Orientações Complementares sobre Produtos Químicos
Utilizados no Tratamento de Água e/ou Gerados em Decorrência deles.
São utilizados diversos produtos no tratamento de água Ácido
Fluossilícico
Riscos à saúde: provoca irritação nos olhos e no aparelho respiratório.
Se ingerido pode provocar a morte por hipotensão, choque e parada
cardio-respiratória. Na inalação significativa pode causar pneumonia e edema
agudo dos pulmões.
Cloreto Férrico - solução
Riscos à saúde: nos olhos pode causar queimaduras graves e possível
perda da visão, na pele pode causar queimaduras graves; para as vias
respiratórias, seu vapor é extremamente irritante, se houver liberação de HCl;
Cloritos (íons clorito)
Gerado a partir da adição de água ao dióxido de cloro, esse por sua vez,
utilizado no tratamento de água. Na reação com a água, os íons clorito combinam
com metais formando sais solúveis, clorito de sódio. Reage rapidamente com
líquidos do organismo e por isso é irritante de mucosas como as de nariz,
garganta, brônquios e pulmões. Se ingerido pode causar irritação de boca,
esôfago e estômago. Não há
evidências de ser produto cancerígeno.
A concentração segura de cloritos na água potável é de 1mg/l.
Cloro (Cl2)
É um gás mais denso que o ar, liqüefeito quando comprimido, de cor amarelo
esverdeada e de odor acre, irritante, sufocante, asfixiante e característico. é
pouco solúvel em água. Pode combinar-se com a água ou o vapor e produzir fumos
tóxicos e corrosivos de ácido clorídrico. Os principais usos são na produção de
diversos compostos clorados orgânicos e inorgânicos, produção de compostos
cloretos metálicos, indústria de pesticida, esterilização e desinfecção da água
de beber, de piscinas e de sistemas industriais, agente alvejante na indústria
de papel e celulose, etc. Seu grau de Insalubridade (NR 15) é máximo. Seus
limites de tolerância são:
LT-MP ou TLV-TWA (ACGIH / 95-96) = 0,5 ppm, 1,5 mg/m3
LT-ECD ou TLV-STEL (ACGIH / 95-96) = 1 ppm, 2,9 mg/m3
LT-TETO ou TLV-CEILING = não estabelecido
LT-NR 15 (Brasil) = 0,8 ppm, 2,3 mg/m3
Toxicocinética e toxicodinâmica
Na exposição aguda o cloro é um poderoso irritante das vias
respiratórias, causando irritação da garganta, tosse intensa com espasmo
brônquico (constrição dos brônquios), sensação de sufocação por espasmo dos
músculos da laringe, dor retroesternal, depressão respiratória, sensação de
queimação no nariz, escarro sanguinolento e edema agudo dos pulmões. Essa
poderosa ação irritante nos pulmões é devida à formação de ácido hidroclórico.
Em concentrações de 1.000 ppm, é fatal após algumas inspirações profundas. O
cloro é corrosivo para os olhos, pele, vias respiratórias e membranas mucosas.
A morte, causada por inalação de elevadas concentrações, ocorre principalmente
por insuficiência respiratória e parada cardíaca devido a edema agudo pulmonar.
A broncopneumonia é geralmente uma complicação letal. (Quadro 1, abaixo).
Na exposição crônica, com o contato prolongado do organismo com
concentrações acima de 5 ppm resulta, pode resultar alterações pulmonares, como
bronquite crônica, distúrbios da função pulmonar; alterações oculares como
conjuntivite, queratite, blefarite; alterações digestivas como erosão do
esmalte e da dentina, falta de apetite, vômitos e pirose, além de distúrbios
gerais como emagrecimento, anemia, dor de cabeça e vertigens e alteração na
pele com o surgimento de bolhas e de acne clorada no contato direto. Nos olhos
seus vapores são irritantes podendo levar a queimadura, além de ação cáustica e
necrozante, conjuntivite, queratite e blefarite. O cloro líquido pode causar
ainda lesão ocular em caso de respingo. Geralmente quando uma planta utiliza
cloro em grandes quantidades, está localizada em grandes centros metropolitanos,
com densidade populacional elevada, gerando riscos não só para os trabalhadores
como também para a comunidade circundante.
