No Nepal. Os gritos e o coração
Andava sem destino, como um curioso peregrino, caminhando pelas ruas de Kathmandu (Capital do Nepal) quando, de repente, ao longe ouvi duas pessoas discutindo em voz alta. Então, lentamente, fui aproximando-me ao mesmo tempo em que outras pessoas, também indiscretos, faziam o mesmo.
Quanto mais pessoas acercavam-se, mais forte ficava o tom da altercação até o momento em que, serenamente, um ancião atravessou o círculo de pessoas e, carinhosamente, fitou os dois disputantes.
Então, quase que ignorando a controvérsia, com um voz vigorosa, mas doce, ele fez a seguinte pergunta aos presentes:
- Porque que as pessoas gritam quando estão com raiva?
Houve um silêncio culposo no ambiente até que uma senhora falou:
- Quando a ira invade nossos corações gritamos porque perdemos a calma
Mesmo assim, o ancião questionou:
- Mas porque gritar se a outra pessoa estão tão perto, não seria mais prático falar em voz baixa?
Desta vez, o silêncio foi sepulcral, era possível escutar a respiração ofegante e tensa dos adversário e o pulsar curioso da platéia.
Então, o mesmo senhor quebrou o silêncio dizendo:
- Quando estão com raiva, as pessoas gritam porque seus corações se distanciam e, como consequência, eles não conseguem escutar uns aos outros. Quanto mais distante o coração, mais forte é o grito.
E continuou:
- Por outro lado, quando as pessoas estão apaixonadas, seus corações estão próximos e, portanto, elas se comunicam carinhosamente e num aprazível tom de voz. Ademais, quando o amor invade os corações dos indivíduos, eles quase nem falam, parece que um contagiante e sedutor, quase inaudível, sussuro invade suas comunicações.
Depois, ele pausou por um momento e, finalmente, disse:
Assim sendo, quando vocês discutirem, não deixem que os vossos corações se distanciem, tentem evitar palavras que os separem ainda mais, pois pode chegar o dia em que a distância será tão grande que nem as mais afetuosas palavras poderão mostrar o caminho de regresso.
Depois, como num passe de mágica, as pessoas tranquilamente começaram a dispersar-se enquanto que os dois indivíduos que estavam discutindo sentaram-se na beira da calçada e, por um longo tempo, permaneceram em silêncio. (Tadany 06 08 09)
(como não entendo nepalês, esta história me foi traduzida por uma gentil moça nepalesa que também presenciou o acontecimento)
PS: Para citar este texto:
Cargnin dos Santos,
Este blog destina-se a publicação de matérias técnicas com enfase em tecnologia e educação, onde expresso algumas matérias de cunho politico
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sexta-feira, 28 de outubro de 2011
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
NR- 10 AVANÇADA - SEP .CAPITULO 14 – APLICANDO A NR - 10
14 - APLICANDO A NR – 10
Acidentes típicos: análise, discussão e medidas de proteção.
A finalidade da investigação de acidentes é identificar as causas imediatas, básica ou a falta de controle desses eventos, por meio de análise, e propor medidas preventivas.
Conceitos básicos:
Condição abaixo do padrão – Configuração ambiental ou fato que, comparado a uma determinada referência (regra, norma, recomendações e outros procedimentos reconhecidos pela organização) padrão, configura-se como potencial causador de dano pessoal, impessoal ou a combinação deste.
Incidente (quase acidente) – Eventos não desejados que, sob circunstâncias ligeiramente diferentes, poderia ter resultado em um acidente.
Acidente – Evento não desejado que resulta em danos ou lesão.
Acidente de trabalho (com base na lei 821/91 – art. 19 e 20) - É o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou ainda pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte, perda ou redução da capacidade para o trabalho, permanente ou temporário.
Acidente de trajeto – O que ocorre no percurso usual entre a residência ou o local da refeição para o trabalho, ou deste para aquele, locomovendo-se, o empregado a pé ou valendo-se de transporte próprio, da empresa ou coletivo.
Acidente típico – Acidente decorrente da característica da atividade desempenhada pelo acidentado.
