PF vai indiciar administradores de refinaria da Petrobras por crime ambiental
Fonte: Agência Brasil
Data: 12/12/2011 09:34
Administradores da Refinaria Duque de
Caxias (Reduc) da Petrobras serão indiciados pela Polícia Federal (PF)
por crime ambiental, pelo lançamento de efluentes no Rio Iguaçu, na
Baixada Fluminense. A decisão é do delegado Fábio Scliar, da Delegacia
de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da PF, que já remeteu o
inquérito ao Ministério Público Federal (MPF).
“Que
eu vou indiciar pessoas da Reduc, isso aí é fora de dúvida. Uma vez que
o crime ambiental aconteceu. Tem gente lá que tem de ser responsável
por isso”, disse Scliar. Ele pediu mais prazo à Justiça para ouvir
outras pessoas, a fim de individualizar as responsabilidades e apurar
todos os fatos.
O
delegado explicou que as análises da água foram feitas por técnicos do
Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e da Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). A poluição ocorreu em dezembro do
ano passado e agosto deste ano.
“Nós
fizemos a coleta nos efluentes da Reduc e fizemos exames laboratoriais.
Laudos periciais comprovaram que o material despejado no Rio Iguaçu é
poluente, que descumpre os parâmetros exigidos por leis ambientais. Os
efluentes alcançavam níveis de óleo e graxa muito acima do que é
permitido pelos regulamentos. Níveis de fenóis, sólidos e sedimentados
acima do permitido. Estava tudo errado”.
Segundo
Scliar, o lançamento contraria a Resolução 357 do Conselho Nacional do
Meio Ambiente (Conama), que entre outras coisas estabelece padrões de
classificação para qualidade nos corpos hídricos. Além disso, a pena
está prevista no Artigo 54 da Lei 9.605/98 e estabelece prisão de um a
cinco anos.
Em
nota, a Petrobras considerou que as amostras coletadas pela PF e
analisadas pelo Inea “apresentaram resultados que não podem ser
considerados válidos, sob o ponto de vista técnico de metodologia de
coleta”. A estatal esclareceu que tem estação de tratamento de efluentes
industriais responsáveis por processar as descargas no Rio Iguaçu. “Os
efluentes são monitorados segundo frequência e parâmetros exigidos pelo
Inea, que recebe mensalmente os relatórios com resultados das análises”.
O
texto da nota informa ainda que “não ocorreu nenhum vazamento de óleo
por ocasião de vistoria do Inea em 23/12/2010, ou posterior a essa
data”. A companhia sustenta que o suposto vazamento seria na verdade
lançamento de efluente tratado, conforme legislação em vigor. Segundo a
Petrobras, a Reduc mantém monitoramento do Rio Iguaçu e os resultados
das análises indicam que o local é fortemente impactado por esgoto
sanitário, “sendo sua qualidade pior à do ponto de lançamento dos
efluentes, indicando pouca ou nenhuma contribuição da refinaria”.
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