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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Memória Biográfica de Jornalistas e Radialistas que Marcaram Época



Othelino Nova Alves
Em 15 de Outubro de 1911, nascia Othelino Nova Alves, o mais novo jornalista, advogado e idealista da história de São Luís. Assassinado no auge de sua carreira, tornou-se um mártir para a imprensa maranhense.
Apaixonado pela profissão, Othelino Nova Alves foi um dos jornalistas mais experientes do Maranhão. Para ele, o jornalismo era um instrumento de luta libertária. Othelino vivia como um ‘Dom Quixote’, sonhando com a pátria livre, mas pagou um preço alto por esse sonho Ao longo da carreira foi muitas vezes agredido, violentado, preso, julgado, seqüestrado e terminou tombando morto na praça João Lisboa, com seis tiros desferidos pelo ex-delegado de polícia, Tupinambá Moscoso, no dia 30 de setembro de 1967.

Othelino Nova Alves morreu pela profissão e ficou conhecido como o Mártir da Imprensa. No local do crime, foi erguido um busto em sua homenagem e o calçadão entre as praças João Lisboa e Pedro II foi denominado “Espaço da Liberdade Othelino Nova Alves”, por iniciativa da Câmara Municipal e da Prefeitura de São Luís.

Homem estudioso, Othelino revelou-se também um grande advogado, dedicando-se à causa de pessoas humildes. Combateu regimes totalitários e escreveu vários artigos, os quais representavam sua filosofia de vida. Entre eles, dois marcaram sua vida profissional. Um deles foi “No Pantheon não existe lugar para os parlapatans”. O outro expressava fortemente seu sentimento: “Nem mesmo em sonho bajulei alguém”.

Othelino Nova Alves foi fundador e presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Luís e, por muitos anos, dirigente da Federação Nacional dos jornalistas no Estado. Ele representou a categoria em congressos e convenções internacionais com destacada atuação, foi correspondente dos principais jornais, revistas e agências de notícias do Brasil, exercendo a função em vários Estados.

Trabalhou no Jornal do Povo, de Neiva Moreira e no Jornal Pequeno, de Ribamar Bogéa - outra figura emblemática do cenário jornalístico. Neste último, foi redator-chefe e assinava também a coluna ‘Na Liça’ (leitura obrigatória de poderosos e oprimidos).

Othelino Nova Alves tinha uma postura de independência e passou por várias experiências marcantes. Uma delas foi quando denunciou um senador em sobral, no Ceará. Como retaliação, Nova Alves levou um tiro que lhe perfurou o peito, mas logo se recuperou do ferimento

Homem digno, Othelino Nova Alves repudiava o jornalismo da bajulação, da subserviência. Para ele, a profissão era um instrumento de valorização para projetar uma sociedade próspera e mais justa.

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