Acidente sem afastamento – Aquele que permite ao empregado retornar ao trabalho na jornada do dia seguinte ao da ocorrência do acidente.
Acidente com afastamento – Aquele que não permite ao empregado retornar ao trabalho na jornada do dia seguinte ao da ocorrência do acidente.
Causas imediatas – São as circunstâncias que precede, imediatamente, o contato da pessoa com o agente causador (real ou potencial) da lesão. Geralmente são vistas ou sentidas. Com freqüência podem ser denominadas ações ou práticas inseguras (comportamentos que possibilitam a ocorrência de um acidente) ou condições inseguras (circunstâncias que possibilitam ocorrência de um acidente).
Causa básica – São as doenças ou causas reais que desencadeiam sintomas; razões pela quais os atos e condições fora do padrão ocorrerem; os fatores que, se identificados, permitem um controle por meio da gestão dos riscos. Ajudam a explicar o porque das pessoas realizarem práticas fora do padrão.
Elementos de controle – É uma das quatro funções essenciais da gestão: planejar, organizar, gerir (lidera/dirigir) e controlar. Essas funções se relacionam com as atividades de gestão (gerenciamento), independente de nível hierárquico.
As principais reações decorrentes da falta de controle são:
- Sistema inadequado;
- Padrões inadequados;
- Não – cumprimento dos padrões.
Segurança do trabalho e saúde ocupacional.
· Segurança do trabalho – Conjunto de medidas, resultante de estudo técnico, que determina as condições de trabalho visando a integridade dos empregados, dos trabalhadores temporários, do pessoal contratado, dos visitantes e de qualquer outra pessoa que possa adentrar na área de trabalho.
· Saúde ocupacional – Conjunto de atividades médicas que prioriza a saúde dos trabalhadores vinculados á empresa, a partir de estudos epidemiológicos e de métodos preventivos, diante da exposição direta ou indireta a riscos ambientais, em sua atividade laborativa.
Profissionais de segurança do trabalho e saúde ocupacional.
Compõem o serviço especializado em engenharia de segurança e medicina do trabalho e devem ser habilitados como:
· Engenheiros de segurança do trabalho;
· Técnicos de segurança do trabalho;
· Médicos do trabalho;
· Enfermeiros do trabalho;
· Auxiliar de enfermagem no trabalho.
Metodologia árvore das causas.
Método analítico que permite ordenar os fatos que contribuíram diretamente para a concretização do dano ou da situação com potencial significativo de causar danos, estabelecendo uma seqüência lógica para identificar as causas básicas e imediatas do evento e auxiliar na definição das ações de controle e/ou de eliminação dos riscos.
Membros responsáveis pela investigação de incidentes/acidentes.
· Profissional de segurança do trabalho (de acordo com a sua área de atuação);
· Empregado membro da CIPA e por ela designada para esta atribuição;
· Empregado conhecedor das atividades da área onde ocorreu o evento;
· Qualquer outro convidado especialista, empregado ou não, e com formação e/ou conhecimento específico, que o grupo considerar necessário para melhor elucidar as causas do evento, objeto de estudo.
Investigação e análise do evento – Conjunto de ações que conduz ao entendimento do evento, á identificação dos fatores relevantes para sua ocorrência e favorecer na tomada de decisão.
Responsáveis – É a designação de unidades preventivas e corretivas para todos as funções de tomada de decisão, em qualquer setor da empresa, independentemente do nível hierárquico (cargo) que o empregado ocupa. Exemplo: gerente, líder, supervisor, etc.
Procedimentos gerais:
Investigação menos criteriosa – É estabelecida de acordo com a análise da freqüência e da gravidade. O profissional de segurança do trabalho é o profissional necessário e suficiente para analisar o evento, identificar suas causas e propor as medidas preventivas e/ou corretivas necessárias ao gerente da área envolvida.
Investigação mais criteriosa – É estabelecida por uma análise da freqüência e da gravidade. O profissional de segurança do trabalho, deve convocar os responsáveis, para investigar e analisar o evento aplicando a metodologia adequada. Após a escolha da metodologia (que pode ser análise de falha humana, análise de falha e efeito – FMEA, análise de segurança de sistemas ou árvore de evento) e a identificação das causas básicas e imediatas, o grupo deve propor ao gerente as medidas preventivas e /ou corretivas.
