COLUNA NO GLOBO
A carência de matéria-prima no setor de energia é a principal causa do rombo na balança comercial. A importação de gás natural subiu 77% no ano. As compras externas de petróleo e derivados cresceram 11% e as exportações caíram 43%. A exportação da Petrobras recuou 55% e a importação subiu 26%. Desde que o ex-presidente Lula anunciou a autossuficiência energética do país, ela nunca esteve tão distante.
De janeiro a maio deste ano, a balança comercial do país acumula déficit de US$ 5,4 bilhões. Foram US$ 93,2 bilhões exportados contra US$ 98,6 bi de importação. Segundo o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), a conta de petróleo de derivados abriu um buraco de US$ 11 bilhões nesse período. Foram US$ 19,3 bi importados, contra apenas US$ 8,3 bi de exportação. Parte desse rombo é explicado pelo atraso na contabilidade das importações, cerca de US$ 4,5 bi, que deveriam ter entrado nas estatísticas de 2012, mas ficaram para este ano. Mas, como se pode ver pelos números, isso não explica todo o déficit.
O problema maior está na queda forte das exportações, que é reflexo da redução de 9% na produção de petróleo, de janeiro a abril. Várias plataformas da Petrobras ficaram muito tempo sem manutenção e tiveram que parar ao mesmo tempo. O consumo de gás natural também aumentou muito com o uso das usinas termelétricas, acionadas para poupar água dos reservatórios das hidrelétricas. A importação de gás natural chegou a US$ 2,5 bilhões de janeiro a abril, segundo a ANP.
O gráfico abaixo mostra a balança comercial do setor de energia. O país importa mais petróleo do que exporta. A mesma coisa acontece com gás natural e com os derivados, em especial óleo diesel, gasolina, nafta petroquímico e querosene de aviação. A Petrobras se consolidou como a principal empresa importadora e caiu para segundo lugar nas exportações, bem atrás da Vale. Enquanto a mineradora exportou US$ 7,6 bilhões de janeiro a abril, a petrolífera não chegou à metade desse valor: US$ 3,6 bilhões.
Rio: exportação de petróleo cai 57%
Quando o assunto é petróleo, o que acontece no Rio de Janeiro merece atenção, porque o estado é um grande produtor. Estudo da Firjan mostra que, nos primeiros quatro meses do ano, a balança comercial do Rio teve déficit de US$ 921 milhões, por conta da redução de 40% das exportações e do aumento de 29% nas importações. A queda de 57% nas vendas externas de petróleo em relação ao mesmo período de 2012 pesou no dado geral. João Paulo Alcantara Gomes, gerente do Centro Internacional de Negócios da Firjan, cogita duas hipóteses para a exportação menor do combustível. “Exportamos menos, porque estamos consumindo mais, é uma possibilidade. A produção menor também pode explicar; prioriza-se o mercado interno e sobra menos para o externo”, diz. Em abril, os Estados Unidos retomaram o título de principal destino das exportações fluminenses, que estava com a China.
Gasolina cresce mais que etanol
De janeiro a março, o consumo de gasolina cresceu 2%, segundo a ANP. No mesmo período, o de etanol subiu 1,5%. Com isso, aumentou a diferença no consumo entre o combustível sujo e o limpo. Foram vendidos 50,5 milhões de bep (barril de petróleo equivalente) de gasolina, contra 8,8 milhões de etanol.
De janeiro a março, o consumo de gasolina cresceu 2%, segundo a ANP. No mesmo período, o de etanol subiu 1,5%. Com isso, aumentou a diferença no consumo entre o combustível sujo e o limpo. Foram vendidos 50,5 milhões de bep (barril de petróleo equivalente) de gasolina, contra 8,8 milhões de etanol.
Europa em crise importa menos
A crise na Europa também prejudica nossas exportações. Para a Holanda, porta de entrada no continente, houve queda de 8,5% de janeiro a abril, com retração de US$ 400 milhões. Para a Alemanha, queda de 17%, também de US$ 400 milhões. Para a Itália, retração de 16%; Espanha, queda de 11,6%; Bélgica, -6,5%; e França, -5,68%. Ao todo, o Brasil exportou US$ 1,6 bi a menos aos europeus.
A crise na Europa também prejudica nossas exportações. Para a Holanda, porta de entrada no continente, houve queda de 8,5% de janeiro a abril, com retração de US$ 400 milhões. Para a Alemanha, queda de 17%, também de US$ 400 milhões. Para a Itália, retração de 16%; Espanha, queda de 11,6%; Bélgica, -6,5%; e França, -5,68%. Ao todo, o Brasil exportou US$ 1,6 bi a menos aos europeus.
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