8 - Equipamentos de
proteção coletiva ou EPC´s
Como estudado, até agora,
ratificamos que eletricidade MATA.
Nos trabalhos em
instalações elétricas, previstas e adotadas, prioritariamente, medidas de
proteção coletiva aplicáveis, mediante procedimentos, ás atividades a serem
desenvolvidas, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores.
As medidas de proteção
coletivas compreendem, prioritariamente a desenergização elétrica, e na sua
impossibilidade, o emprego das medidas estabelecidas na NR – 10, já estudadas
anteriormente. Esta medidas visam a proteção dos trabalhadores e todos as
pessoas envolvidas com a atividade elétrica, ou que possam estar nas
proximidades e em atividades paralelas nas redondezas. principalmente, aquelas
que vão executar os serviços.
Equipamentos de proteção
coletivos são dispositivos utilizados para proteção de toda e qualquer pessoa
que esteja exposta a riscos enquanto realiza determinada atividade.
O ambiente de trabalho
deve garantir a saúde e a segurança do trabalhador através de proteções
coletivas. Principais equipamentos de proteção coletiva:
- Conjuntos para aterramento temporário
– Tem a finalidade de proteger os colaboradores no caso de fuga de tensão.
- Fitas de demarcação reflexivas -
Utilizada quando da delimitação e isolamento de áreas de trabalho.
- Coberturas isolantes – Tem a
finalidade de isolar as partes energizadas da rede durante a execução de
tarefas.
- Cones de sinalização (75 cm, com fitas
reflexivas) – Tem Finalidade de sinalização de áreas de trabalho e obras
em vias públicas ou rodovias e orientação de trânsito de veículos e de
pedestres, podendo ser utilizado em conjunto com a fita zebrada,
sinalizador STROBO, bandeirola, etc.
Aterramento – Garantir a
segurança ao pessoal de manutenção de linha de transmissão e das estações,
durante a execução de serviços em equipamentos e/ou em instalações
desenergizadas.
Tipo – Baixa e altas tensões.
Finalidade – Equalizar as fases com o ponto
aterrado.
Inspeção visual – Defeitos
nas conexões, nas molas e nas travas e na oxidação. Limpar os grampos do
conjunto de aterramento periodicamente com escova de aço, para garantir uma boa
conexão. Em caso de atuação do conjunto de aterramento, o mesmo deverá ser
inutilizado.
Aterramento elétrico
temporário – Ligação elétrica efetiva e adequada intencional á terra, destinada
a garantir a equipotencialidade e manter a continuidade durante a intervenção
na instalação elétrica.
Segurança pessoal – O
objetivo principal do aterramento temporário para intervenção em equipamentos ou
instalações, é o de fornecer segurança ao pessoal envolvido (pela limitação da
corrente que pode circular no corpo humano) em caso de energização acidental,
descargas atmosférica, tensão estática e tensão induzida capacitiva e/ou
eletromagnética.
Conjunto de aterramento
temporário – Conjunto de componentes para ligações da malha terra (ou
estrutura), aos condutores/equipamentos com os quais se executará os serviços
com a finalidade de segurança pessoal, composto de cabo condutor, grampo de
fixação (á terra e aos condutores/equipamentos a serem aterrados), bastões de
manobras para aterramento, bastões de manobras auxiliares.
Características do
conjunto de aterramento temporário.
} Conduzir
a máxima corrente de curto-circuito, pelo tempo necessário á atuação do sistema
de proteção, garantindo a segurança do homem de manutenção, no caso de
energização acidental da linha ou da instalação, além de conduzir correntes
induzidas de estado permanente;
} Suportar
os esforços mecânicos criados pelas correntes de curto-circuito;
} Garantir
um baixo valor de resistência ôhmica para terra;
} Manter,
por ocasião da corrente de curto-circuito, uma queda de tensão através de sua
parte condutora;
} Os
bastões para a execução do aterramento, devem possuir isolamento compatível com
a classe de tensão do equipamento ou da linha em que serão realizados os
trabalhos.
Características dos
componentes do conjunto de aterramento temporário.
Cabo condutor:
} ser
ótimo condutor;
} Ser
extra flexível;
} Possuir
revestimento transparente para visualização do condutor interno;
} Ter
comprimento compatível com a necessidade da instalação;
} Ter
secção compatível com a corrente de curto.