Avaliação da descrição do evento.
Considerando a descrição do evento, os responsáveis devem iniciar seu estudo com o objetivo de identificar as causas que contribuíram efetivamente para a ocorrência do evento.
Levantamento dos fatos.
Tem seu início a partir da comunicação e é sucedido pela visita no local onde o evento ocorreu (ou está prestes a ocorrer). Preferencialmente a visita deve acontecer logo após a sua ocorrência ou da identificação do potencial.
O levantamento dos fatos consiste na busca de informações por meio de entrevistas com testemunhas e análise dos vestígios e/ou outras evidências que possam elucidar o fato.
Não devem ser consideradas as informações subjetivas, tais como, julgamentos e suposições. Somente os fatos reais, que apresentem evidências objetivas, devem ser considerados. Todos os vestígios devem ser preservados até que o trabalho esteja concluído.
Sempre que houver dúvidas, essa fase deve ser retomada a fim de se obter maiores detalhes.
Sugestões propostas (ações corretivas ou preventivas).
As ações propostas e aprovadas pelo gestor do processo devem ser implementadas pelo responsável designado pelo gerente, o qual deverá acompanhar todo processo até a sua conclusão.
QUALIFICAÇÃO
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Freqüente – pode ser admitido como erro
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Ocasional – depende de uma única falha, inclusive humana
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Remota – depende de diversas falhas simultâneas
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Improvável – depende de falhas do material ou específicas do sistema
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Baixa – Sistema opera sem restrição, e/ou danos materiais, e/ou sem lesão pessoal.
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REGIÃO DO SISTEMA QUE DISPENSA A INVESTIGAÇÃO MAIS CRITERIOSA
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Moderada – Sistema opera c/restrições e s/comprometimento, e/ou damos materiais não desprezíveis mas contornáveis, e/ou com lesão pessoal leve e s/comprometimento.
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Crítica – Sistema opera com restrição e comprometimento, e/ou danos materiais não desprezíveis mas contornáveis, e/ou lesão pessoal com comprometimento temporário
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REGIÃO DO SISTEMA QUE EXIGE A INVESTIGAÇÃO MAIS CRITERIOSA
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Catastrófica – Sistema totalmente comprometido exigindo restauração de grande porte, e/ou danos materiais irreparáveis ou perda total, e/ou lesão pessoal grave e comprometimento permanente.
|
sábado, 22 de outubro de 2011
PROCESSO SELETIVO DA ITAIPU
Processo seletivo da Itaipu atrai mais de 5 mil candidatos
Fonte: Redação
Data: 21/10/2011 10:52
O balanço final das inscrições para o processo seletivo 1003/2011 da Itaipu foi divulgado no final da tarde desta quinta-feira (20). No total, 5.231 candidatos se inscreveram para concorrer a uma das 131 vagas oferecidas pela instituição, em 31 cargos diferentes. As provas estão previstas para o dia 27 de novembro de 2011, em Foz do Iguaçu e Curitiba.
O cargo que atraiu o maior número de candidatos foi o de Profissional de Nível Superior Júnior – Foz do Iguaçu (16/1003), que exige formação superior nos cursos de Ciências Econômicas, Administração, Ciências Contábeis ou Engenharia. Para as quatro vagas oferecidas (uma para admissão e três para cadastro de reserva), fizeram a inscrição 519 candidatos. A relação candidato-vaga chegou a 129,75.
O cargo 14/1003, para Profissional de Nível Superior Júnior – Curitiba teve um resultado parecido. Para as mesmas quatro vagas, estão concorrendo 507 candidatos – relação candidato-vaga de 126,75. O cargo também exige formação superior nos cursos de Ciências Econômicas ou Administração ou Ciências Contábeis ou Engenharia.
