Tabela 4.1 - Classificação dos
materiais isolantes em relação à sua estabilidade térmica em serviço (NBR 7034)
Classe
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Temperatura
máxima admissível em serviço
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Y(O)
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90°C (algodão,
seda e papel sem impregnação)
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A
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105°C (idem
impregnados)
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E
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120°C ( alguns
vernizes, esmaltes e fibras)
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B
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130°C (mica,
asbesto com aglutinante, EPR)
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F
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155° C (mica, fibra
de vidro com algutinante)
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H
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180° C (elastômeros
de silicato)
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C
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> 180°C
(porcelana, vidro, quartzo, cerâmicas)
|
Reconhece-se que os materiais isolantes poderão não suportar
as temperaturas a eles atribuídas na classificação se estas forem mantidas
durante tempo ilimitado. Essas temperaturas todavia são tais que permitirão uma
duração adequada do material se forem mantidas durante longos períodos de tempo
com temperatura mais baixa.
As normas de equipamento elétrico especificam geralmente a
elevação de temperatura permissível acima do ar ambiente ou de outro meio
refrigerante.
4.3.1 - Isolantes gasosos
O isolante gasoso de maior uso é sem dúvida o ar,
excetuando-se algumas aplicações de gases especiais, notadamente o SF6,
hexafluoreto de enxofre.
O ar, como isolante, é amplamente usado entre todos os
condutores sem isolamento sólido ou líquido, como, por exemplo, nas redes
elétricas de transmissão e eventualmente de distribuição, onde os condutores
são fixados a certa altura através de cruzetas, ou de braços, os quais, fixos a
postes ou torres, são equipados com isoladores (de porcelana, vidro ou resina
com borracha). Entre esses condutores nus, o isolamento é somente o ar, de tal
modo que o afastamento entre os fios ou cabos é, entre outros fatores,
conseqüência da rigidez dielétrica do ar. Esse valor varia acentuadamente com as
condições de umidade, impurezas e temperatura. Seu valor a seco e limpo, a
20oC, é de 45kV/mm; decresce, entretanto, rapidamente, a 3kV/mm, sob ação da
umidade, de contaminações provenientes de poluição, da pressão atmosférica e da
temperatura, fatores normais no ambiente externo e, conseqüentemente, esse
valor precisa ser considerado nos projetos.
O afastamento entre condutores não é, porém, apenas função
das características elétricas, mas também das mecânicas e de agentes, tais como
ventos e outros, que vão determinar, em conjunto, a menor distância entre dois
cabos.
Outro gás de uso bastante recente é o já mencionado
hexafluoreto de enxofre, cujas características são apresentadas a seguir:
Peso molecular: 146,05
Condutividade térmica à pressão atmosférica: 1,4W/cmK a 40°C
Viscosidade (em CP) à pressão atmosférica: 0,015 a 25°C
Capacidade de ruptura: 100A à 1 atm. de pressão
Fator de perdas: tg ơ < 10-3a – 50°C
tg ơ < 2 x 10-7a
25°C
Tensão de ruptura: 125kV a 2 atmosferas de pressão com
afastamento de 10mm.
4.3.2 - Isolantes líquidos
Os isolantes líquidos atuam geralmente em duas áreas, ou
seja a refrigeração e a isolação. Seu efeito refrigerante é o de retirar o
calor gerado internamente ao elemento condutor, transferindo-o aos radiadores
de calor, mantendo, assim, dentro de níveis admissíveis o
aquecimento do equipamento.
No uso diário destacam-se os isolantes líquidos enunciados a
seguir.
Óleo mineral Obtenção: obtém-se o óleo mineral a partir do
petróleo e, eventualmente, também de outros produtos sedimentares, sendo
constituído basicamente de misturas de hidrocarbonatos, gorduras e outras
deposições. Seu cheiro é desagradável, de coloração preto-azulada ou marrom, com
uma composição dependente do local em que é encontrado. Fundamentalmente se compõe
de:
- metana, ou óleos parafinados do qual se extrai 3 a 8% de
parafina sólida;
- nafta;
- mistura de dois anteriores.
