Cuidado com a pressão
O que é pressão boa? Vejamos. Todos os equipamentos que são
utilizados nos veículos para conversão automotiva de GNV, são fabricados
para suportar uma pressão máxima de operação de 220 kgf/cm2.
O compressor, que comprime o gás recebido pelo posto, é projetado para trabalhar com a pressão de operação de 250 kgf/cm2.
Os cilindros da estocagem fixa, diferentemente dos cilindros
automotivos, também são projetados para suportar uma pressão de operação
de 250 kgf/cm2.
A pressão de 250 kgf/cm2, é para que seja possível manter a pressão mínima de 200 kgf/cm2,
no dispenser, pois caso a compressão fosse somente até este valor não
seria possível abastecer os veículos com a pressão 200 Kgf/cm2.
Por norma, a pressão máxima de abastecimento é de 220 kgf/cm2, ou seja, 10% (dez por cento) a mais em relação pressão de operação.
TEMPERATURA
A maior vilã para este processo é a TEMPERATURA. Quanto maior for à
temperatura no momento do abastecimento, menos gás entra no cilindro,
quanto mais baixa for a temperatura, mais gás entra no cilindro.
Os compressores, normalmente têm um sistema de resfriamento para o
gás através de ar. Os projetos, com raras exceções prevêem que a
descarga do gás ocorra 10°C acima da temperatura ambiente. Além deste
problema a maioria das estocagens fixa dos postos, são muito pequenas,
sendo a entrada e saída do gás por ogiva única superior, que não ajuda a
reduzir a temperatura de descarga.
Como os compressores são lubrificados e arrastam óleo para o sistema,
conseqüentemente para o cliente, ficando uma parte deste óleo na
estocagem fixa, ocupando o espaço do gás, prejudicando mais ainda a
troca de calor.
Vejamos. Para superar o volume de gás que é perdido pelo efeito da
alta temperatura, os postos abastecem os veículos com pressões que
chegam ate 250 kgf/cm2. Isto prejudica todos os componentes
que fazem parte da adaptação para GNV, danificando e diminuindo a vida
útil. O mais agravante é o grande risco de acidente provocado pela
saturação precipitada destes componentes.
CAPACIDADE DE ARMAZENAMENTO
Outra grande queixa do usuário do GNV é que cilindro vai perdendo a
capacidade de armazenamento de gás. Muito bem, lembram que comentamos
sobre a lubrificação dos compressores? Parte do óleo que é arrastado
pelo processo de compressão fica retido no cilindro do veiculo e aos
poucos vai para o redutor, assim ajudando a danificar os diafragmas.
Quanto à pressão alta durante o abastecimento, o usuário pode ser um
dos fiscais e denunciar para a ANP, os postos que usam este tipo de
artifício para compensar a alta temperatura de descarga do compressor.
Mas o que realmente falta é atuação dos órgãos fiscalizadores, a certeza
da impunidade dos operadores dos postos e ação dos fabricantes dos
compressores para melhorar o resfriamento do gás na descarga final de
compressão, bem com fornecer junto ao sistema uma válvula reguladora de
pressão, limitando a saída do gás para o dispenser em 220 kgf/cm2.
Este artigo foi enviado pelo consultor técnico em gás natural Carlos Augusto Sobrinho.
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