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sábado, 9 de fevereiro de 2013

corruPTISTAS Boliviodependentes


Por Pedro Luiz Rodrigues

Têm coisas difíceis de serem compreendidas. Em geral, por colidirem com a lógica e o bom-senso. Ou talvez, porque pParte das informações necessárias à sua compreensão não estejam sendo oferecidas.

Uma dessas situações diz respeito à presença da Petrobras na Bolívia.

O que mais impactou a opinião pública brasileira, há sete anos, foi o fato de  o país vizinho e amigo ter escorraçado a Petrobrás de seu território e estatizado os ativos que a empresa mantinha no país.

Em maio de 2006, o Presidente boliviano Evo Morales, simplesmente mandou suas tropas ocuparem as instalações da petrolífera.

Entre 1996-2006, teria a Petrobras lá investido algo em torno de 1,5 bilhão de dólares.  Possuía dois grandes campos de gás e duas refinarias.

Essas refinarias, aliás,  haviam sido postas à venda, mas dado seu lamentável estado, não receberam qualquer proposta. Teria havido um pedido expresso do governo boliviano para que a Petrobras as assumisse e as  reformasse. E assim foi feito. Depois veio a desapropriação,

Difícil é encontrar informação precisa sobre quanto a empresa de economia mista brasileira recebeu de indenização pelo que investiu na Bolívia. Notícias esparsas mencionaram pouco mais de 200 milhões de dólares recebidos pelas refinarias.

Certamente deve algo mais deve ter sido pago ou compensado.

 Nós brasileiros e brasileiras, sócios indiretos da empresa (e, evidentemente, com influência infinitamente melhor do que os hábeis sindicalistas que a tem conduzido nos últimos anos), mereceríamos talvez  receber um balanço de toda a operação.

Fomos devidamente compensados por nossos investimentos, ou a Petrobras foi tratada como a Argentina vem tratando a Repsol?

Anuncia-se hoje, como novidade, que a empresa, quase sete anos depois de ter tido seus ativos desapropriados, lá voltará a investir, uma vez que saiu vencedora em licitação para exporar gigantesco campo no Departamento de Santa Cruz.

A Petrobras informou à impensa de que em breve estará assinando contrato de prestação de serviço com a YPFB. Nenhum pio, contudo, sobre o montante dos investimentos ou a dimensão das reservas.

No site da Petrobras  Bolivia, nenhuma informação sobre os episódios de 2006.  Informa-se, contudo, que “ nuestras actividades en Bolivia actualmente incluyen la exploración y producción de gas natural, así como también el transporte de gas natural por ductos”, além de possuir seis blocos e operar em três delas, os megacampos de San Alberto, San Antonio e Itaú.

O de Itaú, o mais novo, entrou em operação em 2011, já no governo da Presidente Dilma Rousseff e produz 1,5 milhão de metros cúbicos diários, cinco por cento do abastecimento diário – de 30 milhões de metros cúbicos – estabelecido no contrato bilateral de fornecimento de gás que terá vigência até 2019.

O Brasil, onde muita chuva tem caído, mas mesmo assim ainda não em nível suficiente para começar a encher os reservatórios das hidrelétricas, vai se tornando cada vez mais dependente das torneirinhas bolivianas de gás.

O acordo fala em até 30 milhões de metros cúbicos diários de gás, mas em novembro passado, as compras beiraram os 71 milhões de metros cúbicos diários.

As perguntas que dessa situação decorrem são de interesse para a segurança econômica do país.

O que nos assegura que Don Evo Morales não repetirá depois de amanhã o mesmo gesto que cometeu anteontem?

O argumento de que os bolivianos dependem das vendas que nos fazem de gás não é convincente, nem efetivo. O fato é que nossos vizinhos  detém poder suficiente para nos impor condições extravagantes.

O que temos feito para reduzir essa dependência?

Trata-se de um interessante tema, que mereceria ser aprofundado em debates no Congresso Nacional, onde nos próximos dias as Comissões estarão sendo formadas.