Grampo de aterramento:
} Ter
capacidade de condução da corrente máxima de curto-circuito, suportável pelo
cabo do conjunto de aterramento temporário;
} Fornecer
boa conexão elétrica e mecânica no condutor a ser aterrado;
} Possuir
dispositivo para fixar o cabo por cima do revestimento protetor (isolação),
tornando rígida a conexão do cabo-grampo, evitando danos ao condutor por
flexão;
} Possuir
suporte de “descanso” com a finalidade de apoiar o outro grampo do mesmo cabo
de interligação de fases (antes da conexão do último grampo deste cabo), há
necessidade de dois grampos equipados com “descanso” em cada conjunto de 3
cabos para uso em estações.
Vara de
manobra/bastão:
} Possuir
encaixe tipo universal;
} Possuir
elevada resistência mecânica e excelentes qualidades dielétricas;
} Ter
comprimento compatível (articulado quando necessário) com a classe de tensão da
instalação sob trabalho, com respeito á distância de segurança mínima.
Suporte de descanso para
grampo de aterramento:
Acessório instalado no
grampo de aterramento, com a finalidade de transportar o outro grampo do mesmo
cabo (que segue para interligação entre duas fases) quando da conexão do
primeiro dos grampos; deve ser resistente a esse esforço mecânico, ter diâmetro
compatível com a abertura dos grampos e de peso que não comprometa o conjunto
grampo – descanso.
Conjunto de equipamento
auxiliares:
Acessórios com a
finalidade de auxiliar no içamento do bastão de manobra, já conectado ao grampo
do cabo de aterramento temporário quando da fixação ao equipamento ou á instalação
a ser aterrado.
Estojo para
acondicionamento e transporte do conjunto de aterramento temporário:
Estojo ou sacola deve ser
de material impermeável para proteção das varas de manobra (e demais
acessórios) e acondicionar somente um conjunto, de maneira tal que as varas não
sofram atrito no interior do estojo (para que o verniz isolante do revestimento
das varas, não seja arranhado).
Procedimentos:
Precauções no aterramento
de linhas de transmissão e em estações:
} Observar
constantemente as instruções normativas vigentes relativas á segurança no
trabalho em linhas de transmissão e em estações;
} O
aterramento só pode ser executado após o teste de ausência de tensão no
equipamento/instalação, no qual se vai trabalhar;
} Com
exceção dos trabalhos que obrigatoriamente exijam equipamento(s) ou
instalação(ões) sem aterramento, nenhuma intervenção em equipamento/instalação
será iniciada sem que o(os) equipamento(s) ou a(as) instalação(ões) esteja(m)
perfeitamente sinalizado(s) e aterrado(s);
} Proceder
quanto aos cabos pára-raios de linha de transmissão isolados, do mesmo modo que
para cabos condutores;
} Considera,
antes do aterramento temporário, todos os condutores (inclusive os cabos
pára-raios) de média/altas-tensões, como energizados.
} Tomar
precação e dar especial atenção (antes de executar o aterramento temporário)
para equipamentos que, mesmo após desligados, permanecem com uma carga elétrica
residual, por exemplo, aguardando 30 minutos, no caso de capacitores e cabos
subterrâneos de 88 e 138 Kv; 1 hora, para cabos subterrâneos de 230 Kv; 4
horas, para cabos subterrâneos de 345 Kv (ver instruções específicas na
instrução normativa);
} No
caso de disjuntores que possuem capacitores de equalização em paralelo com
câmaras interruptoras, após desligamento do disjuntor e desenergização completo
do mesmo e, estando o disjuntor liberado para o pessoal da manutenção
(seccionadoras anterior e posterior abertas), proceder da seguinte maneira,
antes de qualquer serviço:
◦
Sinalizar a área;
◦
Efetuar o teste de ausência de tensão;
◦
Religar o disjuntor, a fim de descarregar
os capacitores;
◦
Aterra o disjuntor.
} Caso
o conjunto de aterramento (já conectado á vara de manobra) seja muito pesado, o
homem de manutenção deve ser auxiliado por outro que, através da carretilha e
corda, aliviará o peso do cabo. É proibida a prática de segura o cabo pelo
conector (com as mãos)no ato da conexão a um equipamento ou na instalação ao
aterra;
} Não
utilizar pontos de neutro e equipamentos como aterramento, mesmo que seja
facilmente acessíveis, pois podem não estar diretamente ligados a terra;
} Manter
o pessoal de manutenção posicionado (quando em serviço) afastado, se possível,
dos cabos de aterramento temporário, fornecendo assim uma segurança contra os
golpes dos cabos oscilados pela corrente de curto-circuito, numa eventual
ocorrência;
} O
pessoal de manutenção situado no solo deve manter-se afastado das estruturas,
para evitar a possibilidade de choques elétricos (potenciais de choque).
Localização dos
aterramentos temporários.
