CNI: indústrias reduzem expectativa de investimentos em 2012
Fonte: Agência Brasil
Data: 02/12/2011 17:20
A expectativa de investimentos das
empresas do setor industrial em 2012 é um pouco menor do que a deste
ano. É o que indica a pesquisa Investimentos na Indústria 2011,
divulgada hoje (2) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A
pesquisa foi feita com 592 empresas. Desse total, 88,7% investiram em
2011, percentual próximo do registrado no ano anterior (89,6%). Para
2012, o percentual das empresas que pretendem investir é 86,6%.
Entre
as empresas que investiram neste ano, 57,8% tiveram êxito nos projetos.
Em 40,3% dos casos, os investimentos foram feitos parcialmente e, para
1,9%, o plano foi cancelado ou adiado. A pesquisa anual da CNI tem
margem de erro de 2,7% e intervalo de confiança de 95%.
De
acordo com a confederação, “a incerteza econômica voltou a ser a
principal razão para a frustração dos planos de investimentos das
empresas industriais brasileiras em 2011”. Esse item foi considerado por
58,9% dos entrevistados, contra os 36,2% da pesquisa de 2010.
Segundo
os dados, mais de 86% das empresas pretendem comprar máquinas e
equipamentos em 2012, sendo que, desse total, 45,9% devem comprar mais
do que em 2011. A pesquisa mostra ainda que, das que pretendem investir,
73,3% vão incluir produtos importados nas compras de máquinas e
equipamentos.
De
acordo com a CNI, 65,9% das empresas pesquisadas consideram que a sua
capacidade produtiva é adequada para atender à demanda prevista para
2012. Já 16,4% acreditam que a capacidade produtiva atual é inferior à
adequada. Além disso, 17,7% consideram que irão operar com capacidade
ociosa.
A
pesquisa também mostra que os recursos próprios são a principal fonte
de capital para 58,2% das entrevistadas. A segunda fonte (21,8%) são os
bancos oficiais de desenvolvimento, como o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em terceiro lugar, os
recursos vêm dos bancos comerciais, sendo que desses 9,8% são
instituições financeiras privadas, seguidas pelas públicas, com 7,8%.
Apesar
de considerar que os recursos próprios continuarão a ser a principal
fonte de recursos em 2012, as empresas pretendem aumentar a parcela
vinda dos bancos oficiais de desenvolvimento. A parcela de recursos
próprios deve cair para 52,9% e participação desses bancos subirá para
29,3%.
Segundo
o gerente executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio
Castelo Branco, as empresas costumam ter expectativa de reduzir os
recursos próprios, mas isso acaba não ocorrendo. “Temos uma dificuldade
estrutural de financiamento do investimento de recursos captados”,
disse. Para ele, as medidas anunciadas ontem (1º) pelo governo para
estimular os investimentos estrangeiros nas empresas brasileiras são
positivas.
Entretanto,
de acordo com o gerente executivo, ainda há dificuldade de as empresas
lançarem ações para captar recursos, considerado um mecanismo mais
barato de acesso aos recursos. “Esse mecanismo no Brasil ainda é
bastante incipiente”. Para isso, segundo ele, é preciso repensar a
regulação e a tributação no país para ampliar o acesso das empresas ao
mercado acionário.
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