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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

SINDIPETRO - A síndrome do edifício doente




    A tendência à construção de edifícios comerciais e administrativos muito fechados, com poucas aberturas para ventilação, e que gastam menos energia tornou-se frequente nas grandes cidades há mais de quatro décadas. A construção destes prédios hermeticamente fechados solucionou o problema do consumo de energia, porém ocasionou drástica redução da captação do ar externo e renovação do ar interno.
A qualidade do ar em ambientes fechados tem sido motivo de pesquisa em todo o mundo. Entretanto, no Brasil, ainda há poucos trabalhos científicos desenvolvidos e uma Legislação ainda insipiente, que não exige com rigor a análise de diversos elementos nocivos aos seres humanos e que podem e estão presentes em ambientes climatizados.
O fato de não haver obrigatoriedade legal de procederem-se estas medições, não deveria ser justificativa para sua não execução, visto que não medir não significa não existir e muito menos não afetar a saúde dos trabalhadores. Apesar disso, os parcos estudos realizados nessa área relacionam os índices de poluição interna aos efeitos adversos à saúde. A qualidade do ar nesses ambientes deve fazer parte da saúde ocupacional.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) reconhece a existência da “Síndrome do Edifício Doente” (SED). O diagnóstico da SED é eminentemente epidemiológico. De acordo com a OMS, na ausência de diagnóstico de patologias definidas, o diagnóstico se faz pela ocorrência de dois ou mais sintomas, que se sucedem pelo menos duas vezes na semana, no interior do prédio, e regridem quando a pessoa se afasta do ambiente em questão.
As fontes comuns de contaminantes no ar de interiores incluem, além da própria construção e decoração do ambiente interno, sua renovação e remodelamento. Carpetes, materiais de acabamento, tintas, adesivos, produtos de limpeza e máquinas de escritório liberam contaminantes para o ar interior sob a forma de gases, vapores ou partículas em suspensão.
Meio ambiente
A umidade relativa alta é uma das principais causas de crescimento de ácaros, fungos, esporos e bactérias principalmente se está acompanhada de ventilação reduzida, poucas aberturas e por sistemas de aquecimento com temperaturas elevadas. A importância de sua presença no ar interno está no fato de serem responsáveis por causar inúmeras doenças infecciosas e alérgicas, provocadas por toxinas produzidas pelos microorganismos que crescem nos sistemas de ventilação.
Os principais sintomas apresentados pelos usuários de edifícios com essas características são: Irritação da pele e mucosas ( nariz, olhos ou boca), secura ( boca,olhos, nariz ou garganta), dores de cabeça, cansaço, respiração ofegante, tosse, vertigem e dificuldade de concentração além de apresentarem quadros de repetição de doenças como: sinusite, rinite, otite, amidalite, faringite, bronquite, pneumonia, asma, gripes e resfriados...
A suspeita da existência de uma SED é feita principalmente se: o trabalhador apresenta os sintomas enquanto trabalha ou está no edifício; se apresenta eliminação dos sintomas ao sair do edifício ou trabalhar fora por um momento; se apresenta retorno dos sintomas quando volta ao edifício e pela presença coletiva dos sintomas.


Lílian Alves, medica do Sindipetro-RJ

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