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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

NR 13 -Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações - CONTINUIDADE - PARTE 11

16-  PROCESSOS DE SUPERAQUECIMENTO DE VAPOR

Para superaquecer o vapor empregam-se aparelhos denominados superaquecedores. Estes aparelhos normalmente aproveitam os gases da combustão para dar o devido aquecimento ao vapor saturado, transformando-o em vapor superaquecido.
  Este processo de superaquecimento seria impraticável nas caldeiras, pois quando a água evaporasse, os tubos se queimariam e também não haveria uma demanda suficiente na rede de vapor. Assim sendo, empregamos aparelhos destinados a elevar a temperatura de vapor sem prejuízo para a caldeira.
Os superaquecedores são construídos de tubos de aço em forma de serpentina, cujo diâmetro varia de acordo com a capacidade da caldeira. Estes tubos podem ser lisos ou aletados.
  Quando são instalados dentro das caldeiras eles se localizam atrás do último feixe de tubos, entre dois feixes de tubos, sobre os feixes de tubos ou ainda sobre a fornalha. A caldeira pode, também, apresentar o superaquecedor em separado. Neste caso, ele dependerá de uma outra fonte de calor para o aquecimento; onde normalmente se instala outra fornalha.
  As figuras seguintes mostram desenhos de diferentes tipos de tubos para os superaquecedores e diferentes superaquecedores.

17 - PURGADORES

 São dispositivos automáticos que servem para eliminar o condensado formado nas linhas de vapor e nos aparelhos de aquecimento, sem deixar escapar vapor.
  Os bons purgadores, além de remover o condensado, eliminam, também, o ar e outros gases incondensáveis que possam estar presentes, como o CO2.

17.1 Aplicação
  Os purgadores de vapor são importantes e mais usados em tubulação industrial. As razões são as seguintes:
  para eliminar o condensado formado nas tubulações de vapor em geral;
  para reter o vapor nos aparelhos de aquecimento do vapor (purgadores de calor, serpentinas de aquecimento, autoclaves, estufas, etc.), deixando sair, apenas, o condensado.
  Os purgadores para ar comprimido são instalados em linhas de ar para remover o condensado (água).

17.2 Classificação
    São classificados em três grupos.

  1º Grupo
  Tipos mecânicos – agem por diferença de densidade
}purgador de bóia
}purgador de panela invertida
}purgador de panela aberta

2º Grupo
  Termostático
}purgadores de expansão balanceada (fole)

  3º Grupo
  Especial
}purgador termodinâmico
}purgador de ar (ventoso)

1º Grupo
Purgador de Bóia
  Funciona com um orifício de saída de água sempre abaixo do mínimo. Havendo excesso de água ou condensado, o nível levanta e a bóia flutua abrindo a saída pelo orifício. A bóia se estabiliza numa posição em que a água que está entrando (com vapor) seja igual a água que está saindo.
  Esse tipo de purgador não deixa passar os gases existentes no sistema, pois o ar que nele entra não consegue sair: a descarga é contínua.
Purgador de Panela Invertida
  O condensado, ao entrar, projeta-se contra o fundo da panela invertida e qualquer entrada de ar poderá escapar pelo orifício “A”. O condensado acumula-se dentro do corpo do purgador e dentro da paneIa. Se a quantidade de condensado que entra no purgador é moderada, o orifício “A” é insuficiente para igualar as pressões “B” e “C” e, assim, o nível de água sobe mais rapidamente em “C” do que em “B”. Isto faz a panela flutuar e fechar a válvula.
  A medida que o condensador acumula, ele enche a parte externa da panela e, a medida que o orifício o permite, o nível sobe dentro dela.
 Quando acumula bastante água na panela, sua flutuação desaparece e o peso da panela a faz baixar, abrindo-se a válvula. A pressão do vapor “P” (na parte superior, dentro da panela), força, então, o condensado a sair pela válvula.
  Quando uma certa quantidade de água deixa a panela, a flutuação é restabelecida, fazendo-a subir e fechar a válvula. Está claro que a panela mantém o seu poder de flutuação enquanto o vapor ou o ar não aparecem. O ar escapa através de “A”, podendo, eventualmente, sair pela válvula e o vapor que escapa por “A” é condensado no corpo do purgador.
  A força que abre a válvula é o peso da panela; a força que fecha é a flutuação da mesma.
  Esse purgador é intermitente. Se o orifício “A” entupir, a purgador não funciona. Durante o período de acumulação de água no purgador, o vapor que sai por “A” deve condensar no topo do purgador (daí esta parte ser isolada) para permitir que o ar também saia da panela. Esse purgador é muito usado por suas boas qualidades, embora tenha que ser enchido de água no início da operação.
  A figura a seguir ilustra um purgador mecânico que funciona no sentido horizontal.
  Purgador de Panela Aberta
  É a flutuação da panela que fecha a válvula, conforme mostra a figura abaixo. Quando a válvula estiver fechada, a panela pode subir e, assim, o condensado vai acumulando até transbordar por cima da panela. Ao entrar água suficiente na panela, ela baixa e a pressão do vapor força o condensado a sair pela válvula que fica aberta, até que a flutuação da  panela feche novamente a válvula.
 No início da operação, deve-se encher a panela com água. O funcionamento é intermitente e sua flutuação faz fechar o purgador. No entanto, o ar que passa por ele não é purificado, pois fica aprisionado, prejudicando a operação.

