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terça-feira, 14 de junho de 2011

CURSO NR 10 - MODULO 2 – RISCO EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

2 – RISCO EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE


Profissional qualificado, habilitado e capacitado.

É considerado trabalhador qualificado aquele que comprovar conclusão de curso específico na área elétrica reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino.

É considerado profissional legalmente habilitado o trabalhador previamente qualificado e com registro no competente conselho de classe.

É considerado trabalhador capacitado aquele que atenda às seguintes condições, simultaneamente:
a) receba capacitação sob orientação e responsabilidade de profissional habilitado e autorizado; e
b) trabalhe sob a responsabilidade de profissional habilitado e autorizado.

É considerado trabalhador autorizado o trabalhador habilitado ou capacitado, com anuência formal da empresa.

Os profissionais autorizados a trabalhar em instalações elétricas, devem ter essa condição consignada no sistema de registro de empregado da empresa.

Todo profissional autorizado deve portar identificação visível e permanente, contendo as limitações e a abrangência de sua autorização.
Deve ser realizado um treinamento de reciclagem, bienal,e sempre que ocorrer uma das seguintes situações:
  • Troca de função ou mudança de emprego;
  • Retorno de afastamento ao trabalho, ou inatividade, por tempo superior a 3 meses;
  • Modificações significantes nas instalações elétricas ou trocas de métodos e/ou processos de trabalho.
O trabalho em áreas classificada, devem ser precedido de treinamento especifico de acordo com o risco envolvido.
Os trabalhadores com atividades em proximidade de instalações elétricas, devem ser informados e possui conhecimentos que permitam identificá-los, avaliar seus possíveis riscos e adotar as precauções cabíveis.
A capacitação só terá validade para a empresa que o capacitou e nas condições estabelecidas pelo profissional habilitado e autorizado responsável pela capacitação.

Choque elétrico

O Choque Elétrico é a passagem de uma corrente elétrica através do corpo, utilizando-o como um condutor. Esta passagem de corrente pode não causar nenhuma conseqüência mais grave além de um susto, porém também pode causar queimaduras, fibrilação cardíaca ou até mesmo a morte.
Intensidade do Choque Elétrico

Costuma-se associar o "estrago" que o choque pode causar com o nível de tensão, porém o correto é que depende da intensidade da corrente elétrica que atravessa o corpo da pessoa durante o choque e do caminho da corrente elétrica pelo corpo. Certamente que quanto maior for a tensão, maior é a probabilidade de ocorrer um dano físico à pessoa, tendo em vista que pela lei de Ohm o aumento da corrente é diretamente proporcional ao da tensão e inversamente proporcional ao da resistência elétrica, ou seja, para a mesma resistência do corpo humano, que é relativamente constante (entre 1300 e 3000 ohms para a tensão de 127 V), se aumentarmos a tensão, conseqüentemente a corrente aumentará.

De acordo com a Norma Regulamentadora número 10 (NR 10 - Segurança em serviços com eletricidade) do Ministério do Trabalho do Brasil, tensões menores que 50 V em corrente alternada e 120 V em corrente contínua são inofensivas. Estas são chamadas de extra baixas tensões (EBT). Tensões maiores que 50 V e menores que 1000 V em corrente alternada e entre 120 V e 1500 V em corrente contínua são chamadas de baixa tensão (BT), enquanto tensões de valores iguais ou maiores a 1000 V em corrente alternada e 1500 V em corrente contínua são chamadas de alta tensão (AT).

Assim, pessoas que sofrem um choque elétrico em AT têm uma probabilidade maior de morrer ou ficar com seqüelas graves do que uma pessoa que sofreu um choque em BT.
Portanto, a compreensão do mecanismo do efeito da corrente elétrica, no corpo humano, é fundamental para a efetiva prevenção e combate aos riscos provenientes do choque elétrico. Em termos de riscos fatais, o choque elétrico, de um modo geral, pode ser analisado sob dois aspectos:
  • Corrente de choque de baixa intensidade, proveniente de acidentes com baixa tensão, sendo o efeito mais grave á considerar as paradas cardíacas e respiratórias;
  • Corrente de choques de alta intensidade, proveniente de acidentes com alta tensão, sendo o efeito térmico o mais grave, isto é, queimaduras externas e internas no corpo humano.
Ao passar pelo corpo humano a corrente elétrica danifica os tecidos e lesa os tecidos nervosos e cerebral, provoca coágulos nos vasos sanguíneos e pode paralisas a respiração e os músculos cardíacos. A corrente elétrica pode matar imediatamente ou pode colocar a pessoa inconsciente, a corrente faz os músculos se contraírem a 60 ciclos por segundo, que é a freqüência da corrente alternada. A sensibilidade do organismo a passagem de corrente elétrica inicia em um ponto conhecido como Limiar de Sensação e que ocorre com uma intensidade de corrente de 1 mA para corrente alternada e 5 mA para corrente contínua. Pesquisadores definiram 3 tipos de efeitos manifestados pelo corpo humano quando da presença de eletricidade.

