9 - MANUTENÇÃO DE CALDEIRAS
9.1 Manutenção preventiva
Para funcionar corretamente e por muito tempo, todo
equipamento industrial necessita de uma manutenção constante e bem feita, com o
objetivo de prevenir ou sanar avarias.
No caso das caldeiras - que
trabalham a altas temperaturas, utilizando água que, muitas vezes, contém
impurezas e óleos combustíveis cada dia mais viscosos e impuros, as avarias
aparecem com muita freqüência, acarretando sérios problemas às empresas.
Basicamente, a manutenção
preventiva de caldeiras consiste em providências que devem ser tomadas em
determinados intervalos de tempo, visando não só manter o equipamento
funcionando, como também aumentar sua vida útil e melhorar o rendimento.
Portanto, a manutenção preventiva
compreende atividades diárias, semanais, mensais, trimestrais, semestrais e
anuais, devendo ter sua programação rigorosamente obedecida.
9.1.1 Programa diário
a) Fazer regularmente as
extrações ou descargas de fundo da caldeira, com a mesma em funcionamento, de
acordo com as necessidades e a programação de descargas, que deve ser
determinada conforme o tratamento de água executado.
O objetivo das extrações de
fundo é retirar a lama ou lodo depositado no fundo do casco das caldeiras, com
intervalos de tempo determinados pela experiência ou análise química realizada.
Recomenda-se, nos casos normais,
que as extrações sejam feitas duas vezes em cada turno de trabalho ou a cada
quatro horas, o mais rapidamente possível, com duração máxima de 15 segundos.
Isto torna imperativa a instalação de válvulas de extração rápida em todas as
caldeiras, para diminuir a perda de energia térmica durante essas descargas.
Para fazer as descargas de
fundo, deve-se proceder da seguinte forma:
b) No início de cada turno,
aplicar o teste “Falta de Água” na caldeira.
Para a execução deste teste, deve-se:
}
Desligar o
interruptor da bomba d’água;
}
Deixar a caldeira
fornecendo vapor;
}
Ficar observando o
nível.
c) Purgar o indicador de nível,
pelo menos duas vezes ao dia, abrindo a válvula de purga da coluna de água,
durante quatro segundos aproximadamente. Isso manterá a coluna de água livre de
sedimentos e resíduos, que podem causar falhas nesse controle.
d)Verificar a lubrificação do
compressor de ar (se houver).
e) Soprar a fuligem depositada
sobre os tubos do feixe tubular nas caldeiras aquotubulares, usando o soprador
de fuligem, que utiliza o vapor gerado nas caldeiras e soprado pelo tubo
soprador.
f) Limpar o filtro de óleo com a
freqüência requerida pela qualidade do óleo usado. Ao fechá-lo, verificar se a
junta está vedando corretamente e se não apresenta defeito.
g) Ao dar partida na caldeira,
assegurar-se que a ignição se deu corretamente e o programador completou o
ciclo adequadamente.
h) Se houver termômetro
instalado na base da chaminé, verificar, permanentemente, a temperatura dos
gases, para ter uma idéia do estado dos refratários, dos tubos ou da razão
ar/combustível.
i) Verificar visualmente todos os acessórias da
caldeira. Se for constatada qualquer irregularidade, comunicar ao encarregado
de manutenção.
j) Manter limpa a casa de
caldeiras. Pó, areia e restos de estopa são causas de mau funcionamento dos
controles elétricos da caldeira.
k) Realizar, a cada mudança de
turno, uma descarga manual nas válvulas de segurança, para verificar se estão
funcionando normalmente.
i) Fazer a limpeza do combustor
principal, projetado para queimar óleo combustível pesado. A parte interna (PI)
pode ser facilmente removida, soltando-se o grampo.
Em seguida:
}
Desatarraxar a
camisa do atomizador, retirar e lavar as duas peças em querosene ou óleo diesel,
conforme mostra a figura 9;
}
Não usar estopa para
lavar e enxugar, pois deixa fiapos que podem entupir os orifícios de passagem
do óleo. Se possuir ar comprimido, pode-se utilizá-lo. A limpeza deve eliminar
todos os vestígios de óleo carbonizado incrustado na camisa ou no atomizador;
}
Limpar o atomizador,
desmontando-o como indicado na figura 10. Ao montar novamente o combustor,
tomar cuidado para que a camisa fique bem apertada e o atomizador não fique
fora do lugar. A falta de limpeza reduz a produção de vapor;
}
Deixar o compressor
funcionar durante cinco minutos depois de interrompida a queima, antes de
desligá-lo ao findar o trabalho diário;
}
Após parar o
compressor, retirar a parte interna (PI) e colocá-la verticalmente, mantendo o
atomizador mergulhado em uma pequena vasilha com óleo diesel. O óleo dissolverá
o restante do combustível, que tenderia a formar uma crosta no atomizador;
}
Verificar a
temperatura do óleo e a pressão no manômetro (MPO);
}
Ao colocar a parte
interna , apertar bem o grampo (G) e ter cuidado de verificar se a posição da
junta entre a culatra) e a sede está correta.
