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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

NR 10 - AVANÇADA - SEP. CAPITULO 2 RISCOS TÍPICOS NO "SEP" E SUA PREVENÇÃO - PARTE 1


2 - RISCOS TÍPICOS NO SEP E SUA PREVENÇÃO

Antes de realizar qualquer atividade dentro da área de risco elétrico ou em suas proximidades, é necessário:
  1. Compreender a importância de trabalhar e utilizar todos os procedimentos de segurança;
  2. Saber como utilizar todos os procedimentos necessários para trabalhar com segurança;
  3. Conhecer a nova norma regulamentadora NR 10;
  1. Conhecer as atribuições que competem a todos os envolvidos em eletricidade;
  2. Conhecer os métodos que devem ser desenvolvidos na área elétrica;
  3. Saber de suas responsabilidades quanto pessoa envolvida na área elétrica.
A eletricidade é um agente de risco causador de muitos acidentes, não só com danos.
As atividades exercidas em instalações elétricas envolvem a exposição ao risco elétrico, causador de muitos graves acidentes.
A perfeita identificação destes riscos, assim como o conhecimento de procedimentos de segurança no trabalho, equipamentos de proteção individual e coletiva, e principalmente o simples reconhecimento de que os acidentes não acontecem apenas com os outros, diminuirá em muito os índice de acidentes do trabalho em atividades elétricas.
Isso nos conduz ao reconhecimento da necessidade de um programa de intenso treinamento na área elétrica associado a um treinamento de segurança do trabalho em instalações elétricas.
Sabemos que muitos desses riscos podem ser identificados por meio de uma simples observação, como por exemplo o risco de quedas por trabalhos em altura, ou por vazamento de material tóxico ou combustíveis, que podem ser percebidos pelo olfato.
Mas em condutores, equipamentos ou dispositivos energizados, os riscos só podem ser detectados através de instrumentos específicos, e mesmo nessa etapa, os riscos podem ser grandes, e já devem ser controlados e tais operações deverão ser feitas por pessoal treinado e que estejam com os equipamentos de proteção adequados.
A eletrocussão representa 12% dos acidentes fatais, e é a terceira causa desses acidentes fatais. Devido a esses fatos é necessário que trabalhos em eletricidade sejam executados com a utilização de procedimentos específicos de segurança, aliados a um intenso programa de treinamento em conformidade com uma assumida política de segurança do trabalho nas empresas.

RISCOS TÍPICOS NO SEP E A SUA PREVENÇÃO
Os riscos típicos do SEP, são caracterizados por;
  1. Proximidade e contatos com as partes energizadas;
  2. Indução;
  3. Descargas atmosféricas;
  4. Eletricidade estática;
  5. Campo elétrico e magnético;
  6. Comunicação, identificação e sinalização;
  7. Trabalho em altura, confinados, máquina e equipamentos especiais;
  8. Ruídos, pressão e animais peçonhentos.

Proximidade e contatos com as partes energizadas.
  • Todas as partes das instalações elétricas, devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes
  • As partes de instalações elétricas a serem operadas, ajustadas ou  examinadas, devem ser dispostas de modo a permitir um espaço suficiente para que o trabalhador, tenha um trabalho seguro;
  • As partes das instalações elétricas, não cobertas por material isolante, na impossibilidade de se conservarem distâncias que evitem contatos casuais, devem ser isoladas por barreiras que ofereça, de forma segura, resistência a esforços mecânicos usuais;
  • Toda instalação ou peça condutora que não faça parte dos circuitos elétricos, mas que, eventualmente, possa ficar sob tensão, deve ser aterrada, desde que esteja em local acessível a contatos;
  • As instalações elétricas, quando a natureza do risco exigir e sempre que tecnicamente possível, devem ser providas de proteção complementar por meio de controle a distância, manual e/ou automático;
  • As instalações elétricas que estejam em contato direto ou indireto com água e que possam permitir fuga de corrente, devem se projetadas e executadas, em especial, quanto á blindagem, ao isolamento e ao aterramento;
  • Respeitar as distâncias de segurança entre as tensões (fase-fase e fase-terra), utilização correta dos EPI´s e dos EPC´s (ao contato ao potencial e a distância);
  • As vestimentas de trabalho devem ser adequadas ás atividades, devendo contemplar a condutibilidade, a inflamabilidade e as influências eletromagnéticas;
  • E vedado o uso de adornos (brincos, correntinhas, entre outros) pessoais nos trabalhos com instalações elétricas ou em suas proximidades;
  • Os trabalhos que exigem o acesso á zona controlada devem ser realizados mediante procedimentos específicos respeitando as distâncias previstas na tabela B.
Faixa de tensão Nominal da instalação elétrica em kV
Rr - Raio de delimitação entre zona de risco e controlada em metros
Rc - Raio de delimitação entre zona controlada e livre em metros
<1
0,20
0,70
e <3
0,22
1,22
e <6
0,25
1,25
e <10
0,35
1,35
e <15
0,38
1,38
e <20
0,40
1,40
e <30
0,56
1,56
e <36
0,58
1,58
e <45
0,63
1,63
e <60
0,83
1,83
e <70
0,90
1,90
e <110
1,00
2,00
e <132
1,10
3,10
e <150
1,20
3,20
e <220
1,60
3,60
e <275
1,80
3,80
e <380
2,50
4,50
e <480
3,20
5,20
e <700
5,20
7,20