Mais informações
As inscrições para o processo seletivo foram feitas de 21 de setembro a 17 de outubro. Das 131 vagas oferecidas, 87 são de nível superior e 44 de nível técnico. Desse total, 35 são para admissão e outras 96 para cadastro de reserva . As remunerações variam de R$ 2.212,00 a R$ 6.415,53.
O processo seletivo é coordenado pela Fundação da Universidade Federal do Paraná para o Desenvolvimento da Ciência, da Tecnologia e da Cultura (Funpar).
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
NR - 10 AVANÇADA - SEP. CAPITULO 11 - ORGANIZAÇÃO COMO FATOR DE SEGURANÇA
11 - ORGANIZAÇÃO COMO
FATOR DE SEGURANÇA
Na execução de qualquer
serviço que envolva energia elétrica, a escolha do método de trabalho a ser
adotado pela sua equipe de trabalho é de fundamental importância para que se
evite a ocorrência de acidentes.
Os cuidados citados
anteriormente, são fundamentais para uma correta e segura execução dos
serviços, sem a ocorrência de prejuízos materiais ou humanos, por meio de
rigorosa observação dos controles de riscos, indispensáveis para a execução de
trabalho.
A natureza do serviço a
ser executado, exige que o método de trabalho a ser adotado tenha as seguintes
características:
Ø Procedimentos
padronizados e descritos;
Ø Controle
efetivo dos riscos;
Ø Firme
comportamento ético;
Ø Todos
os envolvidos possuam treinamento específico para a execução da atividade.
Manutenção com linha
energizada – linha viva.
Método
ao contato.
Como o trabalhador tem
contato com a rede energizada, mas não fica no mesmo potencial da rede
elétrica, todos os equipamentos de proteção individual e de proteção coletiva
devem ser adequados à tensão da rede para garantir que o mesmo estejam
devidamente isolado.
Portanto, todos os
procedimentos de utilização de EPI´s e EPC´s , devem ser seguidos obedecendo-se
as técnicas de segurança para não haver falha durante as operações no SEP.
Método
ao potencial.
Como o trabalhador fica em
contato direto com a tensão da rede, no mesmo potencial, é necessário o emprego
de medidas de segurança que garantam o mesmo potencial elétrico no corpo
inteiro do trabalhador, devendo ser
utilizado um conjunto de vestimentas condutivas (roupas, capuzes, luvas e
botas) ligadas por meio de cabo condutor elétrico e cinto à rede objeto da
atividade. É imprescindível que sejam
feitos os testes com todas as roupas condutivas necessárias para manter uma perfeita
equalização do campo elétrico distribuído no operador.
Método
a distância.
Neste método o trabalhador
interage coma parte energizada a uma distância segura pelo emprego de
procedimentos, equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes apropriados.
Todos os equipamentos utilizados, como vara de manobra, bastões e escadas,
devem ser submetidos a testes de isolação para garantir que não haverá
potencial de choque elétrico para o operador.
Confirmação
do desligamento.
Onde existe um Centro de
Operações – CO, a equipe de trabalho deve verifica se os procedimentos, a serem
utilizados para a realização dos serviços nas redes de distribuição e linha de
transmissão desenergizadas, são homologados e as atividades foram planejadas e
elaboradas com antecedência pelo setor que necessitará da rede ou de parte dela
desligada.
Prontuário
e cadastro das instalações.
É importante saber a
diferença entre o cadastro de um equipamento e o seu prontuário, que reside no
elemento adicionado a este último para controle do tempo. Podemos, ainda, dizer
que o prontuário é o cadastro dinâmico que contém as informações do presente e
do passado do equipamento e dos trabalhadores. Isso significa que todas as
alterações, especialmente as dos equipamentos, devem ficar registradas.
Podemos definir
“prontuário”, como um sistema organizado de forma a conter uma memória de
informações pertinentes às instalações e aos trabalhadores.
Este material deve conter
o registro de todas as informações referentes às instalações e às pessoas. O
registro das mudanças dentro das instalações atende também a necessidade de
consulta das equipes de manutenção e de operação que vierem a trabalhar no
local. É importante registrar que o passado e o presente são essenciais para a
projeção das tendências de comportamento e do estado das instalações elétricas
e de seus equipamentos.