Quadro de efeitos da exposição ao cloro conforme
concentração em ppm
CONCENTRAÇÃO DE CLORO (ppm)
|
EFEITOS
|
0,2 – 3
|
Limite de odor (pode surgir tolerância)
|
1 – 3
|
Moderada irritação de membranas
|
4
|
Máxima exposição no período de 1 hora
|
5 – 15
|
Moderada irritação das vias superiores
|
6
|
Irritação da garganta
|
30
|
Tosse intensa com dor torácica, vômito, dificuldade respiratória
|
40 – 60
|
Concentração perigosa em 30 minutos, pneumonia tóxica e edema pulmonar
|
50 – 100
|
Morte após 1 hora de exposição
|
430
|
Fatal após 30 minutos
|
1.000
|
Fatal após algumas inalações.
|
Fonte: Encyclopaedia of Occupational Health and Safety
Para o controle
da exposição e prevenção da intoxicação recomenda-se:
1.
Programa de treinamento em higiene, visando esclarecer
sobre os métodos de manuseio e utilização da substância e os riscos à saúde.
2.
Uso de equipamento de proteção: máscaras faciais,
óculos, luvas de borracha, roupa adequada como aventais, mangas compridas, etc.
3.
Dotar os locais com lava olhos, chuveiros e
respiradores autônomos em locais com possibilidade de altas concentrações.
Dióxido de cloro
É um gás
manufaturado de cor amarelo-avermelhada. É usado em tratamento de água e no
clareamento de papéis. Quando reage com a água forma íons clorito, composto
bastante reativo, gerando sais solúveis, como clorito de sódio. O produto é irritante
das vias aéreas superiores. O órgão americano OSHA determinou que o limite seguro
de concentração no ar é de 0,1 ppm, para 40 horas semanais de trabalho.
Fluossilicato de
Sódio ( pó ) Riscos à saúde: provoca irritação nos olhos, pele e no aparelho
respiratório. Se ingerido pode levar à morte. Por hipotensão, choque e até
parada cardio-respiratória.
Na inalação
significativa pode causar pneumonia e edema agudo dos pulmões.
Hipoclorito de
Cálcio
Riscos à saúde:
irritante respiratório pela liberação de cloro gasoso; inalações severas podem
levar a casos graves. irritante das mucosas em geral. Irritante também para
pele e olhos.
Hipoclorito de
Sódio (líquido) Riscos à Saúde: provoca queimaduras nos olhos com possível
perda da visão, na pele pode causar queimaduras graves e no aparelho
respiratório pode causar irritações. No caso de ingestão provoca irritação da
mucosa digestiva.
Sulfato de
Alumínio (líquido) Riscos à saúde: Irritação nos olhos e na pele provoca
irritação local em contato prolongado.
Sulfato Ferroso
Clorado
Riscos à saúde:
para olhos e pele pode causar irritação quando em contato. A ingestão causa
irritação gástrica e intestinal conseqüente à ação corrosiva direta dos sais de
ferro sobre a mucosa gástrica e a seguir sobre a mucosa intestinal. Provoca vômitos
escuros, hematêmese (sangramento pela boca), dores abdominais e diarréia com
fezes escuras. Em casos graves pode causar a morte por choque hipovolêmico
(redução de
volumes de líquidos no organismo, com queda grave da pressão arterial).
Alguns produtos
químicos poderão resultar do processo de tratamento de água.
Dentre eles
abordamos:
METANO (CH4)
(metilidreto)
No tratamento de
água pode estar presente em poços de visita e tanques esvaziados para reparos.
É classificado como asfixiante simples e quando presente em altas concentrações
reduz a pressão parcial de oxigênio, deslocando da atmosfera de respiração o
oxigênio disponível, provocando hipóxia (baixa oxigenação). Como todos os gases
asfixiantes é incolor. O metano não tem odor. Não tem grau de insalubridade
definido na NR 15, por ser asfixiante simples, assim como não tem LT
estabelecido,
pois o dado mais importante é a concentração de oxigênio no ambiente, que deve
ser igual ou superior a 18% por volume nas condições normais de temperatura e
pressão.
Toxicocinética e
toxicodinâmica
Na exposição
aguda, num ambiente com baixas concentrações de oxigênio surgem efeitos no
organismo. A concentração de oxigênio no ar para que não ocorram sintomas de
asfixia não deve ser inferior a 18% por volume. Concentração de oxigênio inferior
a 11% provoca perda de consciência. Concentração abaixo de 6% causa parada
respiratória e morte. A baixa concentração de oxigênio provocada pelos asfixiantes
simples leva ao aparecimento de distúrbios em diversos sistemas orgânicos. No
sistema cardiovascular surgem arritmias, hipotensão, isquemia (risco de infarto
do miocárdio) e parada cardíaca. No sistema respiratório surgem hiperventilação
e cianose (cor arroxeada da pele e mucosas). No sistema nervoso central surge
dor de cabeça, sonolência, confusão mental, tontura, perda de memória e
inconsciência. No sistema digestivo surgem náuseas e vômitos. A exposição da
pele a asfixiantes na sua forma liqüefeita provoca queimaduras por hipotermia.