PETROBRAS VENCE LICITAÇÃO E VOLTA A INVESTIR NA BOLÍVIA

MERCADO PREVÊ QUEDA NO LUCRO ANUAL DA PETROBRAS
Autor(es): Por Rodrigo Polito | Do Rio e Por Fabio Murakawa | De São Paulo
Valor Econômico - 01/02/2013
 
Quase sete anos após a estatização de seus ativos pelo presidente Evo Morales, a Petrobras volta a investir na Bolívia. Em 30 de dezembro, a estatal venceu licitação para explorar um campo de 1,1 milhão de hectares no Departamento de Santa Cruz, região que abriga as maiores reservas de gás natural do país.
A Petrobras informou ao Valor que vai assinar contrato de prestação de serviço com a estatal boliviana YPFB e estimou que os trabalhos no local podem começar no segundo trimestre. Não divulgou, porém, dados sobre o investimento previsto ou o tamanho das reservas.
O reajuste dos preços da gasolina e do diesel, além de ficar abaixo das expectativas do mercado, não conseguiu tirar as atenções dos investidores para o resultado da Petrobras no quarto trimestre do ano passado, e consequentemente no exercício de 2012, que será conhecido na segunda-feira. A aposta no mercado é que o resultado da companhia será pior que o de 2011.
A perspectiva negativa se deve ao crescimento da demanda interna por combustíveis no quarto trimestre, o que levou a estatal a importar um volume maior dos produtos a preços mais elevados que aqueles praticados no mercado nacional. Devido a isso, o J.P. Morgan reviu para baixo a previsão de lucro líquido para a Petrobras no último trimestre de 2012, que passou de R$ 11 bilhões para R$ 6,7 bilhões.
O Deutsche Bank é ainda mais severo e prevê um lucro trimestral de R$ 4,3 bilhões, o que representa uma queda de 15% em relação ao resultado apurado pela Petrobras de outubro a dezembro de 2011. O banco alemão estima que as perdas operacionais do setor de abastecimento da Petrobras alcancem R$ 10,3 bilhões no quarto trimestre de 2012.
A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou em novembro que a petroleira importou em média 80 mil barris de gasolina por dia naquele mês e que a expectativa era aumentar o volume de importação em dezembro, por causa das férias de fim de ano. A previsão da companhia era atingir uma média de importação entre 80 mil e 90 mil barris por dia de gasolina em 2012, contra os 43 mil barris diários no ano anterior.
O aumento do volume de importação de combustíveis afeta diretamente o resultado da área de abastecimento, a segunda mais importante, atrás apenas da Exploração e Produção (E&P).
Diante do cenário negativo, todos os bancos de investimentos consultados pelo Valor estimam queda no lucro anual da Petrobras em 2012, em comparação com o ano anterior. As previsões variam de R$ 17,7 bilhões, do Deutsche Bank, até R$ 30 bilhões, calculado pelo Bank of America Merrill Lynch (BofA). Em 2011, a Petrobras reportou lucro líquido de R$ 33,3 bilhões.
"A expectativa é que o resultado venha muito fraco. Deve ser um número nada agradável", afirmou o analista Pedro Galdi, da SLW Corretora. Ele acredita que o reajuste dos combustíveis aplicado nesta semana pela companhia não evitará uma reação negativa dos investidores com relação aos papéis da empresa após a divulgação do resultado. A Petrobras acumula perdas de 7,38% no ano, com valor de mercado de R$ 237 bilhões.
Com a defasagem dos preços dos combustíveis, o que poderia contribuir positivamente para o resultado da Petrobras em 2012 seria um aumento da produção de petróleo e gás natural, mas isso não ocorreu.
A companhia ainda não divulgou a produção de dezembro de 2012, mas no acumulado até novembro do ano passado, a produção doméstica de petróleo da Petrobras totalizou uma média de 1.975,3 milhão de barris ao dia. O volume foi 2,3% inferior à média obtida no ano anterior e ligeiramente abaixo da meta da petroleira para 2012, de 2% para mais ou para menos em relação à produção em 2011.
O desempenho abaixo do esperado da produção da Petrobras levou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a cobrar da companhia a revisão do plano de desenvolvimento da produção de alguns de seus campos gigantes, o que deverá exigir da estatal um volume maior de investimentos, além dos US$ 236,5 bilhões previstos no seu ousado plano de negócios 2012-2016.
Segundo projeções do J.P. Morgan, em relatório assinado pelos analistas Caio Carvalhal e Felipe dos Santos, a produção média de petróleo da estatal no Brasil em 2012 ficará em 1,975 milhão de barris ao dia, mantendo a queda de 2,3% em relação ao ano anterior. O Deutsche Bank prevê um volume de produção menor no quarto trimestre de 2012, totalizando 1,960 milhão de barris/dia, com uma diferença maior em relação ao volume produzido pela companhia em 2011.
De acordo com o analista Marcus Sequeira, que assina o relatório do Deutsche Bank, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) do segmento de E&P da Petrobras no quarto trimestre deve alcançar R$ 20,5 bilhões, com alta de 5% em relação a igual período de 2011 e de 4% frente ao trimestre exatamente anterior

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