrbios neurovegetativos,
polineurites, vertigem, dor de cabeça, nervosismo, paralisia e fraquezas. Taxas
elevadas de abortamento foram encontradas em mulheres grávidas expostas ao H2S;
distúrbios digestivos, como perda do apetite, perda de peso e náuseas. Efeitos
locais a exemplo de conjuntivite, inflamação das vias aéreas superiores,
bronquite crônica, conjuntivite e queratoconjuntivite.
Para o controle da exposição e prevenção da intoxicação
recomenda-se que todo o pessoal envolvido nos processos onde haja exposição ao
H2S deverá estar suficientemente informado dos riscos, como também
adequadamente treinado para atendimento de emergência. Deve ser providenciado o
enclausuramento ou isolamento dos processos. Ventilação e exaustão em áreas com
possibilidades de vazamentos/elevadas concentrações.
Usos de equipamento de proteção respiratória com máscara com
filtro químico e até sistema de ar mandado, conforme o caso. Inserir os
expostos ao risco nas ações previstas no PPR, se for o caso.
Metano (CH4) (metilidreto)
No tratamento de esgoto pode estar presente em praticamente
todas as etapas do processo e ainda em poços de visita e tanques fechados
esvaziados para reparos.
Esta substância é classificada como asfixiante simples e
quando presente em altas concentrações reduz a pressão parcial de oxigênio,
deslocando da atmosfera de respiração o oxigênio disponível, provocando hipóxia
(baixa oxigenação). Como todos os gases asfixiantes é incolor. O metano não tem
odor. Não tem grau de insalubridade definido na NR 15, por ser asfixiante
simples, assim como não tem LT estabelecido, pois o dado mais importante é a
concentração de oxigênio no ambiente, que deve ser igual ou superior a 18% por
volume nas condições normais de temperatura e pressão.
Toxicocinética e toxicodinâmica
Na exposição aguda, num ambiente com baixas concentrações de
oxigênio surgem efeitos no organismo. A concentração de oxigênio no ar, para
que não ocorram sintomas de asfixia, não deve ser inferior a 18% por volume.
Concentração de oxigênio inferior a 11% provoca perda de consciência.
Concentração abaixo de 6% causa parada respiratória e morte.
A baixa concentração de oxigênio provocada pelos asfixiantes
simples leva ao aparecimento de distúrbios em diversos sistemas orgânicos. No
sistema cardiovascular surgem arritmias, hipotensão, isquemia (risco de infarto
do miocárdio) e parada cardíaca. No sistema respiratório surgem hiperventilação
e cianose (cor arroxeada da pele e mucosas). No sistema nervoso central surge
dor de cabeça, sonolência, confusão mental, tontura, perda de memória e
inconsciência. No sistema digestivo surgem náuseas e vômitos. A exposição da
pele a asfixiantes na sua forma liqüefeita provoca queimaduras por hipotermia.
Na exposição crônica podem surgir dor de cabeça, tontura,
irritação da garganta e tosse.
Saliente-se o risco de explosão em atmosfera contendo o gás
metano.
Para controle da exposição e prevenção da intoxicação devem
ser providenciadas a garantia de boa ventilação dos locais de trabalho,
insuflação/exaustão de ar, antes de início de trabalhos em local com presença
de metano. Assegurar concentração de oxigênio mínima de 18%. Uso de EPI/EPR,
além de luvas. Deve ser formalmente proibido o hábito de fumo e/ou porte de
materiais que possam gerar fagulhas em locais que contenham o gás.
Riscos Ergonômicos
• Esforço físico na utilização repetida
de equipamentos pesados tais como garfos para retirada de resíduos sólidos de
maior volume como a que ocorre nos setores de tratamento preliminar de esgoto
ou manuseio de rastelo para retirada de lodo sobrenadante como ocorre nos
setores de adensadores nas estações de tratamento de esgoto (ETE).
• Trabalho noturno nas centrais de
controle, às vezes, executado por apenas 1 empregado.
Como medidas de segurança recomenda-se:
• Realizar a análise ergonômica do
trabalho contemplando todas as atividade que envolvam riscos dessa natureza. No
documento deverá constar claramente as recomendações a serem adotadas com
cronograma de execução.
