Representante admitiu rombo durante a comissão das universidades particulares na Alerj, retomada nesta quinta
- Dirigente do Grupo Galileo Educacional, manentedor da Gama Filho, não compareceu à CPIRIO — A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) recomeçou, nesta quinta-feira (21), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das universidades particulares. Na retomada do trabalho, foram ouvidos o ex-presidente da Universidade Santa Úrsula, Ruy Muniz, e o reitor da Sociedade Unificada de Ensino Superior e Cultura (Suesc), José Paulo Teixeira. Representante da Santa Úrsula, investigada por apropriamento indevido do Fundo de Garantia dos funcionários, Muniz admitiu que a instituição de ensino acumula um montante de dívidas que ultrapassa R$ 100 milhões. Segundo O GLOBO apurou, as dívidas fiscais e trabalhistas acumulam o montante de R$ 350 milhões.
- De acordo com Muniz, do total, R$ 58 milhões são referentes a dívidas trabalhistas, que ele diz que serão pagas em parcelas durante oito anos e meio, como prevê acordo firmado com a Justiça. A outra parte da dívida tem origem fiscal. Ele explicou ainda como a universidade pretende quitar parte dessa dívida.— Vamos abater 90% com a distribuição de mais bolsas de estudo a partir do ano que vem, conforme o Proeis — afirmou, referindo-se ao Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior.
- A Universidade Santa Úrsula já chegou a ter 17 mil alunos matriculados em seus cursos, mas, hoje, conta com 1.500 universitários em processo de formação. A instituição está impedida de criar novos cursos e ampliar o número de vagas sem autorização do Ministério da Educação (MEC), por ter sido reprovada com nota 2 no Índice Geral de Cursos (IGC) de 2010. Como foi reprovada novamente em 2011, aumentam as chances de ser descredenciada pelo MEC. A instituição está com inscrições abertas para o vestibular 2013, mas uma das punições pode ser a suspensão do acesso.
- Segundo o MEC, existe procedimento de supervisão em face da Universidade Santa Úrsula por conta de índices insatisfatórios nas avaliações do Inep, em andamento na Seres. Houve a suspensão das prerrogativas de autonomia (impossibilidade de aumento de vagas e criação de novos cursos sem autorização da Seres), mas até o momento, não foi expedida pelo MEC nenhuma decisão determinando a suspensão de ingresso de novos alunos.
- O ex-presidente explicou que a crise financeira da universidade ocorreu devido ao processo de mercantilização da educação superior:
- — A concorrência aumentou muito e as universidades tradicionais foram prejudicadas e tiveram que se adaptar”.
- O reitor da Sociedade Unificada de Ensino Superior e Cultura (Suesc), José Paulo Teixeira, também prestou depoimento. A instituição foi convocada para falar da suspeita de utilização de documentos falsos para se apropriar de um prédio pertencente ao Tribunal de Contas do Estado (TCE). Porém, de acordo com o deputado Paulo Ramos, presidente da CPI, Teixeira não trouxe informações que acrescentassem. A Uniesp, mantenedora que comprou a Suesc, está sob investigação da Polícia Federal em função de fraudes com o Financiamento Estudantil (Fies), programa de ajuda para estudantes concluírem os cursos em universidades privadas.
- — A Suesc ocupou durante anos um prédio público sem pagar, tentou se apropriar dele utilizando documentos falsos e está envolvida em casos suspeitos — acrescentou o relator da CPI, deputado Robson Leite (PT).
- Alex Klyemann, diretor-presidente do grupo Galileo Educacional, manentedor da Universidade Gama Filho, também foi chamado para a reunião para falar sobre a recuperação do programa de estágio de alunos dos curso de Medicina da Universidade Gama Filho (UGF) na Santa Casa da Misericórdia, parado por causa do fim do contrato com a UGF. O dirigente, no entanto, não compareceu. Ele será aguardado na próxima terça-feira (26), às 10h30m, em encontro na sala 311 do Palácio Tiradentes.
- Nesta quinta-feira, alunos de Medicina da Gama Filho fizeram uma manifestação contra o grupo manentedor em frente à Alerj. Além do fim do convênio, eles protestam contra a falta de transparência da empresa.
- — O Grupo Galileo aumentou abusivamente as mensalidades do curso, sob a justificativa, na época, de que iria melhorar a estrutura do campus, contratar profissionais melhores e construir um hospital universitário. Até o momento nada disso foi feito. Muito pelo contrário, professores entraram em greve porque não recebem há mais de 6 meses e, por causa disso, nossas aulas foram adiadas para março. Não temos diálogo nenhum com a universidade, não temos explicações e não são passadas soluções, mas nossas boletas de mensalidade chegam normalmente em casa — reclama Mauricio Gomes, estudante do 8º período de Medicina
http://oglobo.globo.com/educacao/ex-presidente-da-santa-ursula-explica-em-cpi-como-instituicao-pretende-pagar-divida-milionaria-7641565#ixzz2LljoSmmP
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