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segunda-feira, 4 de março de 2013

O cartão amarelo do PMDB para Dilma Rousseff no Rio


Propaganda de Lindbergh na televisão irritou o comando peemedebista. Partido de Cabral avisa que não garante coesão no Rio em torno de Dilma em 2014 se PT lançar candidato
Cecília Ritto, do Rio de Janeiro
A presidente Dilma Rousseff, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e o vice-governador Luiz Fernando Pezão em audiência para discutir a divisão dos royalties do petróleo
A presidente Dilma Rousseff, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e o vice-governador Luiz Fernando Pezão: parceria ameaçada em 2014 (Carlos Magno/Divulgação)
O racha entre PT e PMDB estava anunciado no Rio de Janeiro. A surpresa da campanha antecipada no estado foi a troca de farpas e manifestações oficiais na segunda-feira, às vésperas de os candidatos dos dois lados – o vice-governador peemedebista Luiz Fernando Pezão e o senador petista Lindbergh Farias – começarem suas maratonas pelo interior. Na segunda-feira, o presidente do PMDB no Rio, Jorge Picciani, enviou uma carta sugerindo a intervenção da executiva nacional do PT no diretório estadual com o objetivo de impedir a existência de dois palanques em 2014 para Dilma Rousseff. Pelo cenário atual, os dois partidos, que caminharam juntos no governo do peemedebista Sérgio Cabral, quebrariam a aliança e concorreriam em campos diferentes. A carta do PMDB não foi bem recebida pelo PT.

“Todas as nossas lideranças e, sobretudo, a nossa militância apoiam Pezão, um gestor experiente e capaz. Sua candidatura é inegociável – não há hipótese de ele não ser candidato. Por tudo isso, o cenário de palanque duplo para a presidenta Dilma não se sustenta. Trata-se de uma equação que não fecha e cujo resultado não será a soma, mas a subtração”, avisou Picciani, na nota. O texto será lido por Leonardo Picciani, filho do presidente estadual, na convenção de sábado do PMDB nacional.

 
O recado é simples: se Lindbergh insistir na candidatura, Cabral poderá apoiar a reeleição de Dilma, mas os parlamentares peemedebistas estarão livres para tomar posicionamentos independentes. Ou seja, o trabalho de formiguinha dos candidatos do PMDB à Assembleia Legislativa do Rio e à Câmara, nos seus currais eleitorais, não precisará incluir o nome de Dilma. “Se houver dois palanques no Rio, é incontrolável manter a base do PMDB no estado. Não teremos garantia de que conseguiremos unir o partido no apoio à reeleição”, disse Leonardo Picciani, que se tornará o representante do Rio na executiva nacional da sigla.
Televisão – A carta é uma reação direta às inserções de Lindbergh na televisão na semana passada. Os peemedebistas acreditavam que o senador usaria o espaço para se apresentar, contar a trajetória como prefeito de Nova Iguaçu e a atuação no Congresso. O PMDB, no entanto, considerou que as aparições de Lindbergh o colocaram “no lado oposto”. Na TV, o petista falou como candidato e lançou o slogan: “Está chegando o melhor momento do Rio”. O histórico do político não foi abordado. E o tempo destinado a Lindbergh foi usado para dizer que é preciso “reduzir a distância que separa o Rio pobre do Rio rico”.
“O PMDB fez um documento para a convenção deles. Podem estar com um tom mais forte, mas, por enquanto, é só um debate. Cada um tem a sua metodologia. Faz parte do jogo”, disse o presidente do PT-RJ, Jorge Florêncio, garantindo que o partido não deixará de lançar candidato em prol do PMDB.
A ideia inicial do partido e de Cabral era começar a campanha de Pezão aos poucos, com uma agenda intensa de inaugurações realizadas pelo vice-governador. Mas, diante do mergulho de Lindbegh na campanha, os peemedebistas também agiram. Nesta semana, o petista inicia as caravanas pelo estado – uma viagem sem passagem de volta para a aliança entre o PT e o PMDB no Rio.

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