• Fazer adequado acompanhamento médico
para verificar adoecimento decorrente/agravado por trabalho noturno. Os dados
alterados deverão compor o Relatório Anual do Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional - PCMSO, devendo surtir efeitos nas normas gerais da empresa
no combate/controle de fontes de adoecimento no trabalho.
• Mecanizar processo de levantamento de
resíduos recolhidos em grades de tratamento preliminar de esgoto e de rastelo
de lodo sobrenadante no setor de adensadores.
• Manter equipes com no mínimo 2
trabalhadores, independentemente do local de prestação de serviços e do
conteúdo das tarefas prescritas.
Orientações Complementares
1 - Para atender as situações em que as medidas de proteção
coletiva sejam tecnicamente inviáveis e/ou estejam em fase de implantação, a
empresa deverá elaborar um Programa de Proteção Respiratória - PPR, que
contenha no mínimo:
• Especificação de protetores
respiratórios a partir dos critérios de avaliação prévia definidos IN 01/94,
bem como avaliação da eficácia e conforto dos equipamentos de proteção
disponíveis no mercado;
• Procedimentos operacionais para uso,
guarda, higienização e reposição dos respiradores utilizados;
• Programa de treinamento que contemple:
os riscos respiratórios existentes, medidas de controle coletivo e organizacional
existentes e que estão sendo adotadas com o objetivo de minimizar ou eliminar o
risco; funcionamento, características e limitações dos respiradores fornecidos;
colocação dos respiradores, teste de vedação e eficiência dos equipamentos de
proteção respiratória - EPR; proteção respiratória em situações de emergência.
2- Para atender as situações de trabalho em que houver
exposição a níveis de ruído igual ou maior do que 80dB(A), conforme avaliações
ambientais a serem realizadas (método da dosimetria de ruído de no mínimo 75 %
da jornada efetiva de trabalho), ou quando houver indicativos de perda auditiva
induzida pelo ruído – PAIR, relacionada
ao trabalho, a empresa deverá elaborar um Programa de
Conservação Auditiva - PCA, que abrangerá todos os trabalhadores envolvidos. O
PCA deverá compreender no mínimo:
• Ser documento escrito, a ser mantido à
disposição da fiscalização, em que estarão explicitadas as medidas a serem
adotadas, com cronograma de adoção, incluídas as medidas de ordem geral (que
conserve o ambiente de trabalho abaixo do nível de ação da NR 9) e de
organização do trabalho (afastar fisicamente o ruído do trabalhador ou diminuir
seu tempo de exposição), utilizando os conhecimentos do SESMT, se houver.
• Revisão dos EPIs que estão sendo
utilizados, implantando outros se necessário, visando adequar a proteção aos
níveis de exposição, contemplando o critério de escolha individual do EPI a ser
utilizado (avaliar opinião do usuário no quesito conforto), com o devido
treinamento sobre o uso, finalidades, vantagens, limitações, necessidades de
troca, etc., utilizando-se os conhecimentos do SESMT, se houver.
Estabelecer-se-á normas para o correto fornecimento, uso, guarda, higienização,
conservação e reposição, consignando alterações e normas no documento.
• Definição de sistema de acompanhamento
audiométrico dos trabalhadores incluídos no programa, tomando por base, no
mínimo, o que está explicitado no anexo I do Quadro II da NR 7, designando
profissionais que realizarão os exames (audiometria aérea ou outros testes que
se fizerem necessários, meatoscopia, etc), sua periodicidade, os critérios para
diagnóstico de perda auditiva e/ou seu
agravamento, conduta a ser adotada nos casos ocupacionais e
nos não ocupacionais, indicações de afastamento do trabalho, emissão de CAT e encaminhamento
à Previdência Social;
• Estabelecimento de critérios e
mecanismos de acompanhamento das medidas de proteção adotadas, considerando
dados de avaliações do ambiente e de controle médico.
• Programa deverá estar em permanente
manutenção para identificar que ações são
necessárias para corrigir deficiências constatadas e para indicar
alterações nas ações previstas, inclusive aquelas provocadas pelas mudanças no
processo produtivo, na legislação, pela introdução de novas tecnologias, etc.