Na exposição
crônica podem surgir dor de cabeça, tontura, irritação da garganta e tosse.
Saliente-se o
risco de explosão em atmosfera contendo o gás metano.
Para controle da
exposição e prevenção da intoxicação devem ser providenciadas a garantia de boa
ventilação dos locais de trabalho, insuflação/exaustão de ar, antes de início
de trabalhos em local com presença de metano. Assegurar concentração de oxigênio
mínima de 18%. Uso de EPI/EPR, além de luvas. Devem ser formalmente proibidos o
hábito de fumo e/ou o porte de materiais que possam gerar fagulhas em locais
com o gás.
Riscos
Ergonômicos
1. Esforço físico na utilização repetida de equipamentos pesados tais como
garfos para retirada de resíduos sólidos de maior volume como a que ocorre nos setores
de tratamento preliminar de água.
2. Trabalho noturno nas centrais de controle.
3. Trabalho solitário, principalmente em reservatórios, expondo os
trabalhadores a atos de violência decorrentes da falta de segurança pública,
submetendo-os à possibilidade de adoecimento agudo, situação em que o
atendimento emergencial pode retardar-se de modo a comprometer seriamente sua
saúde.
4. Esforço repetitivo de digitação para acionar sistema informatizado, nos
setores de telemarketing/reclamações/atendimento ao público.
Como medidas de
segurança recomenda-se:
1. Realizar a análise ergonômica do trabalho contemplando todas as
atividade que envolvam riscos dessa natureza. No documento deverá constar claramente
as recomendações a serem adotadas com cronograma de execução.
2. Fazer adequado acompanhamento médico para verificar adoecimento decorrente/agravado
por trabalho noturno. Os dados alterados deverão compor o Relatório Anual do
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, devendo surtir
efeitos nas normas gerais da empresa no combate/controle de fontes de
adoecimento no trabalho.
3. Mecanizar processo de levantamento de resíduos recolhidos em grades de tratamento
preliminar de água.
4. Manter equipes com no mínimo 2 trabalhadores, independentemente do local
de prestação de serviços e do conteúdo das tarefas prescritas.
5. Instituir rotatividade de tarefas e de pausas em trabalhos com
monotonia/repetitividade.
Orientações
Complementares
1 - O transporte
de produtos perigosos - PP deve atender integralmente à legislação em vigor,
notadamente no que se refere ao horário (às vezes, exclusivamente noturno) e
rota (fora do perímetro urbano) de tráfego, à sinalização do veículo, ao porte,
pelo motorista e auxiliares, de ficha de emergência do produto, fornecimento de
kits de emergência. Para mais informações sobre transporte de produtos
perigosos, fichas de
emergências,
sinalização de veículos, etc., ver o glossário deste documento. Deve proceder-se
também ao adequado treinamento, incluindo simulações, avaliação médica e
psicológica do motorista e auxiliares, se houver.
2 - Para atender
as situações em que as medidas de proteção coletiva sejam tecnicamente
inviáveis e/ou estejam em fase de implantação, a empresa deverá elaborar um
Programa de Proteção Respiratória - PPR, que contenha no mínimo:
- Especificação
de equipamentos de proteção respiratória - EPR a serem indicados, adotando-se
critérios de avaliação prévia definidos IN 01/94, bem como avaliação da
eficácia e conforto dos equipamentos de proteção disponíveis no mercado;
- Procedimentos
operacionais para uso, guarda, higienização e reposição dos respiradores
utilizados;
- Programa de
treinamento que contemple: os riscos respiratórios existentes, medidas de
controle coletivo e organizacional existentes e que estão sendo adotadas com o
objetivo de minimizar ou eliminar o risco; funcionamento, características e
limitações dos respiradores fornecidos; colocação dos respiradores, teste de
vedação e eficiência dos EPR; proteção respiratória em situações de emergência.