} Nos
condutores da linha desenergizada, nas estruturas anterior e posterior àquela
em que o serviço será realizado;
} Em
ambos os lados do ponto a ser seccionado, quando da execução da abertura ou
fechamento de “jumpers” ou da desconexão e conexão de cabos condutores;
} Nos
condutores de ambos os lados da área de trabalho;
} Em
local onde seja(m) facilmente visualizados;
} Em
todos os terminais dos cabos de média e alta tensões (de entrada e saída, ou de
ambos os lados do(s) equipamento(s) sob intervenção.
Execução do aterramento
temporário – Em linhas de transmissão:
} Comunicar-se
com a equipe de operação solicitando o desligamento da linha de transmissão;
} Vistoriar
as condições do equipamento de aterramento temporário (bastões, corda isolante,
carretilhas) aprontando-os para uso, verificando ainda as conexões entre os
cabos de aterramento e os grampos de conexão (procurando detectar possíveis
rompimentos no(s) cabo(s) e/ou anormalidade nos grampos;
} Planejar
o aterramento, o responsável pela equipe deverá informar (e coordenar) quais os
serviços que serão executados e onde
serão executados, mostrando-os aos membros da turma para que não hajam duvidas,
deverá ainda distribuir as tarefas entre os membros da equipe;
} Executar
primeiro o teste de detecção de tensão pelo aparelho de teste, para comprovar a
real desenergização da instalação a ser aterrada;
} Içar
os conjuntos de aterramento temporário pelo uso de carretilhas ou cordas de
serviço;
} Conectar
o grampo de fixação (ponto de terra) do cabo de aterramento temporário a uma
das peças da estrutura de forma a ser obtido um bom contato (no caso de
estrutura pintadas, deve-se remover totalmente a camada de tinta no local da
conexão);
} O
cabo de aterramento temporário deverá ser acoplado na vara de manobra pelo
grampo de aterramento. Em seguida, dirigi-lo ao cabo condutor da fase a ser
aterrada e, por fim, apertar o grampo, observando que a seqüência de colocação
é da fase inferior para superior ou da mais próxima ao eletricista para a mais
afastada;
} Sinalizar
as fases liberadas, conforme instrução normativas relativas á Segurança da
Trabalho em Linhas der Transmissão Aéreas;
} O
responsável pela equipe. Após a última atividade, deverá verificar as sinalizações
e os aterramentos temporários foram retirados e se não existe mais nenhum
obstáculo para a entrega da linha de
transmissão à Operação;
} Estando
em condições (a linha de transmissão), o responsável pela equipe deverá entrar
em contato com a Operação, informando que todos os aterramentos temporários,
sob a sua responsabilidade, foram retirados.
A sistemática de retirada
da sinalização e do aterramento temporário é inversa à colocação, começando
pela retirada da sinalização e desconexão do grampo fixado no condutor da fase
superior (ou a mais afastada), levando em consideração que já não há mais
necessidade do aterramento temporário e já existem condições de liberação do
equipamento ou da instalação.
Teste de ruído.
O teste de ruído é
aplicável para tensões maiores que 69 Kv, utilizar detector de tensão
eletrônico devidamente testado. O teste de ruído é indicador de ausência de
tensão em desligamento. Recomenda-se realizar imediatamente antes de efetuar o
aterramento temporário da instalação.
Para verificar se a parte
da instalação a ser trabalhada está desenergizada, deve-se aproximar uma
ferramenta universal (garfo ajustador de concha ou suporte de concha),
conectada a um bastão universal do cabo condutor da instalação até tocá-lo.
Caso esteja energizada, haverá um ruído audível característico. O procedimento
descrito deverá ser repetido o número de vezes suficiente até não haver dúvidas
quanto a inexistência de tensão.
Execução do aterramento
temporário – Em Subestações
} Comunicar-se
com o operador, solicitando a desenergização do(s) equipamento(s) ou
instalação(ões);
} Prepara
o equipamento de aterramento;
} Planejar
o aterramento, o responsável pela equipe deverá informar (e coordenar) quais os
serviços que serão executados e onde
serão executados, mostrando-os aos membros da turma para que não hajam duvidas,
deverá ainda distribuir as tarefas entre os membros da equipe;
} Após
as manobras executadas para o impedimento do(s) equipamento(s), o responsável e
a equipe deverão, em conjunto, conferir as manobras executadas, confirmando a
desenergização elétrica do(s) equipamento(s);
} Sinalizar
e delimitar a área de serviço (conforme instrução normativa relativa à
Segurança do Trabalho em Subestações);
} Executar
o teste de ausência de tensão para comprovar a desenergização elétrica (de
ambos os lados) do(s) equipamento(s) ou da(s) instalação(ões);
} Conectar
o grampo de conexão à terra do cabo de aterramento temporário à malha de terra,
tendo o cuidado de limpar o condutor da malha, no ponto de conexão e o outro grampo,
conectar (com auxilio de bastão) ao condutor da fase central;
} Esticar
e amarrar o cabo de aterramento temporário em alguns pontos da estrutura do
equipamento/instalação, para evitar o chicoteamento provocado pelo esforço
mecânico quando de uma descarga pelo cabo de aterramento temporário;
} Desconectar
o grampo da haste de “descanso” e conectá-lo a um condutor de uma das outras
fases ainda não aterrada (tendo o cuidado de executar o movimento de limpeza da
área de contato);
} Proceder
de maneira idêntica com a outra fase deste lado do(s) equipamento(s) ou da(s)
instalação(ões)
} Proceder
de maneira semelhante para o outro lado do(s) equipamento(s), conforme os seis
últimos sub-itens.