Os documentos gerados deverão ser mantidos à disposição da fiscalização.
3 – Elaboração de protocolo de procedimentos para
atendimento a quaisquer tipos de acidentes, incluindo encaminhamentos nos casos
em que for necessária assistência médica imediata ou não.
4 – Instituição de Plano de Controle de Emergência por
Vazamento de Esgoto, contendo no mínimo definições básicas, legislação
aplicável, documentos de referência, equipamentos de segurança, periodicidade
de simulação, procedimentos preventivos/controle de riscos na situação de
extravasamento, procedimentos de atendimento ao acidente/acidentados,
destinação do resíduo gerado, primeiros socorros, sistemas de comunicação de
emergência.
Coleta e Destinação de Resíduos Sólidos
Domiciliares e Hospitalares
O homem através de suas atividades diárias gera resíduos,
que aparentemente, não têm utilidades. Em geral as pessoas não têm noção da quantidade
de lixo que geram no decorrer do dia e nem se preocupam com o destino que a ele
será dado. Ignoram os problemas ambientais a ele relacionado.
Ilusoriamente acham terem se livrado dele, não se
preocupando sequer com critérios mínimos de seu acondicionamento. A disposição
inadequada desses resíduos apresenta problemas para os indivíduos e para a
comunidade em toda parte do mundo, pois compromete todo o meio ambiente: solo,
ar e recursos hídricos. (Grossi, 2001) A problemática do lixo no meio urbano
abrange alguns aspectos relacionados a sua origem e produção.
• A produção do lixo urbano está
relacionada a dois fatores que basicamente são o aumento populacional e a
intensidade da industrialização, já que o lixo resulta da atividade diária do
homem na sociedade. Como a curva de crescimento populacional é ascendente
(exponencial) e a industrialização é diretamente ligada ao aumento da população
e sofisticação dos hábitos culturais da sociedade, pode-se concluir que a
geração do lixo é um processo crescente.
Estima-se que a produção diária per capita de lixo doméstico
(produzido nos domicílios, restaurantes e bares) seja de 0,5 kg nas cidades
menores de 100.000 habitantes e de 0,7 kg para cidades maiores.
O tema lixo, dentro da problemática de saneamento básico,
envolve questões desde a geração, acondicionamento, coleta e varrição de ruas,
transporte, até a destinação final (disposição e tratamento). Não se obtêm
soluções adequadas sem considerar todos esses aspectos. (Grossi, 2001).
O compromisso coletivo para a resolução do "problema
lixo", especialmente nos aspectos relacionados com a sua geração, deve ser
despertado nos cidadãos por meio de processo educativo e comportamental a ser
trabalhado em todos os níveis educacionais e fortalecido no seio da sociedade Para
obter-se sucesso na abordagem dessas questões relacionadas ao lixo é de
fundamental importância a participação de comunidade de cada localidade nos processos
de planejamento de ações, elaboração de projetos, execução, definição de serviços
a serem prestados.
O presente manual enfocará primordialmente as questões
relacionadas com a segurança e a saúde no trabalho. Entretanto, para propor
soluções realmente eficazes é necessário estudar-se a questão num enfoque
multidisciplinar, envolvendo as diversas áreas de conhecimento e de
competências que possam contribuir para aprimorar a situação atual, além de
questionar o atual modelo de sociedade.
Os resíduos sólidos podem ser classificados em: (Grossi 2001)
• Doméstico
• Comercial semelhante a lixo doméstico
• Da varrição ou varredura
• Das feiras livres
• Industrial
• Construção
• Hospitalar ou de serviços de saúde
• Portos, aeroportos, terminais
rodoviários e ferroviários
• Lodos de esgoto
• Especial ou perigoso
• Agrícola
Embora o termo resíduos sólidos abranja todas as formas de
sua produção, as empresas públicas ou as que prestam serviços de limpeza urbana
e/ou coleta de lixo na maioria da vezes são incumbidas pelas prefeituras ou
pelos estados de coletar e destinar os resíduos oriundos dos domicílios,
serviços de saúde e ainda os produzidos pela ocupação humana das ruas.
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