3 - Para atender
as situações de trabalho em que houver exposição a níveis de ruído igual ou
maior do que 80dB(A), conforme avaliações ambientais a serem realizadas (dosimetria
de no mínimo 75% da jornada efetiva de trabalho), ou quando houver indicativos
de perda auditiva induzida pelo ruído – PAIR, a empresa deverá elaborar um
Programa de Conservação Auditiva - PCA, que abrangerá todos os trabalhadores envolvidos.
O PCA deverá compreender no mínimo:
·
Ser documento escrito, a ser mantido à disposição
da fiscalização, em que estarão explicitadas as medidas a serem adotadas, com
cronograma de adoção, incluídas as medidas de ordem geral (que conserve o
ambiente de trabalho abaixo do nível de ação da NR 9) e de organização do
trabalho (afastar fisicamente o ruído do trabalhador ou diminuir seu tempo de
exposição), utilizando os conhecimentos do SESMT, se houver.
·
Revisão dos EPIs que estão sendo utilizados,
implantando outros se necessário, visando adequar a proteção aos níveis de
exposição, contemplando o critério de escolha individual do EPI a ser utilizado
(avaliar opinião do usuário no quesito conforto), com o devido treinamento
sobre o uso, finalidades, vantagens,limitações, necessidades de troca, etc.,
utilizando-se os conhecimentos do SESMT, se houver. Estabelecer-se-á normas
para o correto fornecimento, uso, guarda, higienização, conservação e
reposição, consignando alterações e normas
no documento.
·
Definição de sistema de acompanhamento audiométrico
dos trabalhadores incluídos no programa, tomando por base, no mínimo, o que
está explicitado no anexo I do Quadro II da NR 7, designando profissionais que
realizarão os exames (audiometria aérea ou outros testes que se fizerem
necessários, meatoscopia, etc), sua periodicidade, os critérios para
diagnóstico de perda auditiva e/ou seu agravamento, conduta a ser adotada nos
casos ocupacionais e nos não ocupacionais, indicações de afastamento do
trabalho, emissão de CAT e encaminhamento à Previdência Social;
·
Estabelecimento de critérios e mecanismos de
acompanhamento das medidas de proteção adotadas, considerando dados de
avaliações do ambiente e de controle médico.
·
O programa deverá estar em permanente manutenção
para identificar que ações são necessárias para corrigir deficiências constatadas
e para indicar alterações nas ações previstas, inclusive aquelas provocadas
pelas mudanças no processo produtivo, na legislação, pela introdução de novas
tecnologias, etc. Os documentos gerados deverão ser mantidos à disposição da
fiscalização.
4 – Elaboração
de protocolo de procedimentos para atendimento a quaisquer tipos de acidentes,
incluindo encaminhamentos nos casos em que for necessária assistência médica
imediata ou não.
5 – Conteúdo
mínimo de Planos de Contingências para atendimento de emergências com produtos
químicos, notadamente os perigosos - PP:
·
Critérios para aquisição e disponibilização de EPI
e EPC - Equipamento de Proteção Coletiva.
·
Aquisição e instalação, com correta manutenção de
alarmes automático e manual, além de detetor portátil de vazamento de gases. O
uso de amoníaco pode servir para verificar possíveis vazamentos, pois o cloro
em contato com amônia forma fumaça branca de fácil visualização. Nesse tipo de
teste é fundamental que o trabalhador porte adequado sistema de proteção individual
e que tenha recebido treinamentos adequados.
·
Sinalização a ser implantada, constando dados de
advertência, rotas de fuga, assim como a orientação para ampla divulgação de
serviços telefônicos de apoio nas situações de urgência/emergência, que atendam
a região onde estiver instalada a empresa usuária do(s) produto(s) químicos.
·
Formação de brigadas de emergência, treinadas para
combater vazamentos, evacuar áreas, prestar primeiros socorros, acionamento de
auxílio externo.
·
Treinamento de todos os empregados envolvidos em
tarefas nas ETA, vigilantes e encarregados de receber visitas, mantendo
documentação mínima referente a cuidados de acordo com a gravidade, intensidade
e duração de exposição de vítimas, se houver, incluindo recomendações para
atendimento médico já que
·
poucos hospitais e serviços de saúde têm setores
especializados no tratamento de pacientes com intoxicações exógenas, sistemas
de comunicação de emergência com órgãos e áreas possivelmente envolvida s.
Deverão ser realizados treinamentos com simulação de situações de emergência.
·
Incluir nos roteiros de visitas informações
relativas à segurança e procedimentos a serem adotados em caso de vazamentos.