Zona de risco, controlada e livre
Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre.
ZL = Zona livre
ZC = Zona controlada, restrita a trabalhadores autorizados.
ZR= Zona de risco, restrita a trabalhadores autorizados e com a adoção de técnicas, instrumentos e equipamentos apropriados ao trabalho.
PE = Ponto da instalação energizado.

RISCOS TÍPICOS NO SEP E A SUA PREVENÇÃO
Sempre que inovações tecnológicas forem implementadas, ou para a entrarda em operações de novas instalações ou equipamentos elétricos, devem ser previamente elaboradas “análise de riscos”, desenvolvidas com circuitos desenergizados e seus respectivos procedimentos de trabalho.
Além disto, o responsável pela execução do serviço deve suspender as atividade quando verificar a situação ou condição de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata não seja possível.
Trabalho em proximidade: Trabalho durante o qual o trabalhador pode entrar na zona controlada, ainda que seja com uma parte de seu corpo ou com extensões condutoras, representadas por materiais, ferramentas ou equipamentos que este esteja manipulando.


Indução eletromagnética
Analogamente ao campo elétrico, denomina-se campo magnético a região ao redor de um ímã na qual ocorre um efeito magnético.
A sua representação é feita por linhas de campo ou linhas de indução, que são linhas imaginárias fechadas que saem do pólo norte e entram no pólo sul.
Um campo elétrico é uma grandeza vetorial (função da posição e do tempo) que é descrita por sua intensidade. Normalmente campos elétricos são medidos em volts por metro (V/m).
Experiências demonstram que uma partícula carregada com carga q, abandonada nas proximidades de um corpo carregado com carga Q, pode ser atraído ou repelido pelo mesmo sob a ação de uma força F, a qual denominamos força elétrica. A região do espaço ao redor da carga Q, em que isso acontece, denomina-se campo elétrico.
A exposição aos campos eletromagnéticos pode causar danos, especialmente quando da execução de serviços na transmissão e distribuição de energia elétrica, nos quais se empregam elevados níveis de tensão.
Embora não haja comprovação cientifica, há suspeita de que a radiação eletromagnética possa provocar o desenvolvimento de tumores.
Especial atenção deve ser dada a trabalhadores expostos a essas condições que possuam próteses metálicas (pino, encaixes, hastes, stents, etc.), pois a radiação promove aquecimento intenso nos elementos metálicos, podendo provocar lesões. Da mesma forma, os trabalhadores que portam aparelhos e equipamentos eletrônicos (marca passo, amplificador,auditivo, dosadores de insulina, etc.) devem se precaver desta exposição, pois a radiação interfere nos circuitos elétricos, podendo criar disfunção nos aparelhos.
Uma outra preocupação importante é com a indução elétrica. Esse fenômeno pode ser particularmente importante quando há diferentes circuitos próximos um dos outros.
A passagem da corrente elétrica em condutores gera um campo eletromagnético que, por sua vez, induz uma corrente elétrica em condutores próximos. Assim, pode ocorrer a passagem de corrente elétrica em um circuito desenergizado, se ele estiver próximo a outro energizado.     
É por isto que o profissional, além de desligar o circuito no qual vai trabalhar, verifique com equipamentos apropriados (voltímetros, ou detectores de tensão), se o circuito a ser manipulado, esta efetivamente sem tensão.