2º Grupo
  Purgadores Termostáticos:
  São purgadores indicados para pressões de vapor saturado de 1 até 7 Kg/cm2 e temperatura até 170ºC.
  A ligação da descarga tanto pode ser na horizontal como em ângulo de 90º; neste caso é só mudar o bujão. 
São indicados para serviços leves, nas retiradas de condensados de cozinhadores, serpentinas, autoclaves, etc. Por seu tamanho e alta capacidade são muito práticos e fáceis de serem instalados. Esta deve ser feita, no mínimo, a um metro de saída do aparelho com um pequeno declive para o purgador.
  Observação: O purgador não deve ser instalado em ambiente em que haja a temperaturas externas elevadas, deve-se instalá-lo, sempre, em local de temperatura ambiente.
Os purgadores descarregam com o condensado, automaticamente, todo o ar ou gases não condensáveis que se encontrarem nas máquinas ou aparelhos em que forem instalados. Servem para qualquer pressão entre 1Kg a 25 Kg/cm2 e seu tamanho é reduzido, se comparado aos demais.
  Possuem um disco que trabalha dentro de uma câmara, abrindo ou fechando simultaneamente as passagens que dão para a entrada do vapor e para saída de condensado.

GLOSSÁRIO

 A
Aferição
ação ou efeito de aferir;
marca posta nas coisas aferidas
 Argamassa
cimento preparado com saibro, cal e água utilizado na construção civil.

 C
Costato
Corpo, estrutura
 Comburente
[do Lat. Comburente]
que queima;
que faz arder.

E
Escape
ato de escapar;
escapo;
saída, fuga;
escapadela;
espaço de tempo em que os gases provenientes da explosão são expelidos para o ar;
tubo por onde esses gases são expelidos.

Estaiados
Suportado por estais
Estais: Parafusos com rosca nas duas extremidades

G
Gaxetas
Vedador, selador

O
Operação Conjuntos
Em conjunto, em paralelo

R
Refratário
[do Lat. Refractariu]
resistente;
rebelde;
obstinado;
intransigente;
que pode permanecer em contacto com o fogo ou que suporta calor elevado sem se alterar;

T
Tubulão
Câmara de vapor; Tubo grande

Tampos
peça circular onde se entalham as aduelas das cubas, cascos, etc.;
peça que cobre a bacia dos aparelhos sanitários;
as partes anterior e posterior dos instrumentos de cordas;
parte horizontal das cadeiras, que serve para sentar, e das mesas, onde se colocam objetos;
tampa;
tampão (pele);

Turbilhamento
redemoinhar;
rodopiar;
formar turbilhão;
relativo a turbilhão
  
S
Seção elípitica
De forma oval, ovalizada

  V
Vazão
de vazar
ato ou efeito de vazar;
vazante;
vazamento, escoante;
quantidade de fluido fornecido por qualquer corrente líquida ou gasosa, na unidade de tempo;
caudal;
fig.,
saída;

Volatilidade
qualidade do que é volátil;
disposição dos corpos a passarem ao estado gasoso.

BIBLIOGRAFIA.

 }ALBORG Brasil. Curso de Operação de caldeiras Aalborg: AR-4N e AV-4. S.l: AALBORG Brasil, 1997. 16p.
}ATA COMBUSTÃO TÉCNICA. Manual de Istalação, operação e manutenção: Gerador de Vapor. Rio de Janeiro: s.e, [19--].118p.
}DISTRIBUIÇÃO de vapor. Cotia, SP: Spirax Sarco, [19--].28p.
}NANDRUP, Ingvar; NOVAES, Mario Solé de. Manual de operação de caldeiras de vapor. Rio de Janeiro: CNI, DAMPI, 1973. 90p.
}SENAI/RJ. Departamento Nacional. Curso básico de combustão, gás natural e operação de caldeiras. Rio de Janeiro: SENAI/RJ; Petrobrás, 1985. V.1 – Combustão e gás natural.
}SENAI/RN. Centro de Tecnologias do Gás. Curso básico em tecnologia do gás. Natal: SENAI/RN, 1997. 94p.
}SENAI/RJ. Departamento Nacional. Operador de Caldeiras: Caldeiras – Considerações gerais. Rio de Janeiro: SENAI/RJ, 1984. 

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