6.- Para
trabalhos executados em logradouros públicos deverão ser garantidas condições
mínimas de conforto para satisfazer necessidades fisiológicas, por exemplo a
instalação de unidades de apoio móveis ou não.
Tratamento de
Esgoto
O objetivo das
plantas de tratamento de esgoto é o de eliminar maior
quantidade
possível de contaminantes sólidos, líquidos e gasosos, dentro das possibilidades
técnicas e econômicas. O processo apresenta muitas variações mas fundamenta-se
principalmente em sedimentação, coagulação, condensação, desinfecção, aeração,
filtração e tratamento de lodos.
Apresentamos
como exemplo as etapas de dois modelos básicos de Estação de Tratamento de
Esgoto – ETE
1 – Sistema
Aeróbio
Elevatória de
esgoto bruto com bombas tipo parafuso.
·
Tratamento Preliminar
·
Gradeamento mecânico para retirada de resíduos com
diâmetro maior que 2 cm (dois centímetros).
·
Desarenador para separação de material inorgânico
(remoção de areia).
·
Tratamento Primário
·
Decantador primário para remoção de sólidos em
suspensos por gravidade
Tratamento
Secundário
·
Tanque de Aeração (reator biológico) onde se processa
insuflação mecânica de ar para propiciar adequadas condições para ação bioquímica
de microrganismos aeróbios.
·
Decantador secundário onde o lodo é sedimentado por
gravidade.
·
Estação elevatória de recirculação de lodo.
·
Tratamento do lodo
·
Adensador de lodo.
·
Elevatória de lodo adensado.
·
Prensa desaguadora (ou qualquer outro equipamento
de desaguamento de lodo) para desidratar o lodo adensado com ou sem auxilio de produto
floculante.
·
Sistema de calagem onde se processa a desinfecção
do lodo prensado.
·
Lagoas de secagem e armazenamento de lodo.
Outros
·
Canal de descarga do efluente final.
·
Medidor de vazão (calha Parshall)
·
Laboratório de análises – para testes de pH, série
de sólidos totais, fixos e voláteis, sólidos suspensos fixos e voláteis,
sólidos dissolvidos, teste de demanda bioquímica de oxigênio (DBO5) e demanda
química de oxigênio (DQO). Estes testes são realizados em cada uma das etapas
do processo.
2 – Sistema
Anaeróbio
Tratamento
preliminar o composto de
grades para remoção de resíduos sólidos de maior porte e desarenadores.
Tratamento
Primário
·
Decantadores primários – dotados de ponte raspadora
rolante para arrastar o lodo com controle automatizado.
Tratamento
Secundário
·
Digestores anaeróbicos – tanque fechado dotado de
válvulas para exalação de gases que se formam no processo (metano) que não tenham
sido drenados para a queima em “flares”.
Tratamento do
Lodo
·
o Digestores
secundários – tanques abertos.
·
o Setor de
Desidratação – local com uso de emulsão catiônica para desidratar o lodo.
·
Aterro de lodo.
·
Laboratório de análises – para testes de pH, série
de sólidos totais, fixos e voláteis, sólidos suspensos fixos e voláteis,
sólidos dissolvidos, teste de demanda bioquímica de oxigênio (DBO5) e demanda
química de oxigênio (DQO). Estes testes são realizados em cada uma das etapas
do processo.
Riscos
no Trabalho em Estações de Tratamento de Esgoto - ETE:
Os riscos
associados a cada processo variam de acordo com a planta de
tratamento e com
os produtos químicos utilizados em cada um deles, mas podem ser divididos em
físicos, químicos, ergonômicos, biológicos e de acidentes. Para prevenir ou
reduzir os impactos sobre a saúde do trabalhador é necessário identificar,
avaliar e controlar os riscos.
Riscos Físicos:
·
Radiação não-ionizante pela exposição ao sol para
trabalhos a céu aberto e nos trabalhos de solda em oficinas de manutenção.
·
Ruído proveniente de máquinas e equipamentos
(bombas de elevatórias, aeradoras, bombas de captação, etc.
·
Umidade.
·
Situações em que o Índice de IBUTG pode estar acima
do limite de tolerância, tais como trabalho a céu aberto, ambientes sem
ventilação adequada.
É necessária a
adoção de medidas. Assim recomenda-se:
·
Fornecimento de proteção contra a exposição ao sol
para tarefas com postos de trabalho fixos, tais como toldos, guarda-sol com
haste flexível para possibilitar adaptação ao posicionamento do sol durante o
dia.
