10 -TRABALHO SOB TENSÃO
A técnica de trabalho com
linha energizada (linha viva), foi desenvolvida em função da dificuldade de
desligamento em alguns circuitos importantes e, hoje em dia, mais ainda, em
função da remuneração das empresas que dependem da disponibilidade das
instalações. Essa atividade deve ser realizada mediante a adoção de
procedimentos e de metodologia de trabalho. Esta atividade é realizada mediante
os métodos abaixo descrito:
Ø Técnica
de trabalho com linha viva método a distância;
Ø Técnica
de trabalho com linha viva método ao contato;
Ø Técnica
de trabalho com linha viva método ao potencial;
Ø Técnica
de segurança para trabalhos em painéis de cubículos.
Técnica de trabalho com
linha viva – método a distância
Neste que foi o primeiro
método desenvolvido, o eletricista executa as operações com o auxilio de
ferramentas montadas nas extremidades dos bastões isolantes. Com este método, é
possível trabalhar em todas as classes de tensão. Em tensões menores de até 69
kV, onde as distâncias entre fases são menores, os condutores são afastados de
sua posição normal por meio de bastões suportes, moitões, etc. Todo conjunto de
equipamento é projetado para facilitar os movimentos dos eletricistas, no alto
dos postes ou das estruturas, com total segurança, tanto na manobra das
articulações para afastamento dos condutores, como nas manipulações das cadeias
de isoladores.
Neste método, o
eletricista deve observar rigorosamente a distância de trabalho, ou seja, a sua
distância com o condutor energizado.
Distâncias mínimas para
trabalho em linha viva
KV
|
metro
|
3,8
|
0,64
|
34,5
|
0,75
|
69
|
0,95
|
138
|
1,10
|
230
|
2,15
|
345
|
2,15
|
500
|
3,40
|
Na
execução dos serviços utilizando, esse método, os eletricistas trabalham em
potencial de terra, ou seja, posicionados em escadas isoladas, ou até mesmo em
“esporas” executando todos os serviços usando ferramentas e equipamentos
adequados.
Ø Este
é o método no qual o trabalhador interage com a parte energizada a uma
distância segura, por meio do emprego de procedimentos, estruturas,
equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes apropriados.
Ø Na
execução de serviços que utilizam esse método de trabalho, o eletricista deverá
estar perfeitamente acomodado na escada, e todo o serviço será executado
através de bastões. Em hipótese nenhuma será permitido que o eletricista toque
nas redes diretamente.
Ø Na
execução dos serviços utilizando, esse método, os eletricistas trabalham em
potencial de terra, ou seja, posicionados em escadas isoladas, ou até mesmo em
“esporas” executando todos os serviços usando ferramentas e equipamentos
adequados.
Ø Este
é o método no qual o trabalhador interage com a parte energizada a uma
distância segura, por meio do emprego de procedimentos, estruturas,
equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes apropriados
Ø Na
execução de serviços que utilizam esse método de trabalho, o eletricista deverá
estar perfeitamente acomodado na escada, e todo o serviço será executado
através de bastões. Em hipótese nenhuma será permitido que o eletricista toque
nas redes diretamente.
Descrição dos serviços
Nos locais de difícil
acesso, como alto de morro ou local onde não se chega com cestas aérea,
aplica-se esse método de trabalho com muita eficiência para atendimento desse
tipo de serviço. Também se mostra muito útil nas estruturas das subestações
para se executar manutenção, limpeza de isoladores, pára raios, etc.
Técnica de trabalho com
linha viva – método ao contato
Neste o trabalhador tem contato com a rede energizada mas não
fica no mesmo potencial da rede elétrica, pois esta devidamente isolado desta,
utilizando equipamentos de proteção individual e equipamentos de proteção
coletiva adequados à tensão da rede.
