II. Fibras e respectivos tecidos. Nesta forma, obtêm-se
fitas, simples e combinadas com papéis, devidamente aglutinadas por meio de um
verniz de colagem. Comparativamente com fitas orgânicas, as de amianto são
duras, grossas e mal-acabadas. Por vezes, opta-se por uma mistura de fibras de
amianto com fibras orgânicas, para se obter um tecido mais flexível e que mesmo
assim ainda se destaque por um bom comportamento térmico. Mais recentemente,
tem-se usado também a fibra de amianto misturada com a fibra de vidro. Para
algumas aplicações elétricas especiais, usa-se o cimento de amianto, que
substitui com vantagem mármores e produtos semelhantes. Nesse caso, fibras de
amianto são misturadas com cimento e água, prensando-se a massa nas dimensões
desejadas. Devido a elevada higroscopia, é necessário aplicar verniz. O cimento
endurece e se liga rigidamente às fibras. Esse cimento, assim obtido, suporta
bem o calor e elevadas solicitações mecânicas, o que leva a seu uso como base
de chaves de manobra, câmaras de extinção do arco voltaico e paredes de
separação de fase.
Materiais da Classe da Borracha
Fundamentalmente podemos diferenciar entre borrachas
naturais e artificiais ou sintéticas.
A borracha natural é obtida a partir do látex, que é o
líquido retirado de certas plantas, e que, para seu uso industrial, sofre um
tratamento com enxofre e outros aditivos, dando origem à vulcanização da
borracha. Entretanto, com o desenvolvimento de borrachas sintéticas, a borracha
natural perdeu sua importância, sendo que, para as aplicações elétricas, são
válidas, hoje, praticamente apenas as borrachas sintéticas.
A borracha sintética se desenvolveu sobretudo no sentido de
resolver alguns críticos da borracha natural, enumerados a seguir.
Rápido envelhecimento - a borracha natural se torna dura e
quebradiça.
É extremamente sensível à gasolina e ao óleo, inchando
acentuadamente.
É atacado pelo cobre e pelo manganês. Particularmente,
quanto ao enxofre presente na borracha, este desencadeia uma reação
inadmissível para finalidades elétricas. Lembrando o grande número de
condutores em que se usa o cobre, já salta de imediato a importância dessa observação.
A solução prática que se tem usado nesse caso é a estanhagem do condutor de cobre.
Não permite temperaturas de serviço acima de 75°C. Acima
desse valor, a borracha perde sua elasticidade.
É também sensível à ação dos raios solares e da ozona.
A borracha sintética tem como elemento básico o isopreno,
que foi substiuído posteriormente pelo butadieno (bu), usando-se como catalisador
o sódio (Na). Daí o fato de uma das primeiras borrachas sintéticas receber o
nome de buna. Esse processo já sofreu um série de modificações, adequando-se às
novas observações e descobertas feitas. Por meio de métodos adequados, esse
mistura é plastificada, através de oxidantes e da elevação de temperatura.
As propriedades dos produtos prontos dependem acentuadamente
do processo de preparo, aditivos plastificantes e outros materiais presentes.
Com isso, podem ser adaptados às exigências que são feitas, inclusive
preparando uma camada ou um tubo de borracha sintética com materiais diferentes
na parte interna e na externa.
Observa-se, como regra geral, as borrachas sintéticas são
inferiores às naturais, no que se refere aos reforços admissíveis de tração;
entretanto, são sensivelmente melhores quanto ao envelhecimento, estabilidade
térmica, resistência perante agentes químicos e perante ozona, e mais
resistentes à abrasão.
Entre as borrachas artificiais, que pertencem ao grupo
termofixos, destacam-se as conhecidas por EPR (borracha de etileno-propileno),
o neoprene e a borracha butílica.
O neoprene é obtido por polimerização do clorobutadieno, que
apresenta elevada velocidade de reação devido à presença do cloro. Resultam,
assim cadeias de átomos intensamente interligados, de difícil manuseio. Esse
produto, mediante o acréscimo de certos produtos, se transforma no que se chama
de neoprene, que recebe também estabilizadores de reação, para evitar usa
modificação perante a temperatura ambiente. Nesse estado, o neoprene se apresenta
como uma massa dura, mal-cheirosa e escura, que não é inflamável. Aquecido a 60°C,
perante uma compressão, a massa amolece e permite facilmente sua aplicação.
Apresenta a vantagem de não precisar de enxofre para sua polimerização,
bastando aquecê-la a 130-170°C.
O enxofre, porém apresenta problemas de ordem química com o
cobre; melhora no entanto as propriedades físicas da borracha e evita
endurecimentos futuros do produto acabado.
O neoprene suporta 120°C e mais, apresentando, assim, uma
estabilidade térmica e temperatura de serviço superior à da borracha natural.
Suporta também a gasolina e o óleo. A resistência à tração é um pouco inferior
à da borracha natural, sendo também inferior em
elasticidade.
As propriedades elétricas também não são as melhores, devido
aos átomos de cloro, que são grupos polares. Por essa razão, o neoprene tem
importante aplicação como capa externa de cabos, mas não como isolamento dos
mesmos.
A borracha butílica, que substitui com vantagens a borracha
natural, também sob ponto de vista elétrico, se apresenta com grande
flexibilidade, boa resistência contra agentes químicos e, assim, baixo
envelhecimento. A presença de enxofre, que dá ao material uma maior
estabilidade, cria porém um problema em contato com o cobre, com o qual reage.
Por essa razão, os condutores isolados eletricamente com borracha butílica,
devem ser estanhados. Sua temperatura limite de serviço é menor que a do
neoprene, não devendo ultrapassar 80°C (max. 85ºC).
A borracha de etileno-propileno (abreviamento EPR, ethylene
propylene rubber), é atualmente a borracha mais moderna e de melhores
características. Esse material termofixo apresenta uma rigidez dielétrica
levemente superior à borracha butílica, inferior porém ao polietileno
reticulado, que é um plástico também termofixo, com características bem
semelhantes ao EPR. Apresenta baixo fator de perdas e valor de constante
dielétrica intermediária. Suporta temperaturas até 90°C em regime permanente.
Quimicamente, o EPR é excelente perante a ação da ozona, e aos agentes químicos
presentes no ar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário