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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

NR - 10 AVANÇADA - SEP. Capitulo 8 - Equipamentos de proteção coletiva ou EPC´s


8 - Equipamentos de proteção coletiva ou EPC´s

Como estudado, até agora, ratificamos que eletricidade MATA.
Nos trabalhos em instalações elétricas, previstas e adotadas, prioritariamente, medidas de proteção coletiva aplicáveis, mediante procedimentos, ás atividades a serem desenvolvidas, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores.

As medidas de proteção coletivas compreendem, prioritariamente a desenergização elétrica, e na sua impossibilidade, o emprego das medidas estabelecidas na NR – 10, já estudadas anteriormente. Esta medidas visam a proteção dos trabalhadores e todos as pessoas envolvidas com a atividade elétrica, ou que possam estar nas proximidades e em atividades paralelas nas redondezas. principalmente, aquelas que vão executar os serviços.

Equipamentos de proteção coletivos são dispositivos utilizados para proteção de toda e qualquer pessoa que esteja exposta a riscos enquanto realiza determinada atividade.

O ambiente de trabalho deve garantir a saúde e a segurança do trabalhador através de proteções coletivas. Principais equipamentos de proteção coletiva:
  • Conjuntos para aterramento temporário – Tem a finalidade de proteger os colaboradores no caso de fuga de tensão.
  • Fitas de demarcação reflexivas - Utilizada quando da delimitação e isolamento de áreas de trabalho.
  • Coberturas isolantes – Tem a finalidade de isolar as partes energizadas da rede durante a execução de tarefas.
  • Cones de sinalização (75 cm, com fitas reflexivas) – Tem Finalidade de sinalização de áreas de trabalho e obras em vias públicas ou rodovias e orientação de trânsito de veículos e de pedestres, podendo ser utilizado em conjunto com a fita zebrada, sinalizador STROBO, bandeirola, etc.
Aterramento – Garantir a segurança ao pessoal de manutenção de linha de transmissão e das estações, durante a execução de serviços em equipamentos e/ou em instalações desenergizadas.

    Tipo – Baixa e altas tensões.
    Finalidade – Equalizar as fases com o ponto aterrado.

Inspeção visual – Defeitos nas conexões, nas molas e nas travas e na oxidação. Limpar os grampos do conjunto de aterramento periodicamente com escova de aço, para garantir uma boa conexão. Em caso de atuação do conjunto de aterramento, o mesmo deverá ser inutilizado.

Aterramento elétrico temporário – Ligação elétrica efetiva e adequada intencional á terra, destinada a garantir a equipotencialidade e manter a continuidade durante a intervenção na instalação elétrica.

Segurança pessoal – O objetivo principal do aterramento temporário para intervenção em equipamentos ou instalações, é o de fornecer segurança ao pessoal envolvido (pela limitação da corrente que pode circular no corpo humano) em caso de energização acidental, descargas atmosférica, tensão estática e tensão induzida capacitiva e/ou eletromagnética.

Conjunto de aterramento temporário – Conjunto de componentes para ligações da malha terra (ou estrutura), aos condutores/equipamentos com os quais se executará os serviços com a finalidade de segurança pessoal, composto de cabo condutor, grampo de fixação (á terra e aos condutores/equipamentos a serem aterrados), bastões de manobras para aterramento, bastões de manobras auxiliares.

Características do conjunto de aterramento temporário.
} Conduzir a máxima corrente de curto-circuito, pelo tempo necessário á atuação do sistema de proteção, garantindo a segurança do homem de manutenção, no caso de energização acidental da linha ou da instalação, além de conduzir correntes induzidas de estado permanente;
} Suportar os esforços mecânicos criados pelas correntes de curto-circuito;
}  Garantir um baixo valor de resistência ôhmica para terra;
}  Manter, por ocasião da corrente de curto-circuito, uma queda de tensão através de sua parte condutora;
} Os bastões para a execução do aterramento, devem possuir isolamento compatível com a classe de tensão do equipamento ou da linha em que serão realizados os trabalhos.

Características dos componentes do conjunto de aterramento temporário.

Cabo condutor:
}  ser ótimo condutor;
}  Ser extra flexível;
}  Possuir revestimento transparente para visualização do condutor interno;
}  Ter comprimento compatível com a necessidade da instalação;
}  Ter secção compatível com a corrente de curto.

Grampo de aterramento:
} Ter capacidade de condução da corrente máxima de curto-circuito, suportável pelo cabo do conjunto de aterramento temporário;
} Fornecer boa conexão elétrica e mecânica no condutor a ser aterrado;
}  Possuir dispositivo para fixar o cabo por cima do revestimento protetor (isolação), tornando rígida a conexão do cabo-grampo, evitando danos ao condutor por flexão;
}  Possuir suporte de “descanso” com a finalidade de apoiar o outro grampo do mesmo cabo de interligação de fases (antes da conexão do último grampo deste cabo), há necessidade de dois grampos equipados com “descanso” em cada conjunto de 3 cabos para uso em estações.

Vara de manobra/bastão: 
}  Possuir encaixe tipo universal;
}  Possuir elevada resistência mecânica e excelentes qualidades dielétricas;
}  Ter comprimento compatível (articulado quando necessário) com a classe de tensão da instalação sob trabalho, com respeito á distância de segurança mínima.

Suporte de descanso para grampo de aterramento:

Acessório instalado no grampo de aterramento, com a finalidade de transportar o outro grampo do mesmo cabo (que segue para interligação entre duas fases) quando da conexão do primeiro dos grampos; deve ser resistente a esse esforço mecânico, ter diâmetro compatível com a abertura dos grampos e de peso que não comprometa o conjunto grampo – descanso.

Conjunto de equipamento auxiliares:

Acessórios com a finalidade de auxiliar no içamento do bastão de manobra, já conectado ao grampo do cabo de aterramento temporário quando da fixação ao equipamento ou á instalação a ser aterrado.

Estojo para acondicionamento e transporte do conjunto de aterramento temporário:

Estojo ou sacola deve ser de material impermeável para proteção das varas de manobra (e demais acessórios) e acondicionar somente um conjunto, de maneira tal que as varas não sofram atrito no interior do estojo (para que o verniz isolante do revestimento das varas, não seja arranhado).

Procedimentos:

Precauções no aterramento de linhas de transmissão e em estações:
Observar constantemente as instruções normativas vigentes relativas á segurança no trabalho em linhas de transmissão e em estações;
}       O aterramento só pode ser executado após o teste de ausência de tensão no equipamento/instalação, no qual se vai trabalhar;
} Com exceção dos trabalhos que obrigatoriamente exijam equipamento(s) ou instalação(ões) sem aterramento, nenhuma intervenção em equipamento/instalação será iniciada sem que o(os) equipamento(s) ou a(as) instalação(ões) esteja(m) perfeitamente sinalizado(s) e aterrado(s);
}  Proceder quanto aos cabos pára-raios de linha de transmissão isolados, do mesmo modo que para cabos condutores;
}   Considera, antes do aterramento temporário, todos os condutores (inclusive os cabos pára-raios) de média/altas-tensões, como energizados.
}  Tomar precação e dar especial atenção (antes de executar o aterramento temporário) para equipamentos que, mesmo após desligados, permanecem com uma carga elétrica residual, por exemplo, aguardando 30 minutos, no caso de capacitores e cabos subterrâneos de 88 e 138 Kv; 1 hora, para cabos subterrâneos de 230 Kv; 4 horas, para cabos subterrâneos de 345 Kv (ver instruções específicas na instrução normativa);
}     No caso de disjuntores que possuem capacitores de equalização em paralelo com câmaras interruptoras, após desligamento do disjuntor e desenergização completo do mesmo e, estando o disjuntor liberado para o pessoal da manutenção (seccionadoras anterior e posterior abertas), proceder da seguinte maneira, antes de qualquer serviço:
      Sinalizar a área;
      Efetuar o teste de ausência de tensão;
      Religar o disjuntor, a fim de descarregar os capacitores;
      Aterra o disjuntor.
}  Caso o conjunto de aterramento (já conectado á vara de manobra) seja muito pesado, o homem de manutenção deve ser auxiliado por outro que, através da carretilha e corda, aliviará o peso do cabo. É proibida a prática de segura o cabo pelo conector (com as mãos)no ato da conexão a um equipamento ou na instalação ao aterra;
}  Não utilizar pontos de neutro e equipamentos como aterramento, mesmo que seja facilmente acessíveis, pois podem não estar diretamente ligados a terra;
}  Manter o pessoal de manutenção posicionado (quando em serviço) afastado, se possível, dos cabos de aterramento temporário, fornecendo assim uma segurança contra os golpes dos cabos oscilados pela corrente de curto-circuito, numa eventual ocorrência;
}  O pessoal de manutenção situado no solo deve manter-se afastado das estruturas, para evitar a possibilidade de choques elétricos (potenciais de choque).

Localização dos aterramentos temporários.
} Nos condutores da linha desenergizada, nas estruturas anterior e posterior àquela em que o serviço será realizado;
}  Em ambos os lados do ponto a ser seccionado, quando da execução da abertura ou fechamento de “jumpers” ou da desconexão e conexão de cabos condutores;
}    Nos condutores de ambos os lados da área de trabalho;
}    Em local onde seja(m) facilmente visualizados;
}  Em todos os terminais dos cabos de média e alta tensões (de entrada e saída, ou de ambos os lados do(s) equipamento(s) sob intervenção. 

Execução do aterramento temporário – Em linhas de transmissão:
}  Comunicar-se com a equipe de operação solicitando o desligamento da linha de transmissão;
} Vistoriar as condições do equipamento de aterramento temporário (bastões, corda isolante, carretilhas) aprontando-os para uso, verificando ainda as conexões entre os cabos de aterramento e os grampos de conexão (procurando detectar possíveis rompimentos no(s) cabo(s) e/ou anormalidade nos grampos;
}  Planejar o aterramento, o responsável pela equipe deverá informar (e coordenar) quais os serviços que serão  executados e onde serão executados, mostrando-os aos membros da turma para que não hajam duvidas, deverá ainda distribuir as tarefas entre os membros da equipe;
}  Executar primeiro o teste de detecção de tensão pelo aparelho de teste, para comprovar a real desenergização da instalação a ser aterrada;
}  Içar os conjuntos de aterramento temporário pelo uso de carretilhas ou cordas de serviço;
} Conectar o grampo de fixação (ponto de terra) do cabo de aterramento temporário a uma das peças da estrutura de forma a ser obtido um bom contato (no caso de estrutura pintadas, deve-se remover totalmente a camada de tinta no local da conexão);
}   O cabo de aterramento temporário deverá ser acoplado na vara de manobra pelo grampo de aterramento. Em seguida, dirigi-lo ao cabo condutor da fase a ser aterrada e, por fim, apertar o grampo, observando que a seqüência de colocação é da fase inferior para superior ou da mais próxima ao eletricista para a mais afastada;
}   Sinalizar as fases liberadas, conforme instrução normativas relativas á Segurança da Trabalho em Linhas der Transmissão Aéreas;
}   O responsável pela equipe. Após a última atividade, deverá verificar as sinalizações e os aterramentos temporários foram retirados e se não existe mais nenhum obstáculo para a entrega  da linha de transmissão à Operação;
}   Estando em condições (a linha de transmissão), o responsável pela equipe deverá entrar em contato com a Operação, informando que todos os aterramentos temporários, sob a sua responsabilidade, foram retirados.

A sistemática de retirada da sinalização e do aterramento temporário é inversa à colocação, começando pela retirada da sinalização e desconexão do grampo fixado no condutor da fase superior (ou a mais afastada), levando em consideração que já não há mais necessidade do aterramento temporário e já existem condições de liberação do equipamento ou da instalação.  
Teste de ruído.

O teste de ruído é aplicável para tensões maiores que 69 Kv, utilizar detector de tensão eletrônico devidamente testado. O teste de ruído é indicador de ausência de tensão em desligamento. Recomenda-se realizar imediatamente antes de efetuar o aterramento temporário da instalação.

Para verificar se a parte da instalação a ser trabalhada está desenergizada, deve-se aproximar uma ferramenta universal (garfo ajustador de concha ou suporte de concha), conectada a um bastão universal do cabo condutor da instalação até tocá-lo. Caso esteja energizada, haverá um ruído audível característico. O procedimento descrito deverá ser repetido o número de vezes suficiente até não haver dúvidas quanto a inexistência de tensão. 

Execução do aterramento temporário – Em Subestações
} Comunicar-se com o operador, solicitando a desenergização do(s) equipamento(s) ou instalação(ões);
}        Prepara o equipamento de aterramento;
Planejar o aterramento, o responsável pela equipe deverá informar (e coordenar) quais os serviços que serão  executados e onde serão executados, mostrando-os aos membros da turma para que não hajam duvidas, deverá ainda distribuir as tarefas entre os membros da equipe;
} Após as manobras executadas para o impedimento do(s) equipamento(s), o responsável e a equipe deverão, em conjunto, conferir as manobras executadas, confirmando a desenergização elétrica do(s) equipamento(s);
}     Sinalizar e delimitar a área de serviço (conforme instrução normativa relativa à Segurança do Trabalho em Subestações);
} Executar o teste de ausência de tensão para comprovar a desenergização elétrica (de ambos os lados) do(s) equipamento(s) ou da(s) instalação(ões);
}  Conectar o grampo de conexão à terra do cabo de aterramento temporário à malha de terra, tendo o cuidado de limpar o condutor da malha, no ponto de conexão e o outro grampo, conectar (com auxilio de bastão) ao condutor da fase central;
}  Esticar e amarrar o cabo de aterramento temporário em alguns pontos da estrutura do equipamento/instalação, para evitar o chicoteamento provocado pelo esforço mecânico quando de uma descarga pelo cabo de aterramento temporário;
}  Desconectar o grampo da haste de “descanso” e conectá-lo a um condutor de uma das outras fases ainda não aterrada (tendo o cuidado de executar o movimento de limpeza da área de contato);
}  Proceder de maneira idêntica com a outra fase deste lado do(s) equipamento(s) ou da(s) instalação(ões)
} Proceder de maneira semelhante para o outro lado do(s) equipamento(s), conforme os seis últimos sub-itens.

Se for necessário efetuar o aterramento utilizando-se outro arranjo (para atender necessidades especificas), analisá-lo previamente em conjunto com o responsável pelo serviço.

Nos casos em quem a distância entre fases do barramento for grande (por exemplo nas classes de tensão de 345 kV e 440 kV), o que dificulta a execução de “jumper” entre os condutores, o aterramento pode ser feito conectando-se cada fase diretamente à terra. Dessa maneira será utilizado um conjunto de aterramento muito pesado, para tanto, o eletricista deve instalar a carretilha com corda (que irá içar os cabos e bastões para realizar o aterramento, posicionando-a na altura da fase que será aterrada e assim, sucessivamente, para as demais fases. O pessoal que estiver puxando a carretilha, deverá ter o cuidado de observar o balanço da corda para evitar que esta venha a esbarrar em algum equipamento ou circuito energizado.
}  No caso de instalação do cabo de aterramento, no cabo de descida de pára - raio com contador de descargas, o ponto de conexão à terra deve estar abaixo do contador de descargas. O contador de descargas não pode ficar inserido no circuito de aterramento.;
}   A operação de retirada do aterramento temporário e de sinalização, deve ser executada na seqüência inversa à colocação;
}  O responsável pela turma, após a última atividade, deverá verificar se todos os aterramentos temporários foram retirados e se não existe mais nenhum obstáculo para a entrega do(s) equipamento(s) ou da(s) instalação(ões).

Execução do aterramento temporário – Em Subestações  blindadas a SF6
} Os aterramentos são feitos por meio das chaves de aterramento existentes em vários trechos dos compartimentos da estação, comandadas pela operação;
}  Os procedimentos e os cuidados de  isolação e de aterramento, vão depender do arranjo e das instruções específicas para cada estação.

Execução do aterramento temporário – Em Usinas
A sistemática de aterramento em usinas, segue o mesmo procedimento das demais instalações, em conformidade com a NR 10.
Para considera o circuito desenergizado o mesmo terá que, entre as demais condições, estar aterrado conforme os seguintes procedimentos, independente de ser de baixa ou média tensão:
} Prover a equipotencialização do circuito;
}Efetuar o aterramento, sempre conectando primeiro na malha de terra, para em seguida conectar aos condutores ou carcaças;
} O conector deve ser do tipo com garra com parafuso (sargento);
}   A bitola do condutor de aterramento, deve ser compatível com o nível de curto circuito na qual, o equipamento ou os condutores estejam inseridos;
} Os condutores devem ser nus ou com isolação transparente;
} Quando da necessidade de desfazer o aterramento, o(s)primeiro(s) conector(es) a ser(em) retirado(s), será o da carcaça ou condutor, para em seguida o da malha da terra.

Manutenção em conjunto de aterramento.
Todos os componentes necessários para o aterramento de uma linha de um equipamento, deverão ser periodicamente inspecionados, como a seguir:
Verificar se existem fios partidos ou danos físicos no cabo, principalmente próximo aos condutores, antes de cada utilização dos conjuntos de aterramento. A  conexão entre os cabos e os grampos deve ser rígida e limpa. As mandíbulas serrilhadas, devem ser limpas freqüentemente e substituídas quando estiverem danificadas;
Limpar os bastões isolantes e inspecionar quanto à existência de fissuras ou outros danos, além de ensaio periódico de isolamento;
Manusear, armazenar e transportar com cuidado o conjunto de aterramento, de modo a preservar a sua boa condição de uso.

EPC é todo dispositivo, sistema ou meio físico ou móvel de abrangência coletiva, destinado a preservar a integridade física e a saúde dos trabalhadores usuários e terceiros.



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