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terça-feira, 30 de agosto de 2011

NR 10 - MODULO 13


13 – ACIDENTES DE ORIGEM ELÉTRICA

A segurança no trabalho é essencial para garantir a saúde e evita acidentes nos locais de trabalho, sendo um item obrigatório em todos os tipos de trabalho.
Podemos classificar os acidentes de trabalho relacionando-os com os fatores humanos – ATOS INSEGUROS – e com o ambiente  - CONDIÇÕES INSEGURAS. Essas causas são apontadas como responsáveis pela maioria dos acidentes. No entanto, deve-se levar em conta que, ás vezes, os acidentes são provocados pela presença de condições inseguras e atos inseguros ao mesmo tempo.  

Atos Inseguros:
Os atos inseguros são, geralmente, definidos como causas de acidentes do trabalho que residem exclusivamente no fator humano, isto é, aqueles que decorrem da execução das tarefas de forma contraria ás normas de segurança. É a maneira como os trabalhadores se expõem – conscientemente ou inconscientemente – aos riscos de acidentes.

CONDIÇÕES QUE FACILITAM A OCORRÊNCIA DE ACIDENTES MOTIVADOS PELO FATOR HUMANO:
  • Problemas de adaptação à função por fatores constitucionais: sexo, idade, tempo de reação aos estímulos, coordenação motora e grau de atenção.
  • Fatores circunstanciais: questões que influenciam o desempenho indivíduo no momento, como problemas familiares, abalos emocionais, discussão com colegas, alcoolismo, estado de fadiga ou doença.
  • Desconhecimento dos riscos da função e da forma de evitá-los, quase sempre causados por seleção ineficaz ou ausência de treinamento adequado;.
  • Desajuste relacionado com certas condições do trabalho, como ocorrência de conflitos com a chefia, problemas com os colegas, política salarial e promocional imprópria ou clima de insegurança na equipe;
  • Características da personalidade do trabalhador que se manifestam por comportamento impróprio, demonstrando agressividade ou impulsividade. Podem ser citados como exemplos os tipos que atuam de forma desleixada, machista, exibicionista, ou ainda os que estão sempre desatentos, os brincalhões e aqueles que demonstram excesso de confiança ao lidar com o equipamento de trabalho, não prevendo riscos.
Condições Inseguras:
Ambientes de trabalho com deficiências técnicas, que colocam em risco a integridade física e mental do trabalhador, gerando possibilidades de acidentes nas instalações da empresa:
  • Nas construções e instalações em que se localiza - áreas insuficientes, pisos fracos e irregulares, excesso de ruído e trepidações, falta de ordem e limpeza, instalações elétrica de impróprias ou com defeitos e falta de sinalização;
  • Nas máquinas e equipamentos: Localização imprópria, falta de proteção em partes moveis, pontos de agarramento e elementos energizados, e apresentando defeitos
  • Na ausência ou insuficiência de proteção para o trabalhador: proteção insuficiente ou totalmente ausente, roupas e calçados impróprios, equipamentos de proteção com defeito (EPI´S e EPC`S), ferramental defeituoso ou inadequado.;
  • Falta de bloqueio elétrico (impedimento de re-energização) é uma condição que pode provocar energização acidental, devido a erros de manobra, contato acidental com outros circuitos energizados, tensões induzidas por linhas adjacentes ou que cruzam a rede, descargas atmosféricas e fontes de alimentação de terceiros.
Causas diretas de acidentes com eletricidade.
Podemos classificar como causas diretas de acidentes elétricos, as proporcionadas pelo contato direto por falta de isolamento, podendo estas serem classificadas quanto ao tipo de contato:
  • Contatos direto: Consiste no contato com partes metálicas normalmente sob tensão – chamadas de partes vivas;
  • Contatos indiretos: Consiste no contato com partes metálicas normalmente não energizadas – massa-, mas que podem ficar energizadas devido a uma falha de isolamento. O acidente mais comum a que estão submetidos as pessoas, principalmente aquelas que trabalham em processos industriais ou desempenham tarefas de manutenção e operação de sistemas industriais, é o toque acidental em partes metálicas energizadas, ficado o corpo ligado eletricamente sob tensão entre fase e terra.
Descargas atmosféricas.
Descargas atmosféricas são descargas elétricas de grande extensão (alguns quilômetros) e de grande intensidade (picos de intensidade de corrente acima de um quiloàmpere), que ocorrem devido ao acúmulo de cargas elétricas em regiões localizadas da atmosfera, em geral dentro de tempestades. A descarga inicia quando o campo elétrico produzido por estas cargas excede a capacidade isolante, também conhecida como rigidez dielétrica, do ar em um dado local na atmosfera, que pode ser dentro da nuvem ou próximo ao solo. Quebrada a rigidez, tem início um rápido movimento de elétrons de uma região de cargas negativas para uma região de cargas positivas. Existem diversos tipos de descargas, classificadas em função do local onde se originam e do local onde terminam.
As descargas atmosféricas causam sérios danos nas redes elétricas aéreas de transmissão e distribuição de emergia elétricas, além de provocarem danos materiais nas construções atingidas por elas, sem contar os riscos de vida a que as pessoas e animais ficam submetidos.