Descargas atmosféricas
Ao longo dos anos, vários teorias foram desenvolvidas para explicar o fenômeno dos raios. Atualmente, tem-se  que a fricção entre as partículas de água e gelo, que forma as nuvens, provocada pelos ventos ascendentes, de forte intensidade, dão origem a uma grande quantidade de cargas elétricas.
O raio é um fenômeno de natureza elétrica, sendo produzido por nuvens do tipo cumulus nimbus , que tem o formato parecido com uma bigorna e chega a ter 12 quilômetros de altura e vários quilômetros de diâmetro. As tempestades  com trovoadas se verificam quando certas condições particulares (temperatura, pressão, umidade do ar, velocidade do vento, etc.) fazem com que determinado tipo de nuvem se torne eletricamente carregada internamente.
Com o intuito de evitar falsas expectativas ao sistema de proteção contra descargas atmosféricas, devemos fazer os seguintes esclarecimentos:
  • O raio é um fenômeno da natureza absolutamente imprevisível tanto em relação ás suas características elétricas, como em relação aos efeitos destruidores decorrentes de sua incidência sobre as edificações, as pessoas ou animais;
  • Nada em termos práticos pode ser feito para impedir a “queda” de uma descarga em uma determinada região. Assim sendo, as soluções aplicadas, buscam tão somente minimizar os efeitos destruidores a partir de instalações adequadas de captação segura da descarga para a terra.
  • incidência de raio é menor em solos maus condutores, do que em solos condutores de eletricidade, pois nos solos maus condutores, na existência de nuvens carregadas  sobre o mesmo, criam-se, por indução no terreno, cargas positivas, em que temos a nuvem funcionando como placa negativa e o solo como carga positiva e o ar, naturalmente úmido e ás vezes ionizado.
Com o atrito de partículas ocorre uma separação de cargas elétricas, carregando assim o meio de formar e proporcionar gradativamente uma DDP entre atmosfera e solo.
Rompida a resistência dielétrica ocorre a centelha de equipotencialização.
Um sistema de aterramento é um conjunto de condutores enterrados, ou não, cujo objetivo é realizar o contato entre o circuito e o solo com a menor impedância possível. Os sistemas mais comuns são hastes cravadas verticalmente, condutores horizontais ou um conjunto de ambos.
A forma de aterramento mais completa é a malha de terra, composta de condutores horizontais formando um quadriculado, com hastes cravadas em pontos estratégicos. As malhas são amplamente usadas em subestações. Além das funções descritas anteriormente, as malhas de terra devem assegurar que os níveis de tensão de toque e de passo sejam inferiores ao risco de morte por choque.
O copperweld é um material típico em sistemas de aterramento, consistindo em uma alma de aço revestida por uma camada de cobre. Como formas de conexão são usadas conexões mecânicas e soldas de campo, estas sendo as mais recomendadas.
Um aterramento bem projetado possui uma impedância típica entre 1 e 10 , encontrando-se em grandes subestações valores bem abaixo de 1 Ω. Em certas locações, como em solos muito secos ou rochosos, é praticamente impossível alcançar estes valores, no qual o projetista deve conviver e traçar alternativas.

Eletricidade estática
A eletricidade estática é um fenômeno de acumulação de cargas elétricas em um corpo, seja ele condutor, semicondutor ou isolante. Essa eletricidade deve-se ao fato de os átomos dos corpos apresentarem desequilíbrio quanto à sua neutralidade. A eletrostática é o ramo da eletricidade que estuda os comportamentos e as propriedades das cargas elétricas em repouso em um corpo que de alguma forma ficou eletricamente carregado, também denominado de eletrizado. O fenômeno da eletricidade estática ocorre quando os átomos de um determinado corpo perdem ou ganham elétrons, ficando dessa forma carregado positivamente ou negativamente.
Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular eletricidade estática, devem dispor de proteção específica e dispositivos de descargas elétricas.

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