·
Alternância de tarefas de modo a reduzir a
exposição ao sol.
·
Fornecimento de cremes cutâneos contendo fatores de
proteção contra raios ultravioleta “A“ e “B”, com potencial de proteção a ser
definido pelo médico coordenador do Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional - PCMSO. Fornecimento de anteparos executados em material incombustível
para proteção de trabalhadores circunvizinhos aos trabalhos com solda e de equipamentos
de proteção individual, para o soldador propriamente dito, promovendo seu
adequado acompanhamento médico no que se refere à realização de radiografia de
tórax e espirometria, por tratar-se de fonte de exposição de aerodispersóides
não fibrogênicos.
·
Realização de dosimetria de ruído, de no mínimo 75%
da jornada efetiva de trabalho, para avaliar a real exposição de trabalhadores
ao risco. Em casos em que ficar comprovada dose maior ou igual a 80 dB(A),
deverá a empresa instituir o Programa de Conservação Auditiva – PCA. Na
impossibilidade técnica de redução da geração/propagação/exposição ao ruído,
adotar-se-á o uso de EPI, cuidando-se para que ofereçam a proteção requerida.
·
Quanto à umidade deve ser exigida a ênfase ao exame
dermatológico por ocasião de quaisquer avaliações médicas, assim como a adoção
de adequadas medidas de proteção individual.
·
Avaliação adequada das condições de conforto
térmico, adotando-se medidas tais como alternância de tarefas, feitas em locais
com maior conforto térmico, fornecimento satisfatório de líquidos, etc.
Riscos de
Acidentes
·
Explosões em atmosferas contendo metano e H2S, tais
como em reatores anaeróbicos e em espaços confinados (poços de visita - PV,
valas subterrâneas, locais de instalações de registros, tanques de sedimentação
esvaziados para reparos).
·
Registre-se ainda o risco de explosões nos
trabalhos em oficinas de manutenção com uso de .equipamentos de solda
oxi-acetilênica sem adequada inspeção periódica/conservação de cilindros de
gases.
·
Operação de máquinas ou partes delas (equipamentos
de mistura, rastelo para lodos, bombas e seus dispositivos mecânicos,
principalmente, se acionados inadvertidamente em momentos de manutenção).
·
Contusões e quedas (pelas diferenças de nível e
umidade no solo).
·
Soterramento em obras de construção e reparação de
redes de esgoto.
·
Acidentes por atropelamento, pelo desempenho de
tarefas em vias públicas.
·
Acidentes de trânsito, tais como abalroamento, em
atividades externas em que o trabalhador desloca-se em veículos particulares ou
da empresa.
·
Choques elétricos em escavações em virtude de
contato inadvertido com redes elétricas subterrâneas energizadas, em
equipamentos não aterrados.
·
Picadas de animais peçonhentos nos trabalhos de
entrada em poço de visita (PV), em atividades de capina de áreas verdes de
estações de tratamento.
·
Afogamento por queda em tanques de tratamento de
esgotos.
·
Trauma por queda de materiais, tais como tubos,
manilhas, sacarias, nos procedimentos de carga, descarga e armazenamento.
Via de regra
entende-se como espaço confinado os locais com meios limitados de entrada e
saída, que não foram planejados para permanência continuada de pessoas e que
carecem de ventilação adequada, existindo o risco quando se associa escassez de
oxigênio, a presença de produto ou resíduo químico tóxico e ainda de material
inundante como a
água.
Como medidas de
segurança recomenda-se:
·
Averiguação prévia da concentração de oxigênio e da
presença de gases tóxicos antes de se adentrar o espaço confinado,
providenciando-se ventilação/exaustão mecânica adequadas (por exemplo
insuflação/exaustão de ar) para correção das não conformidades, se necessário.
É fundamental a certificação de que não estarão sendo insuflados gases e outros
resíduos emanados de geradores ou de motores de ventiladores Adequado
treinamento de trabalhadores quanto a medidas de segurança para adentrar locais
confinados, incluindo a suspensão dos trabalhos nos casos em que persistirem condições
inadequadas para a execução das tarefas prescritas. Manter equipe composta por
no mínimo 3 pessoas, autorizadas a laborar mediante Permissão para Trabalho -
PT.