Tensão Estática
Os condutores possuem elétrons livres e, portanto, podem ser eletrizados por indução.
Os isoladores, conhecidos como dielétricos, praticamente não possuem elétrons livres. Eles podem ser eletrizados por indução, isto é, aproximando um corpo eletrizado, sem contudo tocá-los.
Normalmente, os centros de gravidade das massas dos elétrons e prótons de um átomo coincidem-se e localizam-se no seu centro. Quando um corpo carregado se aproxima desses átomos, há um deslocamento muito pequeno dos seus elétrons e prótons, de modo que os centros de gravidade destes, não mais se coincidem, formando assim um dipolo elétrico.
Um dielétrico que possui átomos assim deformados – achatados – está eletricamente polarizado.

Tensão induzida em linhas de transmissões de alta tensão.
Devido ao atrito com o vento e com a poeira, em condições secas, as linhas sofrem uma continua indução que se soma ás demais tensões presentes. As tensões estáticas crescem continuamente, e após um longo período de tempo podem ser relativamente elevadas.
Podemos ter tensões induzidas na linha por causa do acoplamento capacitivo e eletromagnético.
São dois condutores, ou um condutor e o potencial de terra, estiverem separados por um dielétrico e em potencial diferentes, surgirá entre ambos o efeito capacitivo.
Ao aterramos uma linha, as corrente, devido ás tensões induzidas capacitivas e as tensões estáticas ao referencial de terra, são drenadas imediatamente. Todavia, existirão tensões de acoplamento capacitivo e eletromagnético induzido pelos condutores energizados próximos a linha    
Essa tensão é induzida por linha ou linhas energizadas que cruzam ou são paralelas á linha ou equipamento desenergizado no qual se trabalha.
Essa tensão é função da distância entre linha, da corrente de cargas das linhas energizadas, do comprimento do trecho onde há paralelismo ou cruzamento e da existência ou não de transposição nas linhas.
No caso de uma linha aterrada em apenas uma extremidade, a tensão induzida eletromagneticamente terá seu maior vulto na extremidade não aterrada, e se ambas as extremidades estiverem aterradas, existirá uma corrente fluindo num circuito fechado com a terra.
Ao instalar o aterramento provisório, uma corrente fluirá por seu intermédio, diminuindo a diferença de potencial existente e ao mesmo tempo jampeando a área de trabalho, o que possibilita neste ponto uma maior segurança para o homem de manutenção.
Além disso, nos casos de circuito de alta – extra ou ultra – alta tensão, portanto com indução elevada, é recomendável a adoção de critérios que levem em conta o nível de tensão dos circuitos e a distancia entre ele, o que poderá determinar se as outras medidas de segurança ainda deverão ser adotadas ou até mesmo se o trabalho deverá ser feito em linha energizada.

Exemplo de acidentes com eletricidade.
Acidente de trabalho - Eletrocutados em SP Globo Online - 9/6/2004 Homens são eletrocutados ao limpar fachada de posto de gasolina São Paulo - Dois homens foram eletrocutados nesta terça-feira quando trabalhavam na limpeza da fachada de um posto de gasolina na avenida Bandeirantes, na zona sul da cidade. Com o choque, eles despencaram de uma altura de quase 10 metros. Eles foram levados para hospitais da região pelos bombeiros e policiais do helicóptero Águia. Um deles está internado em estado grave.

Rapaz morre eletrocutado em poste na Quinta O Globo - 1998 Após pegar uma bola no Horto, Júlio recebeu descarga por 3 minutos Júlio César Dias Carneiro, de 18 anos, estudante de um curso técnico no SENAI de eletricidade, morreu eletrocutado ontem à tarde. Ele passou por um buraco na grade entre a quadra e o Horto Botânico do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista para pegar uma bola. Quando tentou voltar, segurou-se em um poste de ferro que estava eletrificado. Júlio ficou por cerca de três minutos recebendo a descarga elétrica. Seu amigo Everaldo de Jesus tentou tirá-lo mas também levou um choque. Ele mesmo voltou e conseguiu puxá-lo com uma camisa mas Júlio já estava morto. Funcionários da Light e da Rio Luz estiveram no local e comprovaram que o poste se eletrificava quando um disjuntor do prédio do Horto era ligado. Eles não souberam dizer a intensidade do choque. Segundo os técnicos, o poste é de responsabilidade do Horto. O chefe da segurança, Paulo Sérgio, disse que o poste pertence ao órgão, mas eles não sabiam que ele estava eletrificado. Segundo ele, os meninos são alertados para não pular a grade.

Entre cabos telefônicos, a morte O Globo - 27/7/2003 De 1998 a 2003, acidentes vitimaram 49 trabalhadores terceirizados em redes de telefonia fixa no país. Rio, Brasília e Porto Alegre - Subir num poste para consertar ou instalar uma linha telefônica e morrer eletrocutado: esse foi o destino de funcionários de empresas terceirizadas de telefonia fixa nos últimos anos vítimas de acidentes. Desde a privatização do setor, em 1998, pelo menos 49 trabalhadores de firmas terceirizadas morreram em decorrência de acidentes de trabalho, muitos porque a rede elétrica fica ligada durante a execução do serviço. Os dados são da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações (Fittel). Atualmente, todo o serviço de manutenção de redes externas é terceirizado. O auge dos acidentes fatais ocorreu nos últimos três anos, quando as operadoras Brasil Telecom, Telemar e Telefônica tiveram de cumprir o plano de antecipação de metas de expansão e qualidade, para poder operar em outros segmentos..

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