Características
· Ponto de chama: aquecendo-se o óleo
gradativamente até temperaturas mais elevadas, começam a aparecer vapores. Por
ponto de chama se caracteriza uma certa temperatura, à qual os vapores formam
uma chama, se desses vapores aproximarmos uma chama de ignição. A chama formada
nos vapores porém, se extingue imediatamente após o afastamento da chama de
ignição.
· Ponto de queima: esse é um ponto
térmico superior ao anterior, no qual a chama já não se extingue mais, após
afastada a chama de ignição. Seu valor costuma ser 30 a 50 oC superior ao ponto
de chama.
· Ponto de ignição: é o valor de
temperatura, no qual os vapores se incandescem por si mesmos.
· Ponto de solidificação: é o valor de
temperatura, em que o óleo deixa de escorrer sob a ação do seu peso próprio,
tornando-se denso. O ponto de solidificação é um valor característico a baixas
temperaturas.
· Viscosidade: entende-se por viscosidade
a resistência existente entre duas camadas adjacentes de um líquido. O uso dos
óleos para determinadas aplicações técnicas depende acentuadamente do seu valor
de viscosidade. Assim, devem ser pouco viscosos, os óleos destinados a máquinas
leves e de alta velocidade, bem como os óleos para transformadores e
dispositivos de comando (disjuntores, interruptores). Já em equipamentos que
trabalham com pressões elevadas, é necessário o uso de óleos pesados (ou de
maior viscosidade). Óleos para máquinas de refrigeração e óleos isolantes,
usados em equipamentos ao ar livre, precisam ainda ter adequada viscosidade
quando da queda da temperatura ambiente.
· Coeficiente de acidez e de
neutralização: É a medida para ácidos orgânicos livres, existentes no óleo,
indicando a quantidade de KOH por miligrama (mg) que é necessária para
neutralizar a acidez de 1 g de óleo.
· Coeficiente de saponificação: Indica a
quantidade de KOH (em mg) necessária para eliminar ácidos e ésteres livres
ligados a ácidos, para cada grama de óleo (1 g óleo). O número de saponificação
é uma referência para determinar o envelhecimento ocorrido no óleo, ou senão, pode
servir para constatar a existência de óleos gordurosos no óleo mineral.
· Coeficiente de oxidação: É outro valor
indicativo do envelhecimento. Seu valor não deve ultrapassar 0,1%. O
coeficiente de oxidação depende do regime térmico em que o óleo vai trabalhar,
da ação de metais sobre as características do óleo e de outros agentes.
Os óleos minerais isolantes são processados através de uma
rigorosa purificação. Seu uso está concentrado nos transformadores, cabos,
capacitores e chaves a óleo. Estes óleos devem ser altamente estáveis, ter
baixa viscosidade (serem bastante líquidos), pois, além de sua função dielétrica
de impregnação, devem também transmitir o calor. Este é um dos problemas
típicos de transformadores, onde o óleo transfere para as paredes do tanque, o
calor gerado nos enrolamentos. Óleos mais densos não podem atender a essas
condições. No caso dos dispositivos de comando, o óleo deve fluir rapidamente
entre os contatos entreabertos, para extinguir rapidamente o arco voltaico. Em
cabos e capacitores, o óleo deve também fluir com facilidade, para impregnar
totalmente o papel isolante empregado, deslocando e eliminando assim a presença
de água e de bolsas de ar em produtos fibrosos, como é o caso dos papéis. Para
esse problema, a tensão superficial do líquido também deve ser suficientemente
baixa, tensão essa cujo valor depende do grau de purificação. Quanto maior o
grau de purificação, maior a tensão superficial.
A viscosidade recomendada em cada aplicação consta de normas
técnicas, devidamente relacionada com a temperatura, sobretudo a temperatura
máxima admissível. Assim, o ponto de chama varia de 130 a 145°C.
No caso de óleo para cabos, distinguem-se os papéis
impregnados com óleo (óleos grossos) e os cabos em óleo fluido (O.F.) (óleos
finos). A Tab. (4.2) apresenta alguns valores característicos desses óleos.
O fator de perdas de bons óleos isolantes, a 20°C, é de
aproximadamente 0,001, dependendo porém acentuadamente da temperatura. Para os
cabos, o tg ơ deve ser baixo,
para não provocar aquecimento excessivo da isolação do cabo. O mesmo vale para
capacitores.
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