·
Utilização completa e correta de EPI. No caso de
trabalhos em poços de visita o uniforme deverá ser impermeável, constituído de
peça única para não permitir solução de continuidade, que poderia expor a pele
do trabalhador em contato com animais peçonhentos.
·
Adequada sinalização do local, especialmente em se
tratando de trabalhos em vias públicas.
·
Treinamento em direção defensiva para trabalhadores
que utilizam veículos.
·
Adoção de procedimentos/sistemas de controle
(programas
·
bloqueio/advertência) que impossibilitem o
acionamento inadvertido de máquinas em manutenção, como por exemplo a máquina
ser novamente acionada pelo encarregado de seu reparo, ou ainda a instalação de
bloqueio físico da área de religação de equipamentos.
·
Emissão de ordens de serviço e/ou de procedimentos
operacionais a serem adotados para manutenção de máquinas, procedendo aos
pertinentes treinamentos de trabalhadores.
·
Instalação de proteção coletiva nos locais com
riscos de queda e, na impossibilidade técnica confirmada, fornecimento e
exigência de uso de EPI.
·
Garantia de que as instalações elétricas estejam
desenergizadas nos trabalhos de manutenção em máquinas e equipamentos e em
trabalhos em valas.
·
Adoção de medidas adequadas quanto ao prévio estudo
do solo, adequado escoramento de valas e deposição de resíduos delas retirados,
etc.
·
Proibição do fumo e porte de equipamentos capazes
de gerar fagulhas e faíscas nos locais com possibilidade da existência de gases
explosivos.
·
Realização de inspeção periódica de cilindros de
gases em equipamentos de solda oxi-acetilênica.
·
Adoção de procedimentos operacionais padronizados, com
adequado treinamento de trabalhadores, quanto à sinalização e isolamento de
áreas sob içamento, transporte e empilhamento de materiais.
Riscos
Biológicos
Procedem
principalmente da exposição a microrganismos presentes nos
resíduos humanos
e de outras espécies animais. Quando se utiliza processo de aeração para
tratamento de resíduos esses microrganismos podem estar dispersos no ar representando fonte de
contaminação. A situação de risco pode assumir maiores proporções quando do
extravasamento de esgoto.
Os principais
microrganismos presentes são fungos, bactérias e vírus que podem causar
enfermidades agudas ou crônicas. Dentre as enfermidades agudas predominam as
doenças infecciosas diarreicas, hepáticas e respiratórias. As crônicas são
representadas principalmente pela asma brônquica e pela alveolite alérgica.
Como medidas de
segurança recomenda-se:
·
As empresas devem propiciar condições adequadas
para cuidados rigorosos com a higiene pessoal, incluindo banho ao término da
jornada de trabalho, fornecimento de uniformes para troca diária, com
higienização a cargo da empresa, pois nesses serviços deverão ser entendidos
como equipamento de proteção individual – EPI, além da disponibilização de
vestiários dotados de armários individuais de compartimento duplo, com sistemas
isolados para
·
recepção da roupa suja e uso de roupas limpas.
·
Para trabalhos executados em logradouros públicos
garantir condições mínimas de conforto para satisfazer necessidades
fisiológicas, por exemplo com a instalação de unidades de apoio móveis ou não.
·
Elaborar protocolo de imunização, com prévia
avaliação sorológica dos trabalhadores com possibilidade de exposição aos vírus
das hepatites, ou outras doenças passíveis de proteção por meio de vacinação,
aprovada pela autoridade competente.
·
Promover adequado acompanhamento médico, incluindo
a realização de exames parasitológicos e microbiológicos de fezes, sorologia
para leptospirose e hepatites, etc. por ocasião das avaliações médicas.
·
Adotar medidas de proteção coletiva contra quedas
em tanques de tratamento de esgoto (guarda corpo).Quando for tecnicamente
comprovada a impossibilidade de adoção de proteção coletiva, utilizar-se-á
sistema adequado de proteção individual.
·
Proteção respiratória e ocular para
aerodispersóides de material orgânico proveniente dos reatores aerados.