Esses prontuários são
relevantes até para a decisão de substituição de equipamentos ou de mudanças de
paradigmas nas instalações.
Todas as instalações
elétricas, subestações, sala de comando das usinas, centro de operação, entre
outras instalações, “devem ser adotadas medidas preventivas de controle do
risco elétrico e de riscos adicionais” , mediante técnicas de análise de
riscos, de forma a garantir a segurança e a saúde no trabalho, bem como a
operacionalidade do Sistema Elétrico de Potência – SEP.
As medidas de controle
adotadas devem integrar-se às demais iniciativas da empresa, tais como políticas
corporativas e normas no âmbito da preservação da segurança, da saúde e do meio
ambiente de trabalho.
Pelo
novo texto da NR – 10, as empresas estão obrigadas a manter prontuário com
documentos necessários para a prevenção dos riscos durante a construção,
operação e a manutenção do sistema elétrico, como:
Ø Esquemas
unifilares atualizados das instalações elétricas dos seus estabelecimento;
Ø Especificações
do sistema de aterramento dos equipamentos e dispositivos de proteção.
Os estabelecimentos com
carga instaladas, superior a 75 kW, devem constituir e manter o Prontuário de
Instalações Elétricas, atualizado com seus respectivos procedimentos.
A partir da publicação da
nova redação da NR – 10, e com a publicação da portaria nº. 598 em 07/12/2004,
que alterou a redação desta NR, as empresas passaram a ter a obrigação de
manter um prontuário das instalações elétricas (item 10.2.4), que por sua vez
deve contemplar o Relatório Técnico de Inspeção (item 10.2.4.g) e o laudo do
Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas – SPDA.
Ø Laudo
SPDA – É o relatório das inspeções e medições do Sistema de Aterramento
Elétrico e do Sistema de Pára - raios, segundo a NBR 5419.
Ø Relatório
Técnico de Inspeção – Subdividido em duas peças técnicas: O Laudo Técnico das
Instalações Elétricas e o Diagnóstico dos Requisitos NR – 10:
• Laudo
Técnico das Instalações Elétricas – É o relatório emitido após as inspeções e
os ensaios nas instalações elétricas, atestando sua conformidade com as normas
técnicas vigentes ( ABNT NBR 5410,5418,5419,14039 e outras);
• Diagnóstico
dos Requisitos NR – 10 – É o relatório da auditoria do sistema de gestão de
segurança elétrica da empresa que verifica o grau de implementação de todos os
requisitos da NR – 10., a conforme enunciado na alínea “g” do item 10.2.4.
São 3 os tipos de
Relatórios / Laudos Técnicos exigidos pela nova NR – 10 que devem compor o
Prontuário das Instalações Elétricas. O não cumprimento, sujeita a empresa às
multas previstas em lei.
Não é qualquer profissional
que elabora esses relatórios e laudos, mas sim um profissional legalmente
habilitado (item 10.2.7 da NR – 10) e devem atestar as condições técnicas das
instalações elétricas segundo as Normas Técnicas oficiais (item 10.1.2). Os
laudos devem incluir em seu relato as não conformidades encontradas, as
recomendações e o cronograma de adequações.
Importante destacar que os
Relatórios / Laudos, constituem-se em “documentos técnicos” integrantes do
Prontuário Elétrico (item 10.2.4 da NR – 10).
Outro item importante, é
que as empresas que realizam trabalhos em proximidade dos Sistema Elétrico de
Potência (telefonia dados, TV a cabo, etc.), devem constituir prontuários
contemplando as alíneas “a”, “c”, “d”, e “e” do item 10.2.4 e as alíneas “a”, e
“b” do item 10.2.5 da NR – 10).
ORGANIZAÇÃO COMO FATOR DE
SEGURANÇA
Caso a empresa não cumpra
o que está apresentado na NR – 10, sofrerá multas por infração à NR – 10
especificadas pelas portarias:
Ø 126/2005
do MTE;
Ø 143/2005
do MTE
ITEM DA NR – 10
|
REQUISITO
|
MULTA (EM UFIR)
|
10.2.4
|
Prontuário elétrico
|
2.252 a 6.304
|
10.2.4b
|
Laudo SPDA
|
1.129 a 3.284
|
10.2.4g
|
Laudo de Instalações
elétricas
|
1.691 a 4.929
|
Programação e planejamento
dos serviços.
