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terça-feira, 8 de maio de 2012

Procura por gás natural veicular volta a crescer em São Paulo.



Procura por gás natural veicular volta a crescer em São Paulo. Em 2011, aumento no consumo foi de 23%
Em entrevista recente, a presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou que se o preço do barril de petróleo seguir no atual patamar de US$ 120, será “inexorável” fazer reajuste no preço do combustíveis. Na última semana de março/12 o barril chegou a US$ 125. Mas o motorista que quiser fugir desse aumento tem opção: converter o carro para GNV (gás natural veicular).

E a procura por gás vem crescendo novamente. Depois de enfrentar uma crise em 2008 e perder espaço no mercado, no ano passado houve um crescimento de 23% no consumo do GNV, segundo Richard Jardin, gerente de vendas do mercado automotivo da Comgás (Companhia de Gás de São Paulo). No ano passado, foram 4.702 novos carros convertidos pela empresa. “O gás nunca deixou de ser competitivo. Mas durante a crise de 2008 ele perdeu a sua atratividade”, afirma Jardin.
O taxista José Roberto Mota, 62 anos de idade e 40 de profissão, só usa GNV. “A economia vale muito a pena. Gastei R$ 14 para encher o cilindro e consigo rodar uns 200 quilômetros”, conta. “Esse é o segundo carro convertido que tenho e nunca tive problema”, afirma Mota, que atualmente é proprietário de um Siena, da Fiat, que já veio de fábrica com o kit GNV.
Atualmente, para fazer a conversão, o motorista gasta, em média, R$ 5 mil no kit mais moderno, chamado de 5ª geração. Quem roda, em média, 5 mil quilômetros por mês (cerca de 160 quilômetros por dia), consegue recuperar o investimento em cerca de sete meses.
“Além disso, o mercado de gás natural nunca passou por nenhuma crise de abastecimento. E não há previsão de que o preço desse combustível aumente nos próximos meses”, diz Jardin.
O custo do quilômetro rodado para quem usa etanol ou gasolina fica em torno de R$ 0,28 a R$ 0,30. Já o custo com o gás cai para R$ 0,11 ou R$ 0,12, em média. A economia para quem roda 5 mil quilômetros por mês chega a R$ 730.
O motorista Renato Tavares, 32 anos, também é adepto do gás. Há dois anos ele comprou uma Ipanema (GM), ano 1994, que já veio convertida. “Eu só uso o etanol para ligar o carro que não dá a partida com gás. No restante do tempo, só uso o gás. Eu rodo muito e acho que vale a pena”, diz Tavares.
Há alguns anos a Fiat lançou o Siena Tetrafuel, que roda com gasolina, etanol ou GNV. O carro já vem de fábrica com o kit para gás. Este mês de abril/12, a montadora lançou o novo modelo, chamado de Grand Siena, com versões a partir de R$ 38.710. A GM não tem carros convertidos de fábrica. Ford e Volkswagen não responderam.
Fazer a conversão não estraga o carro, afirma especialista
Alguns motoristas ouvidos pelo DIÁRIO falaram ter medo de fazer a conversão porque ouviram dizer que o GNV estraga o carro. “Isso é uma bobagem. Na prática, o motor pode ter uma vida útil até maior. Se a conversão for bem feita, o desgaste do motor é menor”, afirma Francisco Nigro, professor de engenharia mecânica da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo). Segundo o professor, o que pode haver é um desgaste maior da suspensão por conta do peso do cilindro, além da perda de espaço no porta-malas (onde o kit é instalado).
Para evitar problemas, o motorista deve escolher uma empresa habilitada para fazer a conversão, além de usar o kit compatível com o carro. “Existem várias marcas e modelos de kit. É importante verificar se o kit está homologado pelo Inmetro, senão o carro será barrado na inspeção veicular”, orienta Nigro.
Outra dica do professor é, de vez em quando, andar com o carro movido a gasolina, para lubrificar os bicos injetores. E não é recomendável deixar a gasolina parada no tanque muito tempo.
O taxista José Roberto Mota diz que a conversão não causa problemas. “Isso é tudo boato. Por oito anos tive um Vectra (GM), converti ele para gás natural e não usei mais gasolina. Nunca deu problema. Agora estou com um Siena (Fiat), que já veio de fábrica convertido modelo tetrafuel, que roda com todos os combustíveis. Rodei 130 mil quilômetros e não troquei nem as velas ainda”, conta.
Os especialistas garantem que a utilização do GNV é tão segura quanto a de outros combustíveis. Mas para não ter problemas, é preciso ficar atento a duas condições básicas: além de fazer a instalação do kit gás em um local credenciado, é preciso efetuar manutenção anual no sistema do veículo e trocar o cilindro quando ele chegar ao fim de sua vida útil, calculada em até dez anos.

Fonte: Diário, Sorocaba/Sindcomb Notícias, abril/12

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