Esse método consiste em proteger o eletricista com luvas e
mangas isolantes, com o auxílio de uma plataforma, andaime ou veículo equipado
com cestas aérea, ele executa os serviços diretamente com as mãos. Toda a zona
de trabalho é protegida, também, com coberturas isolantes apropriadas e, à
medida que decorrem as tarefas, via-se descobrindo o espaço estritamente
necessário à operação em causa, tais como executar uma derivação, substituir um
isolador, efetuar uma emenda, etc.
Dessa forma, anula-se a
possibilidade do eletricista poder fechar dois pontos de potenciais diferentes
ou que os elementos de trabalho (fios, chaves, ferramentas, etc.) o possam
fazer ocasionando um curto circuito, Esse método é utilizado somente para
linhas de distribuição e de subestações com tensão de até 34,5kV.
Os eletricistas se posicionam em um potencial intermediário
ficando isolados do potencial de terra. Na execução de serviços, nesse método
de trabalho, o eletricista se acomoda em uma cesta aérea ou em cima de uma
plataforma isolada ou, ainda, numa escada isolada (fiberglass) devidamente
aparamentado com mangas de borracha, luva de borracha de cobertura na classe de
tensão da rede e, todo o serviço será executado diretamente na fase
energizada.
Praticamente todos os
serviços que se fazem necessários nas redes de distribuição aérea, podem ser
executados com as redes energizadas, especialmente agora com o desenvolvimento
de ferramentas e de equipamentos que garantem a segurança dos trabalhadores.
Técnica de trabalho com
linha viva – método ao potencial
Este terceiro método, tem por finalidade permitir maiores
recursos na manutenção, principalmente em linhas de extra alta tensão, acima de
345 kV, nas quais as distâncias de trabalho são superiores a 3 metros, bem como
nas subestações a partir de 69 Kv.
O trabalho ao potencial baseia-se no princípio da Gaiola de
Faraday e consiste no contato direto do eletricista com o condutor energizado,
em tensões de até 800 Kv.
O método de trabalho no potencial, consiste em levar o
eletricista ao condutor energizado por meio de escada isolante cujo isolamento
é previamente testado. Ao potencial da linha, o eletricista pode executar
manualmente os trabalhos que, no método a distância, são feitos por meio de
ferramentas adaptadas a bastões e pode, além disso, instalar e remover
aparelhos e acessórios, seja próximo à estrutura, seja no meio do vão.
Gaiola de Faraday.
Toda carga elétrica existente em um condutor isolado,
localiza-se em sua superfície externa. Dessa maneira, estando o eletricista
vestido com a roupa especial, toda a carga elétrica está acumulada em sua
vestimenta e a pessoa em seu interior encontra-se totalmente protegida dos
efeitos do campo elétrico.
Neste método é necessário
o emprego de medidas de segurança que garantam o mesmo potencial elétrico no
corpo inteiro do trabalhador, devendo ser utilizado conjunto de vestimenta
condutiva (roupas, capuzes, luvas e botas) ligadas por cabo condutor elétrico e
cinto à rede objeto da atividade.
Quando próximo do condutor energizado, o eletricista conecta
a sua vestimenta a esse condutor, que estará no mesmo potencial da linha. Antes
da utilização da escada, da cadeira isolada, do andaime ou da cesta aérea, que
permite o acesso ao potencial, efetuam-se testes elétricos nas mesmas por meio
de um micro amperímetro, para assegura-se de que seu isolamento está dentro dos
limites de segurança.
Esses testes são efetuados
no campo utilizando-se a própria linha como fonte de tensão, onde se faz um
contato efetivo da extremidade superior do equipamento de acesso potencial. O
micro amperímetro é instalado entre a extremidade inferior do equipamento e o
ponto de terra, para a medição da corrente de fuga, que deverá permanece dentro
dos limites estabelecidos por norma.
Distância de trabalho
A distância a ser mantida entre o eletricista ao potencial e
a torre, ou outras partes aterradas, é estabelecida de acordo com a classe de
tensão.
