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quarta-feira, 10 de abril de 2013

REFLEXÕES SOBRE A LEI DA HOMOFOBIA - POR Waldomiro Motta


REFLEXÕES SOBRE A LEI DA HOMOFOBIA, COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS (CDH) , DANIELA MERCURY E A GLOBO

“O que me preocupa não é o grito dos violentos, mas o silêncio dos bons” – Martin Luther King.

“Há algum tempo atrás, não se aceitava a homossexualidade, aos poucos se foi tolerando, agora virou lei, não se poder falar contra ela. Vou sair do país antes que vire lei, a obrigatoriedade de ser homossexual.” – Veríssimo.


Creio ser muito pretensioso, da parte do presidente da Comissão de Direitos Humanos, ameaçar a presidente (assim mesmo) Dilma de perder os votos dos evangélicos. Aliás, um pequeno adendo. Será que a exigência da presidente Dilma em ser chamada de presidenta deriva da preocupação dela de que haja alguma dúvida sobre sua escolha sexual? Cuidado que isso pode ser caracterizado como homofobia!
Voltando à CDH. O deputado arrogante intitula-se líder máximo dos evangélicos e que todos eles estão sob seu cabresto. Sou evangélico Batista (batistão), filho de pastor, já falecido, com curso teológico no seminário Batista do Sul do Brasil (Tijuca RJ), cursos de filosofia, psicologia, catedrático em grego, hebraico e aramaico, professor e deão do seminário por alguns anos, além de ter sido o pioneiro do trabalho batista nos campos Bolivianos, tendo vivido na Bolívia com a família por 10 (dez) anos. Tenho total independência de consciência e faço o que acho justo, honesto e legal. Nunca votei por indicação de ninguém. Assim como eu, a maioria dos verdadeiros evangélicos assim o faz.
Um dos méritos dos evangélicos batistas, além do livre pensar, em geral, é a ausência de um papa ou bispo que centralize as decisões e orientações espirituais dos mesmos. Cada igreja tem sua própria administração e se orienta ou deveria se orientar, unicamente, pela Bíblia Sagrada. Não há nada mais democrático do que a estrutura dos batistas no mundo.
Infelizmente, a mídia que não se preocupa em bem orientar seu público alvo, coloca todos os evangélicos, no mesmo balaio. As diferenças, às vezes, são viscerais, como as que existem com o grupo chamado de neo-petencostais, além de doutrinárias e filosóficas, principalmente na organização secular da igreja. Esse grupo, os quais chamam de profissionais da fé ou mercadores da fé ou ainda os que fazem a loteria de Deus (jogue que um dia ganharás. Quanto mais se joga mais se ganha), vem trazendo confusão na cabeça dos humildes, colaborando com o enriquecimento dos mesmos com seus sofridos e parcos recursos.
A maioria dos pastores desses grupos do evangelho eletrônico, não tem nenhum preparo no campo teológico ou filosófico e mal sabem falar ou escrever em nossa língua. São captados no mercado por sua aparência e verborragia. Nesse perfil se enquadra o deputado que briga para se manter na presidência da CDH.
Embora não concordemos com a forma pela qual se quer destituir o mesmo da presidência da CDH, creio que seus sermões e elucubrações sobre qualquer tema, são resultantes de seu despreparo e do perfil político que se aboletou no poder. Vide exemplos na Venezuela, Argentina e circunvizinhanças.
Feito esse preâmbulo, quero fazer reflexão, com quem vier a ler essas notas, sobre a lei contra a homofobia, em transito no congresso, cuja discussão e tempo que se leva no assunto, são descabidos!
Tenho 66 (sessenta e seis anos) e lembro de que em 1968, quando casei, era quase uma exigência legal, casar-se com mulher virgem, a ponto de alguns casamentos terem sido desfeitos, “por vício do produto”. Passados alguns anos, pela banalização do assunto e muita matéria na mídia, convencendo as menininhas que isso era uma bobagem e que elas deveriam dar para o primeiro homem que merecesse essa regalia, virgindade passou a ser mercadoria de troca, inclusive levada a leilão, em pregão mundial.
Hoje em dia, as meninas virgens, por opção, tem vergonha de se manifestar e confessar tal despautério, tamanha é a propaganda feita nas novelas, filmes, artigos e mídia, em geral, sobre o tema.
O mesmo ocorre no campo dos vícios. Pessoas, aparentemente, normais bebem bebidas alcoólicas, em especial cerveja, pela indução subliminar das avalanches das propagandas, em horários nobilíssimos. A maioria delas está presa ao hábito o qual chamo de vício e, sob qualquer pretexto ou temperatura ambiente, consomem a bebida, a ponto de perder a noção do nível etílico em que se encontram, gerando as mazelas que se tentam combater com a Lei Seca.
Creio que teremos de criar outras leis além da homofóbica. Lei a favor das prostitutas, a favor dos dependentes de bebidas alcoólicas, dos usuários de crack e demais alucinantes distribuídos, fartamente, na sociedade, etc. Isso tudo é normal!
Como cidadão, em dia com suas obrigações tributárias, morais e éticas, nego-me a aceitar que uma pessoa, com opção sexual que queira ter, venha à TV de maior audiência no país, com capacidade de mobilização para armar a população em alguns segundos, conforme altos estudos estratégicos de segurança a que tive acesso, e faça apologia de sua opção sexual, convidando a todos a “saírem dos armários” e que sejam felizes.
Onde está a maioria que faz a opção sexual natural (não qualifico se certa ou errada), com a utilização dos órgãos sexuais com os quais nasceu, desenvolvidos anatomicamente para os fins a que se destinam, que se calam nessa hora?
Como vou orientar meus netos quanto à sua futura opção sexual, já que não tenho o mesmo horário nobre para pedir às pessoas que me assistem a “ficarem no armário”, desde que estejam felizes dentro dele?
A Lei deve ser empregada nos dois sentidos. Se eu não posso falar da opção sexual do meu concidadão, diferente da minha, o que acho justo, como aceitar que a pessoa que fez a opção sexual dela, diferente da minha, possa fazer apologia no Fantástico? Em horário nobilíssimo, onde crianças e adolescentes estão assistindo, sem que houvesse alguma chamada para que menores de 18 anos, evitassem assistir a matéria?
Não vou pregar nenhum movimento contra Daniela Mercury à qual desejo que seja feliz e bem aceita em sua nova vida, por seus filhos, genros, noras, sogra e sogro e, principalmente, netos. Só peço que respeite o direito da maioria, em pensar e agir diferente dela.
Conclamo as pessoas de bom senso de nosso país, a não se calarem, sob o risco de vermos nossos netos com vergonha, muito brevemente, de serem ortodoxos e heterossexuais, a ponto de se calarem sobre sua opção sexual, com medo dos comentários de quem leva uma vida antinatural.
Para que não haja nenhuma dúvida, sou casado há 45 anos, com uma bela e generosa mulher que me deu 03 (três) filhos os quais associaram à família, 03 (três) noras (graças a Deus não noros) maravilhosas e 05 (cinco) netos aos quais desejo, resistam à propaganda homossexual e façam, por eles mesmos, suas opções sexuais.

Waldomiro Motta – 09/04/2013
(autorizada divulgação)

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