Programar é definir etapas
ou procedimentos ordenados para a execução de serviços em determinado período
de tempo, utilizando o método adequado, os recursos mínimos necessários, tanto
pessoais quanto materiais, as ferramentas e os equipamentos, além de
equipamentos de segurança, considerando as interferências possíveis do meio
ambiente com o trabalho.
Trabalhar com segurança em
instalações elétricas requer organização e atenção do que se está fazendo.
Organizar o trabalho antes de executar qualquer tarefa é de fundamental
importância. Organizar significa pensar antes de iniciar a tarefa. Observamos:
Ø A
maneira mais segura de realizar a tarefa;
Ø Na
maneira mais simples de fazer a tarefa, evitando complicações ou controle
exagerados;
Ø No
modo mais barato de realizar a tarefa;
Ø No
meio menos cansativo para quem vai realizar a tarefa;
Ø Em
um procedimento que seja mais rápido;
Ø Em
obter a melhor qualidade e o resultado mais confiável;
Ø Em
forma de trabalho que não prejudique o meio ambiente, ou seja, que não cause a
poluição do ar, da água e do solo.
Observem que estes itens
não podem ser pensados separadamente, todos devem ser pensados juntos para que
no final haja equilíbrio entre eles, de modo que um não prejudique o outro.
Além disso, é preciso pensar , também, na quantidade e na qualidade das pessoas
e dos materiais necessários, na hora e no local em que eles devem estar
disponíveis.
Planejar é pensar antes,
durante e depois de agir. Quando planejamos, buscamos alcançar objetivos e quando
queremos fazê-lo de uma forma participativa, compartilhamos diferentes saberes
(interdisciplinaridade), e diferentes ações (intersetorialidade),
necessariamente precisamos trabalhar com um método de planejamento.
Quando um profissional
estabelece uma escala de prioridades, na qual o desperdício não tem vez, o
retrabalho não se manifesta e a qualidade é premissa e não conseqüência, ele
está organizando o seu trabalho por meio de um conjunto de ações, atividades e
responsabilidade.
Planejamento dos serviços.
Planejar é definir aonde
se quer chegar. É mais importante do que administrar o tempo em termos de metas
e serviços, podendo utilizar um ou mais dos quatro modelos de planejamento
listados abaixo:
Ø Lista
do que fazer (lembretes, checklist);
Ø Metas
de atividades: tomar decisões baseadas em princípios visando satisfazer as
necessidades humanas universais; respeitar as leis naturais de causas e efeito
que governam o universo; e priorizar o importante em detrimento do urgente.
Ø Prioridades
e controles (planejamento de processo);
Ø Prioridade
e princípios (planejamento corporativo).
Funções do responsável
diante do trabalhador e entre os membros da equipe:
Ø Apresentar
os itens das normas e dos procedimentos relativos ás solicitações de
intervenção que tenham rebatimento nessa etapa;
Ø Falar
sobre os prazos de desligamento;
Ø Fazer
a apresentação completa das normas e dos procedimentos internos relativos ao
Planejamento Executivo e á analise de riscos envolvidos na realização das
atividades a serem desenvolvidas, em decorrência da liberação de instalações e
de equipamentos. Nesta etapa, deverão ser discutidas e analisadas as
responsabilidades entre os membros da equipes. Caberá, ainda ao instrutor,
estabelecer casos práticos e enfatizar a necessidade de validação do
planejamento “in loco”.
Ø Apresentar
os normativos internos aos procedimentos para a solicitação de liberação de
instalações ou de equipamentos, incluindo a realização de manobras, a
delimitação e a sinalização da área de trabalho e o bloqueio de impedimento de
reenergização ( apresentar os itens das normas e dos procedimentos de operação,
de manutenção e de segurança dos trabalhos pertinentes);
Ø Execução
dos serviços ( inclusive o passo a passo de procedimentos de manutenção);
Ø Devolução
para a operação e a normalização da instalação e do equipamento de operação, de
manutenção e de segurança dos trabalhos pertinentes.
