PROCEDIMENTOS DE TRABALHO – ANÁLISE E DISCUSSÃO
As atividades de construção, operação e manutenção em instalações elétricas devem ser exercidas de acordo com as normas, instruções e os procedimentos emitidos pelos respectivos órgãos competentes de modo a ser executado corretamente e com segurança.
Na execução de todo e qualquer serviços em instalações elétricas, deve-se levar sempre em consideração as instruções e recomendações pertinentes a cada caso específico.
Verifique a seguir algumas realidades em que os procedimentos de trabalho são evidenciados.
} Toda atividade operacional realizada por um trabalhador, que interaja no SEP, é passível de ser detalhada em uma seqüência lógica;
} A garantia da segurança em serviços no SEP é fundamental e obrigatória;
} Os trabalhos no SEP estão classificados nas áreas de construção/montagem, manutenção e operação de instalações;
} A técnica de linha viva é uma realidade de manutenção e construção na qual os trabalhadores atuam diretamente ou “em proximidade” dos equipamentos e condutores energizados;
} Os trabalhos podem ser executados em instalações industrias ou de concessionárias, de instalação localizadas em subestações e usinas ou linhas de transmissão e distribuição de energia, urbanas ou rurais.
PROCEDIMENTOS DE TRABALHO–PLANEJAMENTO DE SERVIÇOS.
O planejamento recorrer a situações não repetitivas, enquanto que o procedimento se aplica ao processo de trabalho rotineiro e repetitivo.
O planejamento esta ligado á experiência, á iniciativa, ao conhecimento técnico e á análise de situação, assim como o procedimento está ligado á aplicação da disciplina, da ordem e da constante preocupação de melhora.
Um grande problema encontrado no dia–a-dia de muitos profissionais, é a falta de tempo para prepara o serviço a ser executado. É comum dizer que não há tempo para planejar os serviços de forma adequada, em particular, no tempo gasto para a análise e a prevenção de acidentes por conta dos riscos envolvidos nas atividades, porém sempre é necessário encontrar tempo para socorrer vítimas e reparar equipamentos em função dessa negligência. A fase de planejamento é fundamental para o sucesso da proposta dos serviços a serem realizados. A “análise de risco”, deve ser elaborada para a garantia da avaliação do trabalho a ser realizado, incluindo o modo de execução a ser adotado, os recursos humanos e materiais necessários, assim como os critérios e limites dos riscos admitidos para essa situação.
PROCEDIMENTOS DE TRABALHO–SISTEMA DE GESTÃO DE SEGURANÇA
No gerenciamento dos projetos:
Pode-se considera qualquer intervenção em sistemas elétricos, energizados ou não, como fase posterior de um projeto em execução. Considerando que um projeto é uma ação temporária para produzir um serviço de propósito único e sob condições únicas de recursos, meio ambiente (sistema elétrico) e condições de segurança (níveis de perigo), deve ser tratado pelas normas e práticas adequadas de gerenciamento, definindo os procedimentos para um bom planejamento de trabalho. As avaliações das condições de segurança passam, então, necessariamente por esta etapa.
No gerenciamento de processos:
O trabalho a ser desenvolvido, em sistemas elétricos, energizados ou não, independente de sua forma ou classificação, ou seja:
} É composto por processos distintos;
} A solicitação de um serviço é um procedimento que antecede a realização de qualquer trabalho;
} Os processos têm em comum uma definição clara de procedimentos. Ex.: serviços de montagem em instalações de alta tensão; serviços de manutenção em instalação de alta tensão;
} Serviços de operação em instalações de alta tensão.
Objetivo:
Instruir os serviços realizados nas instalações do SEP, incluindo entre outras, um programa de execução e uma técnica de análise de risco.
Desenvolvimento do programa executivo:
Descrevemos os itens, a seguir que constam neste programa.
1. Descrição do trabalho – Detalhar a intervenção que será realizada, para facilitar o entendimento em sua execução;
2. Recursos humanos – Determinar os recursos humanos que serão necessários para realizar a manutenção, descriminando nomes, funções e órgãos de origem. É imperativo que esses sejam habilitados para desenvolver os trabalhos programados;
3. Recursos materiais – Relacionar todos os matérias, equipamentos, ferramentas e instrumentos que serão utilizados na manutenção, deixando claro suas quantidades e referências, inclusive, para facilitar suas aquisições, e acordo com as seguintes ações:
a) Prever reservas estratégica dos itens vitais á intervenção;
b) Prever um check list dos itens em tempo hábil de se adquirir/substituir alguns componentes;
c) Responsabilizar os órgãos/pessoas que adquirirão os itens e prazos para aquisição.
Transporte/comunicação:
} Definir os veículos que serão utilizados para transportar as pessoas e os materiais para o local de manutenção;
} Definir o sistema de comunicação que será usado para receber, entregar a instalação e para permitir uma comunicação confiável entre a equipe de execução e a operação de instalação e/ou sistema;
} Responsabilizar os órgãos/pessoas que providenciarão transporte e comunicação;
} Exigir teste da comunicação, antes e durante a intervenção;
} Exigir que, pelo menos, um veículo esteja sempre pronto a prestar socorro a um eventual acidentado
} Exigir que o motorista do veículo, disponha do Plano de Atendimento ao Acidentado, contendo o roteiro das clínicas/hospitais, mais próximos da instalação e esteja familiarizado com o transito local.
Providências preliminares – São as ações que antecedem, propriamente dita, para obter o sucesso na sua execução. Deve-se prever, caracterizando algumas responsabilidades;
1. Estudo minucioso do local onde será executado o trabalho, complementando com diagramas, para identificar:
} As dificuldades de acesso, ao lado da intervenção;
} Os pontos energizados nas proximidades;
} As distâncias envolvidas;
} Os pontos de acesso de trabalho.
