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terça-feira, 11 de março de 2014

O TAPETÃO NA POLÍTICA SUJA DO corruPT

POLÍTICA

O PT ganhou no tapetão, por Marco Antonio Villa

Marco Antonio Villa, O Globo
O julgamento do mensalão reforçou os defeitos do Poder Judiciário. A lentidão para apreciar as ações, a linguagem embolada e oca de juízes, promotores e advogados, o burocratismo e a leniência quando crimes são cometidos por poderosos.
O Supremo Tribunal Federal, ao longo da história republicana, em diversos momentos foi subserviente frente ao Poder Executivo, ignorou a Constituição e as leis — por mais incrível que isto pareça. Mas rasgar uma decisão produto de um processo que se estende desde 2007 — quando a denúncia foi aceita — isto nunca ocorreu.
A revisão da condenação por formação de quadrilha da liderança petista foi o ato mais vergonhoso da história do STF desde a redemocratização.


Até 2012, o governo federal deu pouca importância à Ação Penal 470. Mesmo a nomeação dos novos ministros foi feita sem dar muita atenção a um possível julgamento. Um deles, inclusive, foi indicado simplesmente para agradar ao então todo poderoso governador Sérgio Cabral.
Afinal, o processo vinha se arrastando desde agosto de 2007. Muitos esperavam que sequer entraria na pauta do STF e que as possíveis penas estariam prescritas quando do julgamento. Porém, graças ao árduo trabalho do ministro Joaquim Barbosa e do Ministério Público, a instrução do processo foi concluída em 2011.
O presidente Ayres Brito, de acordo com o regimento da Corte, encaminhou então o processo para o exame do revisor. Esperava-se que seria questão meramente burocrática, como de hábito. Ledo engano.
 

PARA REFLEXÃO DOS HOMENS DE BEM, DE RESPEITO, DE VERGONHA NA CARA E DE CONDUTA ILIBADA

MACUNAÍMA NA CORTE SUPREMA
Mais um ano começou e ainda não conseguimos abrir os olhos de tanta vergonha por sermos de um país que passará a ser chamado de PÁTRIA DA IMPUNIDADE.
Terminamos 2013 anestesiados com a decisão relativa aos tais embargos infringentes, mas pensando que a vontade de correção dos erros permanecia como a força maior.
No embriagado dessa decepção vimos algumas prisões e voltamos a ter o brilho da justiça em nossos olhos.
Como traduzir numa conversa em outros idiomas esta nova interpretação dada pelo STF em relação ao crime de formação de quadrilha deve ser a preocupação de cada um de nós.
De minha parte sinto-me envergonhado e já admito que não tenha como fazer isto. Simplesmente é impossível fazê-lo, quer seja na linguagem coloquial ou jurídica.
Acredito que todos aqueles que se sintam assim como eu deveriam adotar a seguinte postura: pedir para sair do ambiente público ou privado em que um dos seis Ministros que votaram pela mudança no julgamento esteja presente. Ou avisar que nos recusamos a permanecer no mesmo ambiente em que um destes cidadãos esteja.
Lembro que no vizinho Paraguai algo assim ocorreu recentemente em relação a Senadores. Esta atitude do povo levou aquela Corte do Paraguai a rever sua decisão.
Bem, é apenas uma ideia. E vejam que vou deixar para outro momento de reflexão o fato de que a tristeza cresceu em meu coração, por desconfiar que não possa resolver os problemas do País apenas com nossos votos, já que em outro Poder, no caso a Corte Suprema da Justiça, estamos representados dessa maneira.
Um Brasil cada vez mais a cara de Macunaíma, o herói sem caráter.
Boa Vista, RR, 02 de março de 2014.
General Eliéser Girão Monteiro Filho, um brasileiro envergonhado