Abastecimento gera problemas para os veículos
GÁS NATURAL COM ÓLEO
E
o GNV? Temos aí um grande problema. Como fiscalizar os 1.446 postos que
abastecem com GNV? Quais os procedimentos para a fiscalização? Quais os
pontos de selagem dos dispensers? Quanto de óleo é permitido por metro
cúbico de gás natural, no abastecimento? Qual é a densidade do gás
natural quando o estado é abastecido por mais de uma fonte?
Existe
a normativa da ANP – Agência Nacional de Petróleo, que regulamenta
alguns pontos, como a pressão máxima de abastecimento – 220 kgf/cm² –
(200 kgf/cm² + 10%) e a especificação do GNV.
A
Petrobras, na década de 80, exigia que o máximo permitido de óleo no
gás, para uso automotivo, fosse de 0.001 ppm (partes por milhão) e que o
princípio de medição do GNV ao cliente fosse Coriolis.
Constatado
que esta exigência selecionava alguns fabricantes de equipamentos
(compressores), ela foi sendo deixada de lado, dando oportunidade para
fabricantes de compressores lubrificados, sempre mais baratos que os
isentos de óleo na compressão, ganhassem o mercado pelo preço. Hoje,
temos a maioria dos postos com compressores lubrificados, que arrastam
um volume de óleo muito grande para o cilindro e redutor do veículo
consumidor. Não posso aqui quantificar este volume de óleo, pois depende
de cada fabricante, da estocagem fixa e da manutenção. Não estaria
errando em afirmar que há compressores, lubrificados, que enviam por dia
um volume de 2 litros de óleo para os consumidores.
Outro
aspecto que temos que considerar é qual a densidade deste gás após a
compressão, com esta mistura de óleo. Como ainda não existe o plano de
selagem para os dispensers, é muito fácil proceder à alteração da
densidade, e desta forma burlar o consumidor e os órgãos de
fiscalização, utilizando uma densidade durante o abastecimento e outra
quando da fiscalização.
Não
é raro o consumidor ficar surpreso que o cilindro do seu veículo,
quando dos primeiros abastecimentos, caiba o volume especificado pelo
fabricante e com a continuidade dos abastecimentos este volume vá
diminuindo.
Podem
existir algumas variações pela temperatura de abastecimento, pois
quanto mais baixa a temperatura de abastecimento maior o volume, de gás,
com a mesma pressão. O volume especificado pelo fabricante do cilindro
perde muito com o acúmulo de óleo arrastado pela compressão, ocupando
assim o espaço para o gás.
Fazendo
uma atuação semelhante à que foi feita nos postos de combustíveis
líquidos, vamos ter surpresas muito desagradáveis, não com adulteração,
mas com uma variação muito grande de volume. Concluindo, temos dois
fatos principais a considerar: calibração e medição dos dispensers e
perda de autonomia do veículo por acúmulo de óleo dentro do cilindro do
usuário.
Autor/Fonte: Carlos Augusto Sobrinho
Nenhum comentário:
Postar um comentário