Igualdade de potencial
O eletricista, levando na mão, o bastão para contato no
potencial preso a fita de vestimenta condutiva, é levado gradualmente da torre
até o contato direto com o cabo condutor.
Procedimento de segurança
para trabalho em painéis e cubículos
Intervenções em painéis e cubículos, são atividades onde os
trabalhadores estão freqüentemente expostos aos riscos de choque elétrico e
arco elétrico. Ao realizar serviços nestes locais, deve-se pensar na segurança
em primeiro lugar.
Planejar, seguir procedimentos de segurança e usar o
equipamento apropriado, poderá evitar os acidentes.
Antes de entrar em um cubículo de uma subestação, abrir um
painel ou gabinete de um equipamento, examine o ambiente de trabalho, onde vai
posicionar o medidor e demais equipamentos. Além disto, observe o seguinte:
} Identifique
uma rota de fuga que possa usar em caso de emergência;
} Certifique-se
de que sabe exatamente como acessar o equipamento em questão;
} Procure
trabalhar em uma posição confortável e segura;
} Verifique
se há riscos ambientais presente, como galhos de árvores, animais ou água;
} Tenha
certeza de que a ventilação e a iluminação, são suficientes;
} Mantenha
um ajudante, qualificado, por perto, que também entenda de segurança elétrica;
} Sempre
informe onde estará trabalhando. Utilize os procedimentos de sua empresa
referentes a ordens de serviços e permissões para trabalho;
} Selecione
adequadamente suas ferramentas e equipamentos de segurança;
} Proteção
para os olhos e ouvidos, luvas, vestimentas e tapetes isolantes
} Verifique
se as ferramentas estão isoladas adequadamente;
} Sempre
que possível trabalhe em circuitos não energizados;
} Siga
os procedimentos de desenergização definidos pelo item 10.5 da NR 10, indicados
no procedimento da tarefa que será realizada;
} Siga
sempre os procedimentos de bloqueio mecânico do circuitos desenergizados, bem
como a identificação dos mesmos.
Importante:
Caso precise realizar medições de tensão, certifique-se de
que o equipamento é compatível com o nível de tensão, e a categoria de risco
respectiva ao circuito a ser medido.
CAT. IV – Origem da
instalação. Cabines de entrada e outros cabeamentos externos;
CAT. III – Distribuição da instalação, incluindo barramentos
principais, alimentadores e demais circuitos; cargas permanentes instaladas
CAT. II - Tomadas ou plugues; cargas removíveis;
CAT.
I – Circuitos eletrônicos protegidos.
Lembre-se, geralmente onde correntes de curto circuito
maiores estão disponíveis e conforme as voltagens e transientes aumentam, as
medições tornam-se mais perigosas. Isto é refletido por uma classificação CAT.
mais alta.
Portanto, durante o planejamento de atividade, tenha certeza
de que os equipamentos utilizados são compatíveis com as categorias de risco,
as quais estará exposto.
Os acidentes podem ser
substancialmente reduzidos se os técnicos e demais trabalhadores utilizarem a
combinação de planejamento, cuidado, práticas de trabalho seguras e uso de
ferramentas apropriadas.
Equipamento e ferramentas
de trabalho
A seguir vamos estudar os principais equipamentos e
ferramentas utilizados em trabalho na linha viva.
Dispositivo de isolação elétrica.
As coberturas protetoras para linha viva, são usadas nos
trabalhos pelo método ao contato, sendo instaladas com luvas isolantes de
borracha ou pelo método a distância, uma vez que dispõem de olhais para serem
operadas com bastões de manobra. São elementos construídos com materiais
dielétricos (não condutores de eletricidade) que têm por objetivo isolar
condutores ou outras partes da estrutura que estão energizadas para que os
serviços possam ser executados sem a exposição do trabalhador ao risco
elétrico, Têm de ser compatível com os níveis de tensão do serviço. Normalmente
são de cor laranja. Esses dispositivos devem ser bem acondicionados para evitar
sujeiras e umidade que possam torná-los condutivos. Também devem ser
inspecionados a cada uso.
