Ensaio por Líquido Penetrante
Objetivo
O objetivo dos Ensaios por Líquido Penetrante é
assegurar a confiabilidade do produto, por meio de:
a) Obtenção de uma imagem visual, que revela a
descontinuidade na superfície da peça (mancha);
b) Revelação da natureza da descontinuidade sem
danificar a peça;
c) Separação das peças aceitáveis das não aceitáveis
segundo o critério estipulado.
Aplicações Industriais e
finalidade
Devido às características
básicas do Ensaio por Líquido Penetrante, eles podem ser aplicados em grande
variedade de produtos metálicos e não metálicos ferrosos e não ferrosos, sejam
forjados, fundidos, cerâmicos de alta densidade e etc., desde que não sejam
porosos, com resultados técnicos e economicamente satisfatórios na revelação de
descontinuidades superficiais, por menores que sejam. Pode ser aplicado durante
o processo de fabricação, ao final deste ou durante a manutenção, aqui para
detectar as o surgimento das descontinuidades em serviço.
Considerando que
alguns materiais podem ser afetados pelos produtos utilizados no ensaio,
devem ser realizados testes para assegurar que o material a ser ensaiado não
seja danificado.
Liquido penetrante -
Apresentação
O ensaio por líquido
penetrante baseia-se na ação da capilaridade.
Vantagens e limitações
Vantagens:
· E capaz de ensaiar peças
de tamanhos e formas variadas bem como pequenas áreas isoladas em uma
superfície;
·
É capaz de detectar
descontinuidades muito pequenas. É um dos ensaios mais sensíveis para detectar
descontinuidades superficiais;
· Pode ser aplicado em
materiais ferrosos, não ferrosos, cerâmicas de alta densidade, vidros e etc.,
desde que não sejam porosos;
· É relativamente barato e
não requer equipamentos sofisticados. Para pequena quantidade de peças ou
pequenas regiões, pode-se utilizar um sistema portátil;
·
O líquido penetrante
fornece uma indicação ampliada da descontinuidade, tornando-a mais visível;
·
As descontinuidades
detectadas são analisadas quanto à localização, orientação, dimensões, tornando
fácil a interpretação e avaliação;
·
As instalações podem ser
adaptadas ao tamanho e quantidade de peças;
·
Permite automação do
sistema;
·
A sensibilidade do ensaio
pode ser ajustada, selecionando os materiais e técnicas de ensaio.
Limitações:
· As peças devem estar
completamente limpas e a entrada das possíveis descontinuidades desobstruídas;
· Os produtos utilizados no
ensaio podem danificar alguns materiais ou ficarem permanentemente retidos em
materiais porosos;
·
Alguns produtos
utilizados podem conter enxofre ou compostos alógenos (cloretos, fluoretos,
brometos e iodetos). Estes compostos podem causar fragilização ou trincas em
aços inoxidáveis austeníticos se não forem completamente removidos antes de
tratamentos térmicos ou exposição a altas temperaturas. Podem também causar
corrosão em ligas de titânio se não forem completamente removidos após o ensaio
e a peça for exposta a altas temperaturas.
Os produtos utilizados podem causar irritação na
pele se manuseados sem luvas;
A luz negra deve ser usada mantendo-se os cuidados
com os olhos e pele.
Aplicação
Quando um líquido
penetrante é aplicado numa peça, deve-se aguardar o tempo suficiente para
ocorrer à penetração nas descontinuidades superficiais Como elas são
normalmente pequenas e estreitas, o fenômeno da capilaridade propicia a
penetração.
Indicação da
Descontinuidade
Terminada a penetração, o
excesso de líquido penetrante deve ser escoado e o residual que ainda
permanecer sobre a superfície deve ser removido,
Visibilidade da Indicação
O sucesso deste ensaio
depende da visibilidade da indicação. Por isso o penetrante contém agente
químico corante (de cor usualmente vermelha) para ser analisado sob luz branca,
ou agente químico fluorescente (de cor usualmente amarelo-esverdeada) para ser analisado
sob luz negra (ultravioleta), este muito mais sensível que o visível.