2. No caso de trabalhos com instalações desenergizadas, a elaboração de um projeto de aterramento que identifique os pontos que serão aterrados, a técnica a ser empregada e os materiais/ferramentas que serão usados, conforme os procedimentos de aterramento temporário para linhas e barramentos desligados;
3. Estudos das normas e instruções técnicas de manutenção passíveis de serem aplicadas ao trabalho;
4. Análise dos fatores mecânico e elétricos envolvidos, de modo a garantir a segurança do pessoal e a condição de operacionalidade da instalação;
5. Análise da adequação do ferramental em relação aos fatores eletromecânicos envolvido, á suportabilidade e á técnica a ser empregada;
6. Inspeção e/ou testes de todos os materiais, equipamentos e ferramental, inclusive os EPC´s e os EPI´s;
7. Solicitação de acompanhamento, quando necessário, de representante da Operação e da Segurança do Trabalho. É possível prever quando é necessário o apoio, local, de uma ambulância com profissionais da área médica;
8. Providenciar a aquisição de “ kits” de primeiros socorros. Exigir que todos os membros da equipe conheçam a utilização do “kit” e que estejam atualizados nas técnica de primeiros socorros;
9. Discussão do trabalho com a equipe, de modo que não fiquem dúvidas sobre o papel de cada membro e dos participantes em cada etapa e também sobre os riscos envolvidos na intervenção;
10. O responsável pela intervenção deverá inteira-se com o operador encarregado da instalação ou operador supervisor de turno, com relação ás partes da instalação que ficarão energizadas durante a intervenção;
11. Elaboração de diagramas coloridos que apresentem claramente as partes do sistema que ficarão energizadas durante a intervenção;
12. Realizar, em conjunto com a operação, a delimitação/sinalização da área liberada para intervenção;
13. Realizar a delimitação da área de trabalho;
14. Programa de manobras: confirmar se as manobras constantes no Programa de Manobras, atendem a configuração/condição necessária para realização da intervenção, especialmente;
15. Bloqueio dos equipamentos/religamento de linha de transmissão: confirmar a realização do bloqueio dos equipamentos que, acidentalmente operados, possam energizar as áreas liberadas para intervenção, especialmente os equipamentos acionados remotamente. Confirmar a sinalização com os cartões de segurança, nos acionamentos desses equipamentos. Para as linhas de transmissão energizadas, confirmar o bloqueio do religamento automático;
16. Controle e numeração: a cada emissão de um programa executivo, o serviço de manutenção deverá numerá-lo a fim de possibilitar o seu arquivamento, controle e melhoria do processo.
Descrição da técnica – Esgotada a parte de análise e definição a ser empregada, deve-se partir para o seu detalhamento, conforme a seguir:
1. Descrever cada etapa da intervenção, fazendo referência, quando for o caso, dos anexos e das instruções de manutenção inerentes e indicando os responsáveis por cada evento;
2. Deixar claro, em cada situação, os processos de acesso do eletricista ao potencial;
3. Para as intervenções em áreas desenergizadas, deixar clara a realização do aterramento temporário da instalação;
4. Definir, nominalmente, a supervisão e a condição técnica dos trabalhos, de modo que se tenha, para a equipe, uma só voz de comando;
5. Alertar, quando necessário, aspectos de segurança durante a descrição das etapas;
6. Deixa claras as ações vitais á segurança da intervenção, tais como:
} Confirmar as condições de recebimento dos equipamentos;
} Confirmar a configuração da instalação, principalmente SE;
} Confirmar a realização de delimitação e a sinalização da área liberada;
} Confirmar a utilização dos EPC´s e dos EPI´s;
} Confirmar a execução do aterramento temporário e a sua retirada, quando da conclusão dos serviços;
} Nos trabalhos em conexões elétricas, exigir a utilização do “pulo de continuidade” temporário .
Análise preliminar de risco – consistem no estudo e na reflexão, durante a fase de preparação do programa executivo, dos riscos que estarão ou que poderão estar presentes na execução dos trabalhos. Estes riscos são das seguintes natureza:
} Riscos pessoais – acidentes de pessoas;
} Riscos operacionais – desligar as instalações;
} Riscos estruturantes – danos ao sistema físico;
} Riscos do objeto de ação – diminuir a qualidade intrínseca do trabalho.
A APR é um procedimento imprescindível para processos não padronizados do tipo “cada caso é um caso”. Quando o processo não está padronizado, deve-se identificar a seqüência do trabalhoso – passo – a – passo.
Após terminado o passo – a – passo, deve-se preencher os formulários de APR observando a “matriz de riscos” e , em seguida, qualificá-los no formulário da
APR, explicando se o risco é:
} Desprezível;
} Moderado;
} Crítico.
Para o caso de riscos críticos, deve-se trabalhar no Programa Executivo, visando reduzir o nível do risco por meio de novas técnicas ou equipamentos.
A graduação dos riscos deve ser feita considerando que as medidas preventivas bloquearão os eventos. A coluna “conseqüências do evento”, deve supor que as medidas, preventivas, falharão.
Quantificação e critérios para riscos – A graduação dos riscos é feita para cada atividade, enquadrando-a no seu grau de severidade:
} Mínima;
} Marginal;
} Crítica.
Na probabilidade de ocorrências, tem-se:
} Rara;
} Remota;
} Média.
Avaliação da execução da manutenção – Após a execução da manutenção, deverá ser feita uma reunião com os componentes da equipe de modo a avaliar o trabalho realizado com vistas a aperfeiçoar o esquema adotado.
Em programações longas, este procedimento, deve ser diário, objetivando possíveis alterações/correções de percurso.
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