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domingo, 25 de agosto de 2013

DEPOIS QUE O VERME "lula" RENEGOCIOU A TARIFA E O CONTRATO COM A BOLÍVIA, TRANSFORMOU O GASBOL, E, ALGO PÉSSIMO PARA O BRASIL

Autor/Fonte: Brasil Econômico
 Data: 22/08/2013

    Câmbio encarece gás da Bolívia


Alta do preço do gás tem feito grandes consumidores migrarem para outros combustíveis.
Alta do preço do gás tem feito grandes consumidores migrarem para outros combustíveis.
A desvalorização da moeda brasileira já afeta as indústrias que utilizam gás natural importado da Bolívia.
A desvalorização cambial já impacta consumidores de gás natural de São Paulo e da Região Sul, que consomem o combustível importado da Bolívia. Segundo cálculos da consultoria GasEnergy, o preço do gás boliviano aumentou 11% entre maio, quando o real começou a perder valor frente ao dólar, e agosto.
A alta deve-se exclusivamente à variação da moeda norte-americana, uma vez que o valor em dólares teve uma pequena redução no período. Estados do Sul reclamam que a diferença de preços entre o gás nacional e o importado prejudica a competição de suas indústrias e há empresas já migrando de volta para outros combustíveis.
O gás boliviano custa hoje às distribuidoras R$ 0,86 por metro cúbico, contra R$ 0,77 por metro cúbico vigente em maio. O produto importado abastece 40% do mercado paulista e 100% dos mercados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Os repasses ao consumidor final dependem das datas de reajuste de cada distribuidora. Já o gás nacional, que abastece o restante do país, é vendido a R$ 0,68 por metro cúbico. O valor pode subir em outubro, quando a Petrobras promove o reajuste trimestral de preços.
Assim como outros combustíveis de menor impacto na inflação - como o querosene de aviação e o óleo combustível - o gás natural é reajustado de acordo com prazos e fórmulas pré-estabelecidas, que consideram as cotações internacionais do petróleo e derivados, além da variação cambial. Reajustes de gasolina, diesel e gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, por outro lado, dependem de autorização do governo.
A diferença de preços entre o gás nacional e o importado, que chega hoje a 26%, é motivo de reclamação entre consumidores industriais da Região Sul. "O câmbio impacta diretamente o gás importado e, sem dúvida, o gás, como a energia elétrica, é um insumo que tem peso bastante acentuado nos custos", diz o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte.
Santa Catarina é o maior consumidor de gás natural da região, com 224 indústrias - principalmente dos setores de cerâmica e têxtil - conectadas à rede de abastecimento do combustível. Ao todo, na Região Sul, 467 plantas industriais usam o combustível.
O aumento do preço do gás natural nos últimos anos tem levado consumidores intensivos a migrarem de volta para outros combustíveis, como carvão ou biomassa. A Eliane, por exemplo, está investindo R$ 12 milhões na readaptação de seus fornos para voltar ao carvão mineral. "Por estar atrelado ao preço do petróleo e ao câmbio, o preço do gás tem subido muito nos últimos anos. Essa nova alta só reforça nossa decisão", argumenta o diretor da empresa, Otmar Muller.
O executivo, que preside a Câmara de Energia da Fiesp, diz que outras empresas de cerâmica e têxtil já tomaram a decisão de voltar a fontes de energia que usavam antes do gás natural.
"Daqui a pouco teremos que repassar o aumento de custos, aumentando as distorções competitivas com relação a outros estados", reclama o presidente da distribuidora de gás canalizado SC Gás, Cosme Polêse. "É preciso equidade no tratamento dos consumidores em todo o Brasil."
Custos do gás
R$ 0,86: Preço cobrado, por metro cúbico, pelo gás importado entregue pela Petrobras às distribuidoras. Em maio, produto custava R$ 0,77.
26%: É a diferença entre os preços do gás importado e do gás nacional. Para indústria do Sul, insumo mais alto prejudica competitividade.
Capacidade de fornecimento está no limite
Mesmo com preços mais altos do que no resto do Brasil, distribuidores e consumidores da Região Sul reclamam de gargalos no fornecimento de gás e cobram investimentos para ampliar a oferta regional. Segundo o presidente da distribuidora catarinense SC Gás, Cosme Polêse, há hoje 60 empresas na fila de espera para se conectar à rede ou ampliar os volumes consumidos.
"Estamos no teto da capacidade e não há como assegurar fornecimento para novos empreendimentos", diz o executivo. A SC Gás tem contrato com a Petrobras para receber 2 milhões de metros cúbicos por dia. Em julho, entregou ao mercado, em média, 1,922 milhão de metros cúbicos, excedendo, em alguns momentos, o limite contratual.
Recentemente, governadores de Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul assinaram carta enderaçada à Petrobras pedindo medidas para ampliar a oferta. Os quatro estados são atendidos pelo Gasoduto Bolívia-Brasil, cujo trecho Sul está perto do limite de capacidade.
A Petrobras informou que estuda investimentos de R$ 700 milhões no trecho, para ampliar a capacidade em 2,5 milhões de metros cúbicos por dia. "A implantação do projeto, no entanto, ainda depende da demonstração de sua viabilidade econômica", disse a empresa.
Fonte: Nicola Pamplona, Brasil Econômico, agosto/13
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