Classificação dos penetrantes, processos e materiais
(de acordo com a ASTM 1417)
Tipo - Classificação dos Penetrantes
Tipo I – fluorescente
Tipo II - visível
Método - Classificação dos Métodos
Método A – Lavável com água
Método B – Pós emulsificável, Lipofílico
Método C – Removível com solvente
Método D – Pós emulsificável, Hidrofílico
Sensibilidade: Os níveis de sensibilidade aplicam-se
somente aos sistemas de penetrante Tipo I
Sensibilidade Nível 1/2 - Muito baixa
Sensibilidade Nível 1 - Baixa
Sensibilidade Nível 2 - Média
Sensibilidade Nível 3 - Alta
Sensibilidade Nível 4 - Ultra alta
Reveladores - Classificação dos Reveladores :
Forma a – pó seco
Forma b – solúvel em água
Forma c – suspenso em água
Forma d – não-aquoso
Forma e – aplicação específica
Solventes - Classificação dos Solventes :
Classe 1 – alogenados
Classe 2 – não alogenados
Classe 3 – aplicação específica.
ETAPAS DO Ensaio
As etapas do ensaio são
praticamente as mesmas, tanto para o penetrante visível, como para o penetrante
fluorescente, variando ou alternando algumas seqüências devido aos métodos de
remoção do excesso do penetrante e o tipo de revelador utilizado.
Umas das etapas mais
importantes neste ensaio é a preparação da superfície e a pré-limpeza. Podemos
considerar as etapas do ensaio como sendo:
Estudo prévio do
documento aplicável: norma técnica, manual do fabricante da peça a ser
ensaiada, boletins de serviço e etc. Nestes documentos podem ser encontradas as
especificações do ensaio ou seja, a técnica de ensaio, onde são estabelecidas
as regras para a execução do ensaio, bem como os critérios de aceitação e
rejeição, onde são descritos os limites quanto aos tipos, tamanho, quantidade e
localização das descontinuidades aceitáveis.
Preparação da superfície/limpeza:
· Pré-limpeza;
· Aplicação do penetrante;
· Tempo de penetração;
· Remoção do excesso do
penetrante;
· Secagem da peça, se o
revelador utilizado for o seco ou o não aquoso;
· Aplicação do revelador
· Tempo de revelação;
· Inspeção, verificar a
revelação das indicações e enquadrá-las no critério de aceitação e rejeição;
· Elaboração do registro
dos resultados obtidos no ensaio;
· Limpeza após ensaio, para
a retirada do revelador e penetrante da superfície e do penetrante do interior
das descontinuidades;
·
Proteção da superfície,
embalagem e identificação.
Preparação da superfície
das peças para ensaio - limpeza
Consideremos aqui a
preparação da superfície ou limpeza, como sendo a remoção de camadas de óxido,
tintas, produtos de queima de óleos, combustíveis ou qualquer lubrificante ou
outros tipos de contaminantes que possam interferir no ensaio.
Tais contaminantes não
devem ser removidos pelos executantes do ensaio pois, geralmente exige-se para
tais remoções, conhecimento e técnicas específicas, tais como a aplicação de
substâncias ácidas e alcalinas ou algum processo mecânico específico.
Métodos ou produtos
impróprios podem causar danos irreversíveis à superfície em ensaio, como por
exemplo a corrosão. Por esse motivo, o método de limpeza deverá ser
criteriosamente especificado.
Como preparação da
superfície consideramos: remoção de oxidação e carepas, Remoção de
tintas, Etching / Deslustre e etc..
Pré-limpeza
Esta etapa é de responsabilidade do operador, que
deverá remover qualquer resíduo proveniente da preparação da superfície.O
objetivo desta etapa é deixar a superfície a ser ensaiada, completamente limpa
e seca.