9.1.2 Programa
Semanal
a)
Limpar o maçarico principal e trocar o anel de vedação, desentupindo o
pulverizador mediante um banho de imersão em querosene. Nunca usar qualquer
processo mecânico para esta limpeza, a fim de não alterar as características
dos orifícios do pulverizador.
Dependendo
do regime de funcionamento da caldeira (número de horas trabalhadas e paradas),
esta limpeza deverá ser feita com maior freqüência e, conforme o caso,
diariamente.
b)Limpar cuidadosamente a
garrafa de nível, verificando o estado interno dos eletrodos de controle e
sanando as deficiências porventura encontradas.
c) Limpar a visor da fotocélula.
d) Verificar o estado e a tensão
de todas as correias, apertá-las e alinhá-las, se for necessário.
e) Limpar os filtros de óleo
combustível.
f) Cuidar do aquecedor de óleo,
observando que os preaquecedores que equipam as caldeiras fogotubulares são do
tipo misto – vapor e eletricidade. Ambos os sistemas de aquecimento são
automáticos, comandados por um termostato, e a temperatura de regulagem pode
ser lida em termômetro colocado na linha de óleo, perto da válvula de comando
de fogo.
Trata-se de um reservatório com
um ou três elementos de resistência elétrica e serpentina a vapor, válvula
solenóide, termostato, terminais de entrada, saída de óleo, válvula de dreno da
água, válvula de segurança, purgador, filtros, etc.
Para adequada pulverização e
combustão eficiente, os óleos devem ser aquecidos entre 100 e 120ºC, de acordo
com a viscosidade. Em caso de troca do tipo de óleo combustível ou uso de
mistura, a temperatura do aquecimento pode variar com a viscosidade diferente.
Se o óleo não se mantém à
temperatura de 100 a 120ºC, verificar fusíveis queimados ou fios soltos nos
terminais das resistências.
Quando funcionando a vapor,
verificar se o purgador está sujo, mal regulado, se a válvula solenóide não dá
passagem, se a válvula geral está fechada ou se o termostato está mal-regulado
ou defeituoso.
Normalmente, se existe sistema
de filtro duplo na saída do aquecedor, a alavanca de comando deve estar
totalmente virada para a direita ou para a esquerda, indicando o filtro que
está em função.
Na válvula de alívio (segurança)
do aquecedor, deve ser instalado um tubo adequado, que conduz a eventual
descarga para o sentido onde o óleo quente não cause acidente.
O sistema de aquecimento a vapor
se faz por meio de uma serpentina. O controle de temperatura é feito através de
uma válvula (VSA), que corta o fluxo de vapor quando é atingido o ponto máximo
e, vice-versa, o ponto mínimo. Consegue-se, dessa forma, manter a temperatura
do óleo constante, com oscilação entre 0 e 15ºC.
A válvula (VSA) é do tipo
solenóide, comandada por um termostato (TE) que interrompe o fluxo de corrente
elétrica para a bobina da válvula, quando a temperatura atinge o ponto máximo
ou o mínimo.
O purgador (P) controla a
descarga do condensado da serpentina. Manter sob observação seu funcionamento,
enquanto o gerador estiver operando. Quando a válvula (VSA) está aberta, o
purgador necessariamente deve trabalhar. A purga deve ser feita intermitente e
ritmadamente.
Abrir o registro,
periodicamente, para que a drenagem da água do preaquecedor de óleo combustível
possa descarregar a água que fica depositada no fundo do aquecedor de óleo
(AO). Se a temperatura do óleo desobedecer à regulagem, verificar se há sujeira
na sede da válvula solenóide (VSA).
O sistema de aquecimento
elétrico é usado na partida do gerador de vapor a frio e deve ser desligado
logo que haja vapor suficiente. É composto de um ou mais elementos de
aquecimento elétrico de imersão (R), comandados por uma chave eletromagnética e
um termostato (TE).
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