Se for necessário efetuar
o aterramento utilizando-se outro arranjo (para atender necessidades
especificas), analisá-lo previamente em conjunto com o responsável pelo
serviço.
Nos casos em quem a
distância entre fases do barramento for grande (por exemplo nas classes de
tensão de 345 kV e 440 kV), o que dificulta a execução de “jumper” entre os
condutores, o aterramento pode ser feito conectando-se cada fase diretamente à
terra. Dessa maneira será utilizado um conjunto de aterramento muito pesado,
para tanto, o eletricista deve instalar a carretilha com corda (que irá içar os
cabos e bastões para realizar o aterramento, posicionando-a na altura da fase
que será aterrada e assim, sucessivamente, para as demais fases. O pessoal que
estiver puxando a carretilha, deverá ter o cuidado de observar o balanço da
corda para evitar que esta venha a esbarrar em algum equipamento ou circuito
energizado.
} No
caso de instalação do cabo de aterramento, no cabo de descida de pára - raio
com contador de descargas, o ponto de conexão à terra deve estar abaixo do
contador de descargas. O contador de descargas não pode ficar inserido no
circuito de aterramento.;
} A
operação de retirada do aterramento temporário e de sinalização, deve ser
executada na seqüência inversa à colocação;
} O
responsável pela turma, após a última atividade, deverá verificar se todos os
aterramentos temporários foram retirados e se não existe mais nenhum obstáculo
para a entrega do(s) equipamento(s) ou da(s) instalação(ões).
Execução do aterramento
temporário – Em Subestações blindadas a
SF6
} Os
aterramentos são feitos por meio das chaves de aterramento existentes em vários
trechos dos compartimentos da estação, comandadas pela operação;
} Os
procedimentos e os cuidados de isolação
e de aterramento, vão depender do arranjo e das instruções específicas para
cada estação.
Execução do aterramento
temporário – Em Usinas
A sistemática de
aterramento em usinas, segue o mesmo procedimento das demais instalações, em
conformidade com a NR 10.
Para considera o circuito
desenergizado o mesmo terá que, entre as demais condições, estar aterrado conforme
os seguintes procedimentos, independente de ser de baixa ou média tensão:
} Prover
a equipotencialização do circuito;
}Efetuar
o aterramento, sempre conectando primeiro na malha de terra, para em seguida
conectar aos condutores ou carcaças;
} O
conector deve ser do tipo com garra com parafuso (sargento);
} A
bitola do condutor de aterramento, deve ser compatível com o nível de curto
circuito na qual, o equipamento ou os condutores estejam inseridos;
} Os
condutores devem ser nus ou com isolação transparente;
} Quando
da necessidade de desfazer o aterramento, o(s)primeiro(s) conector(es) a
ser(em) retirado(s), será o da carcaça ou condutor, para em seguida o da malha
da terra.
Manutenção em conjunto de
aterramento.
Todos os componentes
necessários para o aterramento de uma linha de um equipamento, deverão ser
periodicamente inspecionados, como a seguir:
} Verificar
se existem fios partidos ou danos físicos no cabo, principalmente próximo aos
condutores, antes de cada utilização dos conjuntos de aterramento. A conexão entre os cabos e os grampos deve ser
rígida e limpa. As mandíbulas serrilhadas, devem ser limpas freqüentemente e
substituídas quando estiverem danificadas;
} Limpar
os bastões isolantes e inspecionar quanto à existência de fissuras ou outros
danos, além de ensaio periódico de isolamento;
} Manusear,
armazenar e transportar com cuidado o conjunto de aterramento, de modo a
preservar a sua boa condição de uso.
EPC é todo dispositivo,
sistema ou meio físico ou móvel de abrangência coletiva, destinado a preservar
a integridade física e a saúde dos trabalhadores usuários e terceiros.
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