Sem acordo,
trabalhadores aprovam greve na Petrobras
Assembleias votaram
por início de paralisação a partir do dia 16
14/11/11
A Petrobras formalizou ontem sua
proposta de reajuste de até 10,71% aos petroleiros. Como a oferta não difere da
que vinha sendo discutida entre a empresa e os trabalhadores, a Federação Única
dos Petroleiros (FUP) manteve a ameaça de greve por tempo indeterminado a
partir de amanhã. A decisão será tomada em assembleias realizadas no país na
tarde de hoje.
No sábado, o Conselho Deliberativo da
FUP já havia votado contra a proposta e dado um ultimato à estatal para que
fosse alterada até ontem, o que não aconteceu. Além da divergência quanto ao
índice de reajuste, os petroleiros afirmam que não houve avanços nas
negociações em questões de saúde e segurança do trabalho.
Os 10,71% de reajuste representam ganho
real (acima da inflação) de 2,5% a 3,25%. O aumento depende do tempo de casa:
quanto mais anos na empresa menor o acréscimo salarial. Os petroleiros
reivindicam 10% de aumento real. A proposta da Petrobras inclui ainda abono de
100% sobre a remuneração bruta do trabalhador.
— Há um indicativo de rejeição. Vamos
decidir sobre a greve nesta terça-feira — diz Leopoldino Ferreira Martins, um
dos diretores de Comunicação da FUP.
Quanto aos pontos de segurança do
trabalho, Martins afirma que a federação quer que a Petrobras autorize a
participação de um de seus representantes nas reuniões da Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (Cipa), realizadas mensalmente nas plataformas. Nesta
segunda-feira, apenas representantes da empresa e dos trabalhadores estão
presentes. Além disso, diz Martins, a FUP quer que a taxa de frequência por
afastamento (TFA) seja retirada das avaliações de desempenho dos trabalhadores.
— Hoje, se um trabalhador quebra um
dedo, por exemplo, ele continua a trabalhar porque suas faltas vão contar na
sua avaliação. O que queremos é esse profissional seja afastado, de modo que
ele se recupere, sem que sua avaliação seja prejudicada — diz Martins.
Em nota, a Petrobras limita-se a
informar o reajuste proposto e diz que foram feitos "diversos avanços em
SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde), no plano de saúde dos empregados, entre
outras cláusulas sociais".
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