Liberação de instalação e
equipamentos.
Os procedimentos aqui
apresentados, não substituem as normas internas das empresas ou as determinações
dos fabricantes. A liberação de instalações e equipamentos para
serviços,operação e uso aplica-se basicamente a:
Ø Manutenção;
Ø Melhoria;
Ø Expansão;
Ø Reformas;
Ø outros
Liberação de instalação e
equipamentos.
A necessidade de liberação
de instalações e equipamentos, decorre da necessidade de manutenção preventiva,
corretiva, emergencial e de urgência.
Definições conforme NR –
10:
Ø Desenergização
– é o conjunto de ações coordenadas entre si, seqüenciadas e controladas,
destinadas a garantir a efetiva ausência de tensão no circuito, trecho ou ponto
de trabalho, durante o período intervenção.
Ø Desenergização
de circuitos: Esta dividido em:
Ø Seccionamento
– nesta etapa a equipe de manutenção, em conjunto com a de operação, através da
análise de diagrama funcional e de inspeção visual, deverá verificar se
efetivamente foi promovido o seccionamento do trecho onde haverá a atividade de
manutenção em atendimento ao Planejamento Executivo e a Análise Preliminar de
Perigo. O referido seccionamento deverá garantir que não haverá fontes de
tensão alimentado circuitos existentes na área de trabalho que possam colocar
em risco a segurança dos trabalhadores envolvidos, direta ou indiretamente, na
atividade de manutenção;
Ø Impedimento
de reenergização – nesta etapa, a equipe de manutenção, em conjunto com a de
operação, através da análise de diagrama funcional e também da inspeção visual,
deverá assegura-se de que a operação efetuou a aplicação de travamento
suficientes para garantir que não haverá possibilidade de reversão indesejada
do seccionamento elétrico das fontes de tensão que alimentam os circuitos
objetos da intervenção e que possam oferecer risco a pessoas envolvidas na
intervenção;
Ø Constatação
da ausência de tensão – a equipe de manutenção deverá verificar a ausência de
tensão com medidores testados, podendo ser realizada por contato ou por
aproximação e de acordo com os procedimentos específicos;
Ø Instalação
de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos circuitos
– constatada a inexistência de tensão, a equipe de manutenção deverá efetuar o
aterramento temporário das partes elétricas que possam colocar em perigo os
trabalhadores caso haja alguma entrada de potencial. Usando-se luvas isolantes
e bastões compatíveis com o nível de tensão que se está trabalhando, os membros
da equipe designados para a tarefa de aterramento deverão conectar as garras de
aterramento aos condutores – fase, previamente desligados, o que pressupõe os
cuidados relativos á possibilidade de ocorrência de erros. É importante
controlar a quantidade de aterramentos temporários implantados, de forma a
garantir a retirada de todas as unidades, antes da reenergização.
Ø Proteção
dos elementos energizados existentes na zona controlada – na impossibilidade da
desenergização de algum circuito situado na zona controlada, para que não
possam ser acidentalmente tocados, a equipe de manutenção deverá providenciar
isolação conveniente através de: mantas, calhas, capuz de material isolante,
etc., de forma a proteger as pessoas envolvidas na intervenção;
Ø Liberação
da instalação para serviços de manutenção – somente após atendidas as etapas
anteriores, as instalações poderão ser consideradas liberadas para os serviços
de manutenção.
Reenergização de circuitos.