Riscos Químicos
Pelo uso de
cloro, líquido (HCl) e gasoso (Cl2) nos processos de coagulação, condensação,
desinfecção e tratamento de lodos. O cloro gasoso pode ocasionar, inclusive em
pequenas concentrações, alterações em vias aéreas em conseqüência da formação
de ácido clorídrico. As alterações vão de irritação até a síndrome de
sofrimento respiratório do adulto, e ao edema agudo de pulmão em concentrações
de 40 a 60 ppm, sendo fatal após 1 hora de exposição a concentrações de 50 a
100 ppm. O cloro líquido pode causar lesão ocular em caso de respingo. Causa
ainda alterações cutâneas como graves irritações e bolhas, além de acne
clorada, no contato direto. Nos olhos seus vapores são irritantes podendo levar
a queimadura, além de açãocáustica e necrozante, conjuntivite, queratite e
blefarite. As alterações digestivas são erosão do esmalte e dentina, anorexia,
vômitos e pirose. Provoca também, emagrecimento, anemia, vertigens e cefaléias.
Geralmente quando uma planta utiliza cloro em grandes quantidades, está
localizada em grandes centros metropolitanos, com densidade populacional
elevada, gerando riscos não só para os trabalhadores como também para a
comunidade circundante.
Pelo uso de
ozona, nos processos de coagulação, condensação, desinfecção e tratamento de
lodos. Provoca irritação ocular, nasal e de pulmões, ressecamento oral e tosse.
Em concentrações mais elevadas provoca dor torácica, dispnéia, edema pulmonar e
broncopneumonia. Exposições a concentrações entre 0,6 a 0,8 ppm por duas horas
podem causar insuficiência respiratória grave 24 horas após.
Exposição a gás
sulfídrico (H2S) e gás metano (CH4) gerados pela decomposição do material
orgânico. O gás sulfídrico tem odor característico (ovo podre), mas a detecção
olfativa não é confiável em razão da fadiga olfativa que ocasiona. Causa
irritação ocular, conjuntivite, perda do olfato. Em concentrações de 200 a 300
ppm, pode ocasionar inconsciência, hipotensão, edema pulmonar, convulsões.
Exposição por 1 minuto a 900 ppm causa inconsciência e morte. O H2S interfere
bioquimicamente inibindo enzimas contendo metais essenciais no transporte de
oxigênio, resultando asfixia e morte.
·
Atmosfera IPVS (imediatamente perigosa à vida e à
saúde) para exposições a concentrações iguais ou superiores a 100 ppm de H2S. Em
concentrações mais baixas é irritante das vias aéreas, gerando também dores de
cabeça e conjuntivite.
·
O gás metano compete com o oxigênio reduzindo sua
concentração no ambiente, representando risco de asfixia, além de poder
ocasionar explosão na presença de fagulha ou fonte de ignição.
·
Produtos químicos utilizados nos laboratórios de
análises.
·
Contato com óleos, graxas e solventes nas
atividades de manutenção de máquinas, tanto as de uso exclusivo do setor quanto
aos veículos de transporte.
·
Exposição a inseticidas, incluídos os do grupo dos
organofosforados, nas tarefas de limpeza e manutenção de redes de esgoto.
Como medidas de
segurança recomenda-se:
·
Instituir Planos de Contingências e Controle de
Emergência para situações de vazamento de produtos tóxicos.
·
Elaborar e implementar Programa de Proteção
Respiratória PPR em conformidade com a Instrução Normativa n.1 de 11 de abril
de 1994 e tomando por base o Manual do Programa de Proteção Respiratória da
Fundacentro - Recomendações, Seleção e Uso de Respiradores.
·
Elaborar programa de treinamento em higiene visando
esclarecer sobre os métodos de manuseio e utilização de substâncias e seus
riscos à saúde.
·
Providenciar enclausuramento ou isolamento dos
processos de adição de produtos tóxicos aos efluentes a serem tratados.
·
Instituir sistema de ventilação e exaustão em
locais com possibilidade de vazamentos de produtos químicos.
·
Instalação de chuveiros e lava-olhos em locais com
possibilidade de vazamento/exposição a produtos químicos.
·
Proibição formal de fumo durante trabalhos em
locais confinados ou com possibilidade de conter metano, pelo risco de efeito
somatório agravante(monóxido de carbono e metano) de condição de baixa
concentração de oxigênio, além do risco de desencadear incêndio/explosão.
·
Disponibilizar conjuntos respiratórios autônomos
para situações emergenciais, promovendo o adequado treinamento para seu uso.
·
Estudar a viabilidade técnica da substituição de
ozona por produtos menos tóxicos (hipoclorito líquido e radiações
ultravioleta).
·
Substituir solventes e óleos por produtos menos
tóxicos e uso de cremes de proteção água-óleo resistentes.
·
Promover adequado acompanhamento médico,
especialmente em empregados encarregados de realizar tarefas de limpeza de redes
de esgoto.
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