Efeitos da Eletricidade no Corpo Humano

Limiar de Sensação ( Percepção )

O corpo humano começa a perceber a passagem de corrente elétrica a partir de 1 mA.

Limiar de Não Largar

Esta associado às contrações musculares provocadas pela corrente elétrica no corpo humano, a corrente alternada a partir de determinado valor, excita os nervos provocando contrações musculares permanentes, com isso cria-se o efeito de agarramento que impede a vítima de se soltar do circuito. A intensidade de corrente para esse limiar varia entre 9 e 23 mA para os homens e 6 a 14 mA para as mulheres.

Limiar de Fibrilação Ventricular
        Este limite é de difícil determinação porque há que ter em conta:
        - Só uma parte da corrente que circula no corpo humano é que atinge o     coração;

O percurso da corrente é importante, e é necessário introduzir o designado fator de corrente de coração (F), que relaciona a intensidade de campo elétrico no coração para um dado percurso de corrente com a intensidade do campo elétrico para uma corrente da mesma intensidade circulando da mão esquerda aos pés, que é o percurso de referência.

O choque elétrico pode variar em função de fatores que interferem na intensidade da corrente e nos efeitos provocados no organismo, os fatores que interferem são :
-          percurso da corrente elétrica pelo corpo humano;
-          Intensidade da corrente elétrica;
-          Tempo de duração;
-          Área de contato;
-          Freqüência da corrente elétrica;
-          Tensão elétrica;
-          Condição da pele do indivíduo;
-          Constituição física do indivíduo;
-          Estado de saúde do indivíduo.
-          Outras condições, ex: quanto a próteses metálicas internas, marca- passo, transplante, etc.
-          O corpo humano, mais precisamente sua resistência orgânica á passagem da corrente, é uma impedância elétrica composta por uma resistência elétrica, associada a um componente com comportamento levemente capacitivo. Assim, o choque elétrico pode ser dividido em 3 categorias:
          
Tipos de choque elétrico.
           - choque estático
           - choque dinâmico
           - descargas atmosféricas

Condições de tensão que favorecem os acidentes por choque elétrico.
           - tensão de toque
           - tensão de passo

Choque Estático

É devido ao efeito capacitivo (atrito com o ar gera cargas elétricas), ou seja o choque é produzido por eletricidade estática, cuja a duração é pequena o suficiente para descarregar a carga da eletricidade contida no elemento energizado, podendo não provoca efeitos danosos ao corpo, devido a curtíssima duração. ex: linhas de distribuição e transmissão desligada, veículos que se movem em climas secos.
Choque dinâmico
É o choque tradicional, ou seja, surge pelo contato direto da pessoa com a parte energizado da instalação, durando enquanto permanecer o contato e a fonte de energia estiver ligada. As conseqüências podem ser pequenas contrações ou até lesões irreparáveis.
        Este choque se dá devido ao:
-          toque acidental na parte viva do condutor;
-          toque em partes condutoras próximas aos equipamentos e instalações, que ficaram energizadas acidentalmente por defeito, fissuras ou rachaduras na isolação.

Este tipo de choque é o mais perigoso, porque a rede de energia elétrica mantém a pessoa energizada, ou seja, a corrente de choque persiste continuadamente. O corpo humano é um organismo resistente, que suporta bem o choque elétrico nos primeiros instantes, mas com a manutenção da corrente passando pelo corpo, os órgãos internos vão sofrendo conseqüências. Isto se dá pelo fato de o choque elétrico produzir diversos efeitos no corpo humano. 

Ao passar pelo corpo humano, a corrente elétrica causa um conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se manifestam no organismo animal e humano desde uma ligeira contração superficial até uma violenta contração. muscular, ocasionando morte instantânea.
        Tais distúrbios estão detalhados a seguir:
-          Elevação da temperatura dos órgãos devido ao aquecimento produzido pela corrente de choque;
-          tetanização – rigidez – dos músculo;
-          Superposição da corrente do choque com as correntes neurotransmissoras que comandam o organismo humano, criando uma pane geral;
-          Comprometimento do coração, quanto ao ritmo de batimento cardíaco e á possibilidade de fibrilação ventricular;
-          Efeito de eletrólise, mudando a qualidade do sangue;
-          Comprometimento da respiração;
-          Prolapso, isto é, deslocamento dos músculos e órgãos, como rins, cérebro, vasos, órgãos genitais reprodutores.

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