Atenção: na pré-limpeza,
não estamos limpando apenas a superfície mas também a entrada e se possível o
interior das possíveis descontinuidades, pois quanto mais limpas estivem, mais
penetrante irá penetrar em seu interior, que por conseqüência, provocará uma
indicação de maior visibilidade Principais Processos de Pré-Limpeza:
·
Limpeza por vapor
desengraxante
·
Limpeza por vapor d'água
·
Limpeza por detergentes
·
Limpeza por solventes e
removedores
Líquido penetrante -
aplicação - tempo de penetração
Tipos de penetrante
Os líquidos penetrantes
são encontrados em dois tipos, sendo:
TIPO I - Penetrante
fluorescente, mais sensível porque possibilita melhor visualização sob luz
negra
TIPO II - Penetrante
visível (vermelho), menos sensível, com utilização proibida em peças de motores
e turbinas, a menos que apresente uma técnica aprovada.
Seleção do Tipo de
Penetrante
Selecionar o TIPO de
penetrante e o MÉTODO de remoção adequado para o ensaio, é uma tarefa que
implica em certo grau de dificuldade, pois requer algum conhecimento sobre os
processos de fabricação de cada peça a ensaiar, as condições de cada superfície
a ser submetida a ensaio, as descontinuidades esperadas, o material, o tamanho
e o peso de cada peça e, ainda, a disponibilidade de água, eletricidade, ar
comprimido, etc..
A função de selecionar o
tipo e método não deve ser do operador. Em caso de dúvidas, utilize o mais
sensível, aliado ao melhor método de remoção do excesso, de acordo com o tipo
de material, processo de fabricação e acabamento superficial.
Aplicação dos Penetrantes
A maneira de aplicar o líquido
penetrante vai depender da quantidade de peças, tamanho e localização.
Podem ser aplicados por
"spray", derramamento, pincelamento ou imersão (banho) e spray
eletrostático. O penetrante aplicado deve permanecer em contato com a
superfície em ensaio por um determinado tempo (tempo de penetração).
Tempo de Penetração
O tempo mínimo de
penetração deve ser de 10 (dez) minutos e o tempo máximo de 2 (duas) horas.
Para tempos maiores que duas horas, o penetrante deve ser reaplicado para
evitar a sua secagem.
O tempo de penetração
deve ser determinado por procedimento escrito, pelo fabricante da peça em
ensaio(manual) ou através de uma técnica desenvolvida, em um corpo de prova, de
preferência uma peça igual, contendo uma descontinuidade conhecida e feita por
um profissional qualificado nível III em END.
Temperatura de ensaio
A temperatura da peça, o
líquido penetrante fluorescente e o ambiente devem estar na faixa de 4 a 49° C.
A temperatura da peça, o líquido penetrante visível e o ambiente devem estar na
faixa de 16 a 52°C.
Penetrantes especiais
para alta temperatura podem ser utilizados desde que aprovados pelo manual do
fabricante da peça em ensaio ou por um acordo entre as partes e sempre com base
numa técnica testada e aprovada.
Remoção do excesso de
penetrante
Após a aplicação do
penetrante e decorrido o tempo de penetração, o excesso de penetrante deve ser
removido da superfície, mantendo-se apenas o penetrante que está alojado no
interior das possíveis descontinuidades.
Os métodos de remoção são
os seguintes:
Método A – Penetrante lavável com água
Devem ser removidos com
jato d’água controlando a pressão e temperatura, ou por imersão.
Quando utilizando o
penetrante Tipo I (fluorescente), o enxágüe deve ser feito sob luz negra.
Método B – Penetrante
pós-emulsificável lipofílico
O emulsificador deve ser
aplicado por imersão ou derramamento. Não pode ser aplicado através de pincel
ou spray e não deve ser agitado enquanto estiver sobre a superfície da peça.
Método C – Penetrante removível com solvente
O penetrante é removido
inicialmente através de panos secos ou toalhas absorventes, e quando o excesso
não mais puder ser removido assim, aplica-se o solvente em panos ou papeis
limpos e secos, de uma forma que não fiquem encharcados. Procede-se então a remoção
sob iluminação adequada, luz negra para os penetrantes fluorescentes e luz
branca para penetrantes visíveis.
Método D– Penetrante
pós-emulsificável hidrofílico
Após passado o tempo de penetração, seguem-se as
etapas:
·
pré-enxágue: para retirar
o que for possível do excesso do penetrante
·
aplicação do
emulsificador hidrofílico
·
enxágüe: proceder da
mesma maneira que já descrito para o método A
Emulsificadores
Remoção de Penetrante pós
emulsificável - Métodos B e D.
