3 - ÁGUA PARA ALIMENTAÇÃO DE
CALDEIRAS ELÉTRICAS
3.1 Caldeiras a Eletrodo
Submerso
No caso específico destas
caldeiras, as características de condutividade da água devem ser consideradas
com muito cuidado.
Para obter uma operação satisfatória das
caldeiras a eletrodos submersos, deve-se ter a condutividade da água dentro de
certos limites. Esta deverá ser tão baixa quanto possível, de modo a reduzir ao
mínimo as descargas de água da caldeira e, desde que possível, todo o
condensado deverá ser devolvido ao tanque de água de alimentação.
A água de reposição dessas caldeiras deverá
ser completamente desmineralizada, já que são exigidos valores de condutividade
muito baixos.
Para obter água de baixa condutividade,
pode-se fazer uma desmineralização que, além de tirar a dureza da água
(bicarbonato de cálcio e magnésio) - partículas positivas (cátions), retira
também as negativas (ânions), proporcionando baixos índices de incrustações nas
caldeiras, o que reverte em menor número de paradas para limpeza, maior
durabilidade dos eletrodos e maior confiabilidade de operação.
A intensidade da corrente que passa
através da água, ou seja, a potência consumida, é função direta da superfície
dos eletrodos em contato com a água, bem como da condutividade de sua água.
Antes da implantação de caldeiras elétricas,
deve-se fazer a análise da água que será utilizada pelo condensado e a usada
para reposição. A vida útil dos eletrodos de contato está diretamente ligada à
qualidade da água utilizada.
No interior das caldeiras, a
condutividade da água deverá estar em torno de 200mhO (20ºC), variando,
sobretudo, com a tensão nominal aplicada.
Características
|
Tensão
|
|
6,3 kV
|
13,8 kV
|
|
Dureza (ppm CaCO3)
|
< 1
|
< 1
|
Oxigênio (ppm)
|
< 0,01
|
< 0,01
|
Condutividade mhO (20ºC)
|
< 100
|
< 50
|
PH
|
8 – 9
|
8 – 9
|
Características
|
Tensão
|
|
6,3 kV
|
13,8 kV
|
|
Dureza (ppm CaCO3)
|
< 10
|
< 10
|
Oxigênio (ppm)
|
0
|
0
|
Condutividade mhO (20ºC)
|
< 300
|
< 250
|
PH
|
9 – 10
|
9 – 10
|
Manter a condutividade da água dentro de
certos valores é importante para o bom desempenho das caldeiras elétricas do
tipo eletrodo, pois a água serve como condutor. Se a condutividade estiver
abaixo do mínimo, não será possível desenvolver a potência nominal da caldeira.
Por outro lado, se a condutividade for excessiva, poderá ocorrer curto-circuito
com conseqüente desarme do disjuntor.
3.2 Caldeiras a Jato de Água
A água de alimentação das caldeiras
(constituída de condensado recuperado e da água procedente da estação de
tratamento) deverá ser condutora de corrente elétrica, a fim de permitir a
passagem de corrente e, conseqüentemente, o aquecimento e a vaporização da
água. O controle de condutividade da água de alimentação das caldeiras é,
portanto, de grande importância no funcionamento das mesmas, com elevado
rendimento do conjunto.
Se as caldeiras elétricas forem
alimentadas continuamente por água da mesma composição, a concentração de sais
na água contida aumentará cada vez mais. Desse modo, as caldeiras deverão ser
drenadas descontinuamente e a quantidade de água retirada deverá ser igual à
alimentada. Esse processo deve ser simultâneo para manter constante e dentro do
valor prescrito, o teor de sais da água das caldeiras.
A tabela 5 indica os valores limites
aplicáveis à água de alimentação e à água das caldeiras.
Tipos de água
|
Caldeiras a Jato de Água
|
Caldeiras a Eletrodo
Submerso
|
Água de alimentação
|
||
Dureza residual (ppm CaCO3)
|
< 10
|
> 1
|
Valor p (ppm CaCO3)
|
> 2,5
|
> 2,5
|
Oxigênio O2 (ppm)
|
< 0,02
|
< 0,02
|
Condutividade (µ s/cm)
|
< 500
|
< 10
|
Água da caldeira
|
||
Condutividade a 20ºC (µ s/cm)
|
2.000 – 4.000
|
< 50
|
Valor p (ppm CaCO3)
|
< 750
|
< 75
|
Conteúdo PO4 (ppm)
|
Max. 25
|
Max. 35
|
De forma geral, podemos afirmar que a
água de reposição para caldeiras a jato de água deverá ser apenas abrandada.
A dureza temporária da água é originada
por bicarbonatos de cálcio e magnésio, muito solúveis, que se transformam a
temperaturas entre 60 e 80ºC, produzindo incrustações, no caso de caldeiras e
bicos injetores. A dureza permanente, produzida por sulfatos e silicatos de
cálcio e de magnésio, de grande solubilidade, tende a aumentar a condutividade
da água das caldeiras, razão pela qual o dreno deverá ser aumentado.
Para obter a alcalinidade necessária da
água das caldeiras, acrescenta-se soda cáustica (NaOH) ou fosfato trisódico (Na3PO4),
sendo esses os únicos produtos que devem ser adicionados à água de alimentação.
A água de reposição das caldeiras a
eletrodo submerso deverá ser completamente desmineralizada, uma vez que são
exigidos valores de condutividade muito baixos na água de alimentação.
Na escolha de um programa de tratamento
de água para caldeiras, vários fatores influem:
} Características da água
} Pressão da caldeira
} Tipo de indústria
} Finalidade do vapor
} Qualidade requerida para o vapor
} Carga média do vapor
} Participação do condensado retornado
} Tipo de caldeira
} Custo do combustível
} Custos globais
Com respeito às características da água,
deve-se procurar conhecer, através de análise, certo número de elementos
constituintes que definirão o método a ser adotado, no que diz respeito ao
pré-aquecimento.
Constituinte
|
Quantidade média em água
bruta
|
Como tratar
|
Gás carbônico
|
02 a 10 ppm
|
|
Oxigênio
|
10 ppm
|
|
Sólidos
|
25 a 500 ppm
|
|
Dureza
|
Acima de 20 ppm
|
|
Sólidos totais dissolvidos
|
25 a 500 ppm
|
|
pH
|
7,0 a 7,8
|
|
Alcalinidade
|
Acima de 200 ppm
|
|
Cloretos
|
Acima de 50 ppm
|
|
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