O estado de instalação
desenergizada, deverá ser mantido, até a autorização para a reenergização,
devendo ser reenergizada respeitando a seqüência de procedimentos a seguir:
Ø Retirada
de todas as ferramentas, utensílios e equipamentos – nesta etapa a equipe de
manutenção deverá efetuar a remoção de todos os ferramentais e os utensílios
para fora da zona controlada, a fim de permitir a liberação da instalação;
Ø Retirada,
da zona controlada, de todos os trabalhadores não envolvidos no processo de
reenergização – o coordenador responsável efetuará a contagem, a identificação
e retirada, da zona controlada, de todos os trabalhadores não envolvidos no
processo de reenergização;
Ø Remoção
do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções adicionais –
deverá ser providenciada a retirada dos matérias usados para proteção de partes
vivas próximas ao local de trabalho e de utensílios empregados na manutenção da
equipotencialização. É importante observar que esse procedimento se inicia em
uma instalação desenergizada, mas termina em instalações apenas desligadas, o
que sugere a adoção de técnicas, equipamentos e procedimentos próprios para
circuitos energizados. Preferencialmente, os membros da equipe designados para
a desinstalação dos aterramentos, deverão ser os mesmos que efetuaram a
instalação;
Ø Remoção
da sinalização de impedimento de reenergização – a equipe de manutenção deverá
acompanhar e apoiar, se for o caso, a retirada das placas e dos avisos de
impedimento de reenergização, pela equipe de operação. Essa atividade também
será realizada com medidas e técnicas adotadas para os trabalhos com circuitos
energizados;
Ø Destravamento
e religamento dos dispositivos de seccionamento – efetuar a remoção dos
elementos de bloqueio, do travamento ou mesmo de reinserção de elementos
condutores que foram retirados para garantir o não religamento e finalmente, a
reenergização do circuito ou trecho, restabelecendo a condição de funcionamento
das instalações. Nesta etapa, os membros da equipe de manutenção, que detêm
algum componente do bloqueio em seu poder, deverá participar do destravamento
em conjunto com a equipe de operação;
Ø Liberação
da instalação para serviço de operação – somente após atendidas as etapas
anteriores, as instalações poderão ser consideradas liberadas para os serviços
de operação;
Ø Situações
específicas – As medidas constantes nos itens anteriormente apresentados, podem
ser alteradas, substituídas, ampliadas ou eliminadas, em função das
peculiaridades de cada situação, por profissional legalmente habilitado,
autorizado e mediante justificativa técnica previamente formalizada, desde que
seja mantido o mesmo nível de segurança originalmente preconizado.
Circuitos com
possibilidade de reenergização.
Na execução de serviços em
que as medidas de desenergização não sejam possíveis, caracterizando que o
circuito está apenas desligado, deverão ser adotadas as técnicas de trabalho em
circuitos energizados vigentes na empresa.
De acordo com a NR – 10,
subitem 10.5.4 – Os serviços a serem
executados em instalações elétricas desligadas, mas com possibilidade de
energização, por qualquer meio ou razão, devem atender ao que estabelece o
disposto no item 10.6 – Segurança em Instalações Elétricas Energizadas.
Além disso, é muito
importante que antes de qualquer serviço, em alta tensão, seja realizada uma
avaliação prévia para gerenciamento dos riscos, conforme a NR – 10 subitem
10.7.5 – Antes de iniciar trabalhos em circuitos energizados em AT, o superior
imediato e a equipe, responsáveis pela execução do serviço, devem realizar uma
avaliação prévia, estudar e planejar as atividades e ações a serem
desenvolvidas de forma a atender os princípios técnicos básicos de melhores
técnicas de segurança em eletricidade aplicáveis ao serviço.
Isto quer dizer que antes
do início de qualquer atividade no Sistema Elétrico de Potência, o responsável
deverá reunir toda a equipe e abordar os seguintes tópicos:
Ø Revisar
os procedimentos programados estudando e planejando ações a executar;
Ø Equalizar
o entendimento de todos, com a eliminação de dúvidas de execução, conduzindo ao
uso de práticas seguras de trabalho e as melhores técnicas, sabidamente
corretas, testadas e aprovadas;
Ø Alertar
a cerca de outros riscos possíveis, não previstos nas instruções de segurança
dos procedimentos;
Ø Discutir
a divisão de tarefas e responsabilidades;
Ø Encontrar
problemas potenciais que podem resultar em mudanças no serviço e até mesmo no
procedimento de trabalho;
Ø Identificar
problemas reais que possam ter sido ignorados durante a relação de equipamentos
de segurança e trabalho;
Ø Difusão
de conhecimentos, criando novas motivações.
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