Introdução.
Penetrantes Pós Emulsificáveis
são óleos contendo tintas coloridas altamente visíveis ou fluorescentes. Eles
são formulados e produzidos com características de alta penetração e
capacidades de alta visibilidade. Eles diferem do penetrante lavável com água
porque eles resistem à remoção por água. Estes penetrantes não contêm um
emulsificador em sua fórmula original. Um processo separado de emulsificação é
requerido para a sua remoção. Isto é feito por um dos dois métodos: processo
lipofílico ou processo do hidrofílico.
Aplicação de
Emulsificador Lipofílico
O emulsificador
lipofílico é utilizado como fornecido pelo fabricante. É usualmente aplicado
por derramamento sobre a peça ou pela imersão da peça em um tanque de
emulsificador. A aplicação por spray ou por fluxo contínuo não é recomendável.
Aplicação do Removedor
(emulsificador) Hidrofílico
A remoção do excesso de
penetrante da superfície usando emulsificador hidrofílico pode ser efetuado
através do uso de imersão ou spray, ou uma combinação de ambos.
Contaminação por Penetrante.
Quando o penetrante e o emulsificador são
solúveis e há um gradual acréscimo de penetrante no emulsificador, a eficiência
da ação do emulsificador tende a diminuir. Quanto maior a quantidade de
penetrante no emulsificador, menor será seu poder de emulsificação.
Enxaguando a Camada
Emulsificada.
Quando a difusão do
emulsificador alcançar o resultado desejado (final do tempo de emulsificação),
o processo é seguido pelo enxágüe com água, que interrompe o processo de
difusão. Este enxágüe deve retirar apenas o penetrante emulsificado da
superfície da peça e não do interior das descontinuidades.
Seguindo-se as
orientações sobre a pressão da água e sua temperatura, dificilmente irá se
retirar o penetrante não emulsificado do interior das descontinuidades.
Inspeção Visual da
Remoção
Nesta etapa, acompanha-se a remoção do excesso do
penetrante para que ao final da operação, a peça esteja completamente livre de
acúmulos indesejáveis de penetrante na superfície. Desejamos apenas manter na
peça, o penetrante que encontra-se no interior das descontinuidades.
Quando é utilizado um penetrante do TIPO I, a
remoção deve ser feita sob luz negra, para um maior controle no enxágüe.
Se o penetrante for do TIPO II, o simples fato de
não se constatar traços vermelhos na peça ou no pano utilizado, assegura uma
completa remoção.
Secagem
Esta é uma etapa necessária antes de aplicar o
revelador seco e o não aquoso. No caso de utilizar o revelador em solução ou
suspensão em água, apenas retira-se o excesso de água aplica-se o revelador e
só então a peça é levada à estufa para a secagem do revelador.
Normalmente são usadas estufas com controles que
permitem regulagem de temperatura, entre 0 e 100oC e a temperatura
máxima permitida é de 71oC.
Reveladores
Como regra geral, o tempo de revelação não deverá
ser menor que a metade do tempo de penetração.
É importante salientar que para a aplicação dos
reveladores secos e não aquosos, a peça deverá esta completamente limpa e
seca.
Métodos de aplicação: os
reveladores podem ser aplicados por:
Spray;
Spray eletrostático;
Imersão;
Ventilação;
Polvilhamento
Sopro;
Mergulho e etc.
Podem ser aplicados por processos manuais ou
automáticos. Isso dependerá das necessidades.
Para linhas de produção seriada, existem sistemas
automáticos não apenas para a aplicação do revelador, mas para toda a seqüência
do ensaio, desde a pré-limpeza até a limpeza final.
Tipos de Reveladores
Forma a - pó seco
Forma b - solúvel em água
Forma c - suspenso em água
Forma d - não-aquoso
Forma e aplicação específica
Luz negra
Intensidade: A lâmpada deve estar acesa pelo menos 5
(cinco) minutos antes do início do ensaio ou até atingir a intensidade
requerida de 1.000 micro watts/cm2.
