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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Em sete anos, China investe US$18,2 bilhões no setor elétrico brasileiro

O SOCIALISMO SEGUNDO OS CHINESES

Em 2009, país se tornou um grande parceiro comercial brasileiro ampliando participação no setor eólico, petróleo e gás e de transmissão
Por Natália Bezutti
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Crédito: GettyImages
De 2005 a 2012, o setor elétrico brasileiro recebeu US$18,2 bilhões em aportes da China, representando 70% do montante total que foi investido no País no período, segundo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). Hoje, o Brasil só ocupa o segundo lugar em destino dos recursos chineses por conta da recente aquisição da canadense de óleo e gás, Nexen. O maior destino desses recursos está no segmento eólico, de transmissão e petróleo.
Foi em 2009 que a China tornou-se o grande parceiro comercial brasileiro, por meio de acordos de cooperação energética com a Eletrobras, a Petrobras e entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Tsinghua University.
No caso da energia eólica, o Brasil apresenta um grande mercado potencial, mas é visto com uma lacuna no quesito de desenvolvimento e experiência tecnológica. Enquanto isso, a China aparece como um fornecedor independente de aerogeradores, com tecnologia própria para fornecimento de componentes e potencial investidor em parques brasileiros, com mercado local cada vez mais desaquecido.
Com a junção dessas potencialidades, a Agência Internacional de Energia acredita que o Brasil e a China sejam os principais motores de crescimento do setor eólico mundial nos próximos cinco anos, com a expectativa de capacidade instalada até 2018, respectivamente, 11GW e 193GW.
Entre os maiores potenciais estimados pelo relatório está a parceria de Furnas com a China Three Gorges Corporation (CTGC), que, segundo a agência, formam um "ambicioso player" na América Latina, somando 1GW de capacidade. A parceria cria oportunidades significativas em ambos os lados, já que as empresas desenvolverão conjuntamente projetos eólicos offshore na China, que poderão ser trazidos futuramente ao Brasil, e a CTGC também poderia se transformar em um fornecedor de tecnologia local.
Ainda no setor eólico é citada a parceira da Sinovel, fabricante chinesa, e a Desenvix, em um contrato de fornecimento de 23 turbinas de 1.5 MW para o parque eólico Barra dos Coqueiros, transformando a desenvolvedora na primeira empresa da América Latina a comprar aerogeradores chineses.
O relatório aponta que o Brasil também se torna um atraente parceiro chinês para o segmento de transmissão, tendo em vista as semelhanças de distribuição geográfica das fontes renováveis e os centros de carga, sendo um potencial para a aplicação de tecnologia chinesa de ultra-alta tensão, com vistas à modernização necessária para expansão da rede.
Os negócios em transmissão começaram ainda em 2010, com a compra pela State Grid de sete concessões da Plena Transmissora em operação - Ribeirão Preto, Serra Paracatu, Poços de Caldas, Itumbiara, Serra da Mesa, Expansión Transmissão de Energia Elétrica e Expansión Transmissão Itumbiara Marimbondo.
Além disso, a empresa fechou parcerias no segmento com Furnas, e Copel, a qual a agência internacional considera como uma das pioneiras no desenvolvimento de smart grids no Brasil. Mesmo assim, as companhias chinesas ainda estariam se familiarizando com o funcionamento do mercado brasileiro de transmissão.
E o próprio avanço e foco nos negócios em transmissão, segundo o documento, pode ter sido responsável pela não viabilização de um projeto de 2GW em Santa Catarina. Um acordo firmado entre a State Grid e o governo estadual, criou em dezembro de 2010, deu início a XJ Wind Energy. A cooperação seria responsável pelo desenvolvimento de projetos até 2014 nessa capacidade total, e com um total de investimentos avaliados em US$ 4,5 bilhões.

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