Equipamento e ferramentas
de trabalho - Escada.
A escada deve possuir isolação compatível com a classe de
tensão dos locais onde os trabalhos serão executados. Além disso, é necessária
a adoção de procedimentos de testes e de limpeza par a garantia de isolação do
equipamento.
A escada a ser utilizada ao potencial deve ser submetida a um
ensaio (antes de ser transportada ao local do trabalho) utilizando-se um micro
amperímetro para verificação das condições de isolamento, antes de sua
utilização.
Se a escada apresentar valores superiores aos descritos, deve
ser submetida á limpeza e novamente testada, se os valores permanecerem
superiores aos recomendados, não realize o trabalho nesse método e sim pelo
método a distância.
Requisitos elétricos
mecânicos.
Observe a seguir os principais requisitos elétricos e
mecânicos, de conformidade com as normas ASTM F 711 e a IEC 855.
Tubos isolantes de “fiberglass” para linha viva:
Acabamento superficial à base de tinta poliuretânica de alta
rigidez dielétrica e resistente à ação
dos raios ultravioletas;
Cinta de encosto de “nylon” revestida de borracha;
Degraus em fibra de vidro com tratamento superficial
antiderrapante;
Sapatas de borracha.
Cestas aéreas.
Confeccionada em PVC, revestidas com fibra de vidro,
normalmente acoplada ao munck ou à grua. Pode ser individual ou dupla.
Utilizadas principalmente nas atividades em linha viva por suas características
isolantes e devido a melhor condição de conforto em relação à escada. Os
movimentos da cesta possuem duplo comando (no veículo e no cesto) e são normalmente
comandados na própria cesta. Tanto as hastes de levantamento como as cestas
devem sofrer ensaios de isolamento elétrico periódicos e possuir relatório das
avaliações realizadas.
Gancho de escalada.
É utilizado para a escalada em torres de transmissão. Nesse
gancho é fixada a corda guia com o trava quedas. À medida que o operador escala
a torre, transfere-a de posição encaixando num ponto superior da torre.
Andaime.
O andaime modular isolante é um equipamento indispensável nas
intervenções em instalações elétricas de alta e extra alta tensão energizadas,
principalmente em subestações, proporcionando uma condição extremamente segura
de acesso e posicionamento do eletricista em alturas de até 15 metros, para a
realização dos mais diversos tipos de trabalho e pelos métodos a distância e ao
potencial.
Dispositivos de manobra.
São instrumentos isolantes utilizados para executar trabalhos
em linha viva e operações em equipamentos e em instalações energizadas ou
desenergizadas, nas quais existem possibilidade de energização acidental, tais
como:
Ø Operação
de instalação e de retirada dos conjuntos de aterramento e curto circuitamento
temporário em linhas desenergizadas (distribuição e transmissão);
Ø Manobras
de chave faca e de chave fusível;
Ø Retirada
e colocação de cartuchos porta fusível ou elo fusível;
Ø Operação
de detecção de tensão;
Ø Troca
de lâmpadas e de elementos do sistema elétrico;
Ø Poda
de árvores;
Ø Troca
de rede; de isoladores e de espaçadores.
Bastões.
Ø Os
bastões são similares e do mesmo das varas de manobra.
Ø São
utilizados para outras operações de apoio. Nos bastões de salvamento há ganchos
para remover o acidentado. O bastão de manobra, também conhecido como “bastão
pega - tudo”, foi originalmente projetado para operação de grampos de linha
viva e de grampos de aterramento, porém, face à sua versatilidade, possui hoje
múltiplas aplicações, principalmente na manutenção de instalações elétricas
energizadas.
Ø O
cabeçote de plástico reforçado proporciona maior segurança, principalmente nas
operações em instalações com distâncias reduzidas de fase – fase e de fase -
neutro.
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