Local da inspeção
A inspeção deve ser feita em local apropriado,
com iluminação apropriada e limpo, para evitar que a peça venha a ser
contaminada com resíduos que possam interferir não ensaio.
Quando utilizando o penetrante Tipo I
(fluorescente): necessita-se de uma fonte de luz ultravioleta (luz
negra), com uma intensidade luminosa mínima de 1.000 micro watts/cm2 .
Deve ser controlada a intensidade de luz branca deve
ser controla.
A luz negra deve ser posicionada de tal maneira que
não incida diretamente nos olhos do operador.
Quando utilizando o penetrante Tipo II (visível):
deve se inspecionar a peça em local limpo e que tenha uma iluminação
mínima de 1.000 lux.
Inspeção
Fazer incidir sobre a área a ser inspecionada, o
foco de luz negra ou branca.
Observar atentamente a área a ser inspecionada;
havendo descontinuidades elas serão denunciadas pela manifestação do fenômeno
da fluorescência ou indicações vermelhas no caso do penetrante visível.
Descontinuidades
As descontinuidades podem ser surgir durante a
fabricação da peça, isso dependerá do processo, podem ser: bolhas de gás, porosidade,
inclusão, contração, dobras, costura, de laminação, trincas e etc..
Quando as peças são aprovadas após a fabricação, são
montadas em um conjunto de uma aeronave, esta peça esta sujeita a esforços
estáticos e dinâmicos bem como variações de temperatura, umidade e
contaminantes.
As descontinuidades mais encontradas nas peças em
serviço são as trincas. Corrosão por tensão também é comum.
Interpretação e avaliação dos resultados do ensaio
Os termos Interpretação e avaliação são muitas vezes
confundidos:
· Interpretar significa
identificar o que causou a indicação da descontinuidade ( trinca, porosidade,
etc.);
·
Avaliar significa fazer a
apreciação e, em conseqüência, decidir, no caso de existir a descontinuidade,
se a peça deve ser aceita, retrabalhada ou condenada;
O ensaios por Líquido Penetrante exige a correta
aplicação das técnicas de ensaio e um grande conhecimento e prática para a
interpretação e avaliação das indicações,conhecimento prévios sobre os documentos aplicáveis
ao ensaio, o tipo de material, o processo de fabricação da peça e uma grande
dose de bom senso, somando tudo isso à qualificação nível I para o operador e
nível II para o inspetor.
Indicações.
A imagem obtida após a revelação é chamada de
indicação e podem ser de 3 naturezas: indicações falsas, indicações não
relevantes e indicações verdadeiras.
Indicações Falsas
São indicações observadas durante a inspeção e que
ocorrem, mais comumente em conseqüência da permanência de resíduos
remanescentes do penetrante nas superfícies das peças.
A causa mais comum da permanência desses resíduos é
a remoção deficiente do penetrante.
Indicações não relevantes
São as indicações causadas por descontinuidades
superficiais, contudo, inerentes ao projeto e/ou processos de fabricação da
peça ou montagem.
Devemos ter em mente também, que não podemos
considerar normal ou não relevante as marcas de ferramentas introduzidas
durante a montagem ou desmontagem de um componente.
Indicações verdadeiras
São as indicações de descontinuidades reais, que
efetivamente podem comprometer a resistência estrutural da peça.
Não havendo dúvidas de é uma indicação verdadeira,
inicia-se a etapa de interpretação da causa responsável pela indicação da
descontinuidade superficial detectada. O resultado dessa interpretação permitirá
avaliar o destino a ser dado à peça. O inspetor deverá estar
familiarizado com cada tipo de indicação.
Remoção das descontinuidades
Quando permitido, a trinca ou outras
descontinuidades podem ser removidas, e um novo ensaio deverá ser realizado.
Limpeza após o ensaio
A princípio, todas as peças ensaiadas devem ser
limpas após a inspeção, independentemente se esta aprovada ou rejeitada. Não
necessitam de limpeza após o ensaio se esta atitude estiver mencionada em
procedimento escrito e se a peça rejeitada tiver um destino onde os resíduos do
ensaio não possam interferir.
Identificação
Depois da limpeza após ensaio, a peça deve ser
devidamente identificada através de etiquetas ou por cores que indiquem se ela
está aprovada ou rejeitada. O tipo de identificação deve estar descrito no
procedimento de ensaio e o operador ou inspetor deverá encaminhar a peça para a
operação subseqüente, seja a montagem no sistema da aeronave ou uma outra etapa
do processo de fabricação.
Nunca se esquecer de preencher a ficha de
acompanhamento da peça ou lote de peças.
Registrar uma descontinuidade.
Quando é necessário registrar uma descontinuidade,
adotar o hábito de desenhar as descontinuidades uma a uma num desenho, torna-se
demorado e impreciso. Pode-se utilizar o desenho da peça para indicar a região
das descontinuidades.
Pode-se adotar alguns meios de registro, tais como:
líquidos registradores, fitas adesivas transparentes, fotografias digitais
fotografias convencionais e etc..
Elaboração do relatório (registro) do ensaio
Esta etapa deve ser cumprida, registrando em
formulário padronizado, no mínimo estas informações: os documentos aplicáveis;
a técnica de ensaio; a identificação do peça; número do lote; ou identificação
da aeronave; os resultados obtidos, quantificando, localizando e indicando as
dimensões das descontinuidades detectadas; se a peça está aprovada ou
rejeitada; o tipo de identificação utilizada na peça; nome do operador, nome do
inspetor e datas.
Em se tratando de peça acabada e aprovada, depois da
limpeza estará pronta para uso. Quando, porém, tratar-se de peça semi-acabada
ou bruta, depois da limpeza estará liberada para o prosseguimento do seu
processo de fabricação.
A limpeza após ensaio consiste na remoção do
revelador da superfície ensaiada e, no caso de aprovação da peça com
descontinuidades superficiais, da remoção também, do penetrante residual do
interior das mesmas.
As peças rejeitadas também devem ser tratadas da
mesma maneira.
Equipamentos utilizados
na realização dos ensaios
Estações de ensaio:
Devem ser escolhidas e
montadas de acordo com o tipo de penetrante a ser utilizado, a quantidade e o
tamanho das peças que serão ensaiadas.
Geralmente estas estações
de um sistema de ensaio por líquido penetrante são fabricadas em aço inox e são
compostas de tanques específicos para cada etapa do ensaio. Cabine de
inspeção e iluminação adequada
Materiais Portáteis
Quando utilizamos um
conjunto portátil disponível em "spray" nos TIPOS I e II, pode-se
ensaiar qualquer peça ou parte dela, independentemente de sua localização,
desde que os produtos sejam da mesma família, ou seja, da mesma marca, tanto o
penetrante quanto o removedor e o revelador.
kit" de penetrante
visível
Normalmente compõe-se de
latas pressurizadas (em número variável), contendo:
a) penetrante
b) removedor
c) revelador não-aquoso
kit" de penetrante
fluorescente
Normalmente compõe-se de:
a) latas pressurizadas
contendo penetrantes;
b) latas pressurizadas
contendo revelador;
c) latas pressurizadas
contendo solvente;
d) luz negra portátil e
transformador.
Controle da qualidade
Para assegurar que o
ensaio será realizado dentro das condições ideais, deveremos manter alguns
controles que garantam a eficiência dos produtos, isoladamente, bem como a
eficiência de um sistema de ensaio por líquido penetrante e acessórios. Para
assegurar a eficiência dos penetrantes, emulsificadores e reveladores, certos
controles devem ser feitos periodicamente a fim de garantir que as
recomendações dos fabricantes (limites aceitáveis de contaminação e diluição)
não sejam ultrapassadas. Os controles requeridos são:
·
Teor de água no
penetrante (Método A);
·
Teor de água no
emulsificador Lipofílico;
·
Concentração do
emulsificador hidrofílico;
·
Performance do sistema;
·
Lavabilidade
(Removabilidade) do penetrante (método A somente);
·
Sensibilidade do
penetrante;
·
Removabilidade do
emulsificador;
·
Padrão com
descontinuidades conhecidas;
·
Intensidade da luz negra;
·
Intensidade da luz
branca, e